Capítulo 27

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Estava sentando no sofá, com meu filho, Breno. A minha filha, Nicole despedia dos últimos convidados acompanhada de Sofia. Eu estava prestes a ir também, porem enrolava, não queria ir para casa. Lá não era o meu lugar favorito. Era o meu inferno.

-Pronto, já podemos ir – Disse Márcia – Emanuelle precisa dormir.

-Só um minuto – Disse Sofia, animada subindo a escada junto com Nicole.

A primeira vez em muito tempo, elas estavam se dando bem. Sofia sempre implicou muito com Nicole, acreditava que era por inveja ou ciúmes. Minha filha era uma menina muito bem cuidada e amada, e minha enteada, não. Ou poderia ser, Sofia descontava o ciúmes que sentia pela mãe junto comigo, em Nicole.

Enfim, as duas eram boas meninas, eram educadas e até gentis. Nicole era mais melosa, já Sofia era mais dócil. Vê-las juntas me deixava bem. Era obvio que havia trazido a garota propósito.

Ouvi gritos de Nicole e Sofia, sobressaltei do sofá e corri escada acima, pulando os degraus, rápido. Meu coração estava disparado em meu peito, espalhando adrenalina e preocupação. Minha preocupação aumentou quando vi Sofia sair de dentro do quarto, aos prantos e assustada.

-O que houve? – Indaguei, quase gritando. Tão preocupado que não respirava.

-A Lorena – A menina fez pausa, entre o choro – A gente encontrou ela, no chão, tendo convulsão.

Meu coração falhou em uma batida, quase não respirei. Eu parei por segundos, e tentei raciocinar, agir. Meu coração bateu com mais brutalidade, com ainda mais adrenalina. Me puncionando a agir. Eu fui, correndo, voando para dentro do quarto.

Encontrei a minha filha, com a cabeça de Lorena em suas pernas, enquanto a mulher terminava de se bater, Nicole nem olhava para mãe, talvez pelo medo. A menina apenas chorava, desesperada.

-Pai – Nicole choramingou, fui o mais rápido que pude até as duas. Tomei o lugar de minha filha e ordenei que ligasse o mais rápido possível para a emergência.

O medo atroz rasgou meu peito, eu chorei enquanto afagava os cabelos castanhos escuros de Lorena. A preocupação crescia a cada respirar dela, meu peito doía e ardia. Mal poderia respirar.

A cada segundo indagava sobre a emergência, cada vez mais impaciente. Piorou quando Junior e Márcia invadiram o quarto, minha esposa irritada por eu estar com Lorena e o namorado de minha ex, berrava, preocupado, querendo tomar o meu lugar.

A gritaria fez Breno correr até o quarto, a babá Jayne o consolava, após ver a mãe, jogada ao chão.

-Vai ficar tudo bem – Disse a mim, a Lorena – Vai ficar tudo bem – Repeti, colocando ela em meu peito, apertando-a, chorando. Sentindo meu peito rasgar, dilacerar. O desespero aumentando a cada vez que certificava a respiração de Lorena. Cada vez mais fraca.

Foram os minutos mais demorados e os mais dolorosos de minha vida

-Onde você vai? – Indagou Junior, ao me ver seguir os paramédicos.

-Vou fazer algo que você não fez – Gritei, possesso. Incomodado, preocupado.

-Eu vou com ela.

-Não vai – Me enfiei dentro da ambulância e segurei a mão de Lorena, beijando-a aos prantos – Ela está bem? – Indaguei, sentindo uma bola em minha garganta, com o coração bem disparado em meu peito.

-Ela está estável – A mulher respondeu.

Beijei ainda mais a mão dela e solucei, chorando cada vez mais. Sentindo o rastro de preocupação, olhava seu rosto, avermelhado e meu coração doía cada vez mais. Eu ofegava, pela falta de respiração. Rezava e torcia para que tudo ficasse bem, não queria perder Lorena, eu amava demais par aquilo.

Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora