Capítulo 25

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Luan

Era 25 de maio, aniversário de 14 anos da minha filha mais velha, Nicole. E eu ainda pensava se realmente deveria ir.

Desde o aniversário de Julia, o qual contei o que sentia a Lorena, a mesma havia se afastado de vez. Era nítida a distancia que ela queria ter, eu apenas respeitava, com muita dor. Até meus filhos estavam distantes, principalmente Breno e aquilo me machucava.

Eu entendia e tolerava.

Havia machucado meus filhos e Lorena, destruí tudo o que lutamos para construir. Eu acabei com tudo, e aquilo me doía, todos os dias. Eu não suportava a dor e a culpa, que latejavam em meu peito.

Chegava a ser insuportável e eu tinha medo de acabar tudo o que me restava, da dor ser maior que todos os meus conceitos. Estava tudo tão confuso e eu não queria aquilo, não queria a dor e a culpa.

Eu tentava amenizar, viver mais com Emanuelle, Breno, Theo e Nicole, tentava ser um bom pai, lutava para terem boas lembranças de mim. Funcionava quando estava com eles, a dor esvaia, porém quando estava sozinho, a culpa me quebrava e me indagava, se eu não tinha bons momentos comigo, boas memorias, o que meus filhos iriam ter?

Havia destruído tudo.

Estava ao ponto de não aguentar mais.

Era tão difícil lidar com meus sentimentos, eu não sabia lidar.

Eu estraguei tudo, estraguei a minha vida, minha família por ser tão egocêntrico e orgulhoso, sentia a culpa todos os dias, ela estava lá desde o amanhecer, ao anoitecer.

Nada daquilo era culpa de minha esposa, era minha. Havia mudado e me arrependia, não por perceber a mulher mais fútil que tinha ao meu lado. Meu casamento estava indo de mal a pior, éramos dois estranhos. Tudo era por minha culpa, apenas minha. Mas era só olhar para Marcia sentia raiva, de mim, dela. De toda a situação.

Já havia deixado de ser algo de Marcia, há tempos. Apostava que me traia, eu não me importava. Não feria meu ego e não amava Marcia, o sentimento havia ido embora. A única coisa que eu queria, era o divorcio.

Não para ir atrás de Lorena, porque ela não me queria, era nítido, iria guardar em mim o sentimento vívido que tinha. Era porque eu não suportava mais, não suportava Marcia, não suportava a ideia de que ela havia sido a amante e esposa, era a minha cumplice ao destruir Lorena.

Marcia era a prova do ato mais vergonhoso de minha vida. Ela me causava ainda mais vergonha e asco, de mim, dela.

Eu queria viver para mim naquele momento, sem me preocupar com as contas imensas que ela fazia. Queria paz, tranquilidade, ser feliz mais uma vez. Ter novamente a minha alto-estima.

-Oi filha – Falei ao atender uma chamada de Nicole.

-Oi pai, como você está?

-Bem – Respondi e suspirei, sentindo a dor queimar meu peito – O que você quer ?

-Nossa – Respondeu Nicole – Estou bem, obrigada por perguntar – Logo em seguida, uma risada – Hoje é meu aniversario – Como seu eu não soubesse – O que você vai me dar?

-Já sou um presente na sua vida – Falei com um pequeno sorriso.

-Estou falando sério – A menina resmungou.

-O que você quer?

-Que você venha – Ofeguei, cansado e com dor – Vamos ver se você sabe, quantos anos eu tenho?

Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora