Capítulo 05

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05-Maio. – Quinta-Feira. 02h20min da manhã.

Desci do carro, estava exausta. Peguei apenas meu celular e bati a porta do carro, me arrastando para dentro. A tevê estava ligada, iluminando toda a sala. Respirei fundo, cansada. Me arrastei até o sofá, encontrando o meu marido e meus filhos.

Respirei fundo e fechei os olhos, cansada emocionalmente. Quis chorar de novo, estava frustrada por sempre dar o melhor de mim para Luan e ele nunca mudar.

Haviam se passado dois meses, desde a surpresa e nada havia mudado. Ele continuava estranho e distante. Não havia mais brigas como antigamente, mas ele também não me aquecia. Estava mais.

Eu lutava com todas as minhas forças para trazê-lo de volta, para voltarmos a ser como éramos antes, mas não adiantava. E aquilo me quebrava, meu coração sangrava quando Luan era grosso e me ignorava.

Meu esposo era ausente por conta do trabalho e tudo havia piorando ainda mais depois de a surpresa. Eu achei que tudo iria melhor e se ajeitar , porem nada havia mudado para melhor, apenas para pior.

Suportava tudo com muita dor, eu chorava muito, mas estava ficando esgotada, sem forças para caminhar.

Eu amava meu esposo, mas estava frustrada, cansada emocionalmente.

Estava ferida demais, chateada e não conseguia entender o porquê de tudo aquilo, o porquê a ausência, a grosseria, o afastamento, a forma que me tratava. Não entendia.

Até quando iria aguentar?

E eu odiava, cada minuto, cada dia em que me preocupava com Luan. Quase não nos falávamos, não sabia se realmente estava bem. Estava destruída emocionalmente e não sabia por mais quanto tempo aguentaria e queria pedir o divorcio. Mas ainda havia a esperança de tudo mudar...

-Filha, acorda vai para cama – Nicole resmungou no colchão, virou-se e eu a cutuquei, chamando chamei de novo. Ela se levantou, caminhou até a escada e parou. Me aproximei e a levei até seu quarto. Suspirei, sendo tomada pelo cansaço, fui a vez de pegar Breno, estava deitado em cima do pai.

Era lindo e charmoso.

Fiz carinho em Breno e olhei para Luan, com angustia e o coração apertado. Olhei para todo o seu corpo, mesmo com a distancia, sentia falta de transar com ele e queria. Meus olhos passeavam pelo corpo de Luan e logo em seguida em meu filho, uma pequena mancha no pescoço de meu esposo chamou-me a atenção, me indaguei como alguém poderia se machucar ali.

E me dei conta de que ninguém se machucava ali, muito menos uma criança. Meu coração falhou em uma batida, perdi a respiração e meu estomago gelou. Não era uma batida e sim uma chupada.

Arfei e o choro quase saiu, minhas pernas estavam bambas. Meu coração se apertava e queria chorar, peguei meu filho de imediato tremendo muito, encarando a chupada, quanto mais eu olhava, mais meu coração doía. Meu coração queimava de dor. Abracei Breno, ainda olhando a chupada.

-Você chegou – A voz rouca e embargada de Luan ecoou pela sala, desviei o olhar e engoli o choro – Eu levo – Ele tocou em minha mão e eu me afastei.

-Não – A minha voz falhou e eu tremia – Eu levo.

-Você que sabe – Luan retrucou se ajeitando no sofá, dando de ombros. Senti asco de Luan. Me recusei a continuar ali, apertei Breno e sai da sala, sentindo o meu coração ser destruído. Adentrei em meu quarto, coloquei meu filho na cama e fui para o banheiro e chorei. A dor era voraz, destruía, queimava. Queria lavar a minha alma e o meu coração.

Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora