Parte 02

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Luan não tirava seus olhos de mim, olhava minha boca, meus olhos, meus cabelos, meus sorrisos. Tudo, estava quase ao ponto de lhe perguntar qual era o problema e o que havia perdido. Estava odiando a presença dos dois. Era um saco, uma tortura.

Porém, meu lado vingativo adorava cada olhar de Luan, havia um rastro de arrependimento e eu notava. Ele havia percebido quem tinha perdido, a mulher maravilhosa que eu era. A sua escolha foi errada, e ele sabia. Seu desejo e sua paixão ridícula, o cegou. Causando tanta dor, e ele estava infeliz, via em seu olhar.

Eu poderia me sentir feliz com aquilo, Luan me destruiu para ir atrás de uma felicidade desconhecida. Mas a única coisa que conseguia sentir, era pena.

Meu coração doía, ninguém merecia viver infeliz ao lado de alguém. Nem Luan, nem mesmo Marcia, que tinha todo o meu desgosto. Não quis me importar, quis impor para mim, que aquilo não era da minha conta.

Por outro lado, eu só queria fazer algo, mudar aquela situação de infelicidade dos dois. Claro que poderia ser Karma, mas eu só queria fazer alguma coisa...

-Lindo vestido Lorena – Disse Marcia, ao meu lado.

Havia saído da mesa, após tanto incomodo.

-Obrigada – Respondi com desdém.

-Está namorando? – A mulher perguntou, um pouco bêbada.

-Porque? – Perguntei, antes de dar qualquer resposta.

-Você dizia tanto gostar do Luan – Ela riu, bebendo ainda mais Rum – Ele é muito lindo para você – Rolei os olhos e ela riu.

-Quem?

-Junior – Ofeguei, pronta para dar-lhe um soco – Acho que o Junior merece coisa melhor – Ela disse bando de ombros e começando a fumar seu cigarro.

-Qual é o seu problema? – Indaguei, irritada. Sentindo meu sangue percorrer mais denso e meu coração disparar, estava furiosa. A noite toda a desgraçada estava me irritando – Por acaso pedi a porra da sua opinião? – Indaguei – Eu não te perguntei porra nenhuma! – Me exaltei, perdendo totalmente o controle.

-Lorena – Marcia debochou – Você queria estar no meu lugar, com o Luan.

-Nunca quis estar no seu lugar Marcia – Respondi com asco.

-Ah por favor! – Ela resmungou – Viva das migalhais de Luan, até mesmo quando ele te deixou.

-Tenho pena de você – Falei encarando a mulher.

-Pode acreditar, é reciproco – Marcia respondeu baforando em mim –Ainda mais quando estava chorando pelo meu marido, a gente ria de você. Ele contava o quanto estava gorda e era péssima, em tudo – Ela riu e bebeu mais rum – Sentia tanta pena.

-Não me importo – Menti, enquanto meu coração ardia em dor. E a culpa latejava, mais uma vez. Respirei fundo e encarei a mulher – Você já foi a puta de todo mundo – Falei, embargada pela bebida alcoólica

Marcia me olhou, cerrando os dentes, embargada pela raiva. Bebeu mais rum e desviou o olhar de mim.

-Seu namorado foi puto de todo mundo aqui – Marcia balançou a cabeça e riu – Metade da festa.

-Você foi a puta de metade do mundo – Murmurei, um pouco mais alterada que o normal. A desgraçada jogou rum em mim.

-Desgraçada – Falei ao assimilar tudo. Era uma mulher que me atormentava, já tinha Luan e ainda queria vir me humilhar? Insatisfeita com tudo o que havia feito e me falado, ainda tinha a audácia de estragar meu vestido – Qual é o seu problema? – Vociferei, olhei para meu vestido e tentei limpar – Isso não sai.

-Ficou melhor – A mocreia murmurou.

Ridícula!

JOGA BEBIDA NELA – Gritou meu lado travesso.

Pelo amor de Deus, não se rebaixe ao nível dela. – Disse meu lado sensato.

E eu joguei, sem acreditar. Encarei a mulher, com o sorriso mais cínico que eu tinha. Era lindo! Os havia até bebida em seus cabelos.

-Lorena! – Marcia gritou, irritada – Porque fez isso?

-Até que ficou melhor – Falei, com deboche.

Marcia me encarou, furiosa. Jogou o copo no chão e partiu para cima de mim, puxando meus cabelos. Gritei irritada, assimilando lentamente por conta da bebida. Quando entendi, agi. Puxando os cabelos dela com fúria.

Ela me derrubou, subiu encima de mim. Recebia muitos tapas, fortes que ardiam. Revidei, lutei, tentei sair e não conseguia. A raiva crescia ainda mais dentro de mim. A única coisa que conseguia fazer, era bater. Muito, socar, puxar o cabelo. Estava irada, puta, possessa pela raiva, fúria.

-O que está acontecendo? – Gritou Julia, a mesma tentou soltar Marcia e eu não deixei, queria bater na desgraçada.

Junior se aproximou, rápido e feroz, tirando Márcia, a mesma se debatia enquanto eu me levantava, tonta pela bebida e tapas.

-Qual é problema de vocês duas? – Gritou Julia, rolei os olhos e logo procurei algum lugar para encostar – Vocês são adultas!!

-Ela começou – Vociferei – A desgraçada jogou bebida em mim – Falei, olhando para meu vestido – Comprei ontem!

-Olha o meu! – A mocreia gritou.

-Quem se importa? – Indaguei, baixo.

Meu coração queimou em dor, quando parei para pensar em tudo o que havia acontecido. Quis fugir, sair, ir embora. Queria a minha casa, meus filhos, porém me torturei ali, me obrigando a ficar e encarar a desgraçada, fazer o que não fiz quando Luan me deixou.

Ser forte e não fugir da dor.




EITA PORRA, SÓ TRETA.  

Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora