Parte 02

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Estacionei o carro em frente a casa de Lorena, Nicole desceu rapidamente, sem esperar ou ajudar Breno, bateu a porta com força, Breno desceu e eu olhei Nicole, enquanto entrava e eu não conseguia entender, não sabia se estava irritada ou triste.

-Mamãe – Chamou Breno, ao adentrar, correu até a mãe e abraçou.

-Oi filho – Lorena retribuiu o carinho do filho e sorriu. Estava com uma blusa verde e colada no corpo, mostrava a sua pequena barriga de gestação. Vestia um short curto e jeans largo ao seu corpo, a mulher amava roupas largas e eu não sabia o porque...

Voltei a olhar sua barriga, e me indaguei se realmente aquele filho era meu, não fazia nada com Lorena há um bom tempo... Não tinha como ser meu.

-O que a Nicole tem? – Ela perguntou, dei de ombros e desviei o olhar. Chateado por ter a possibilidade de gerar um filho que não era meu.

-Ela ficou assim – Periguei – Do nada – Breno se afastou, subindo as escadas, provavelmente iria brincar.

-Você fez alguma coisa?

-Nada. Ela estava toda feliz depois ficou assim de mau humor.

-Não foi a Marcia?

-O que ela iria fazer? – Lorena deu de ombros – Como você está?

-Estou bem.

-E o ...– Apontei para a barriga e Lorena franziu o cenho, incrédula.

-Não acredito nisso.

-O que?

-Acha que esse filho não é seu.

-Eu não disse nada.

-Mas acha.

-Não acho nada.

-Ah, por favor Luan. Não sou você para sair traindo por pura carência.

-Não vamos começar de novo.

-Esse filho é seu. Transamos muito quando fiz a maldita surpresa, você lembra? – Assenti – Vou criar sozinha do mesmo jeito que irei fazer com meus outros dois filhos.

-Não vou ser um pai ausente Lorena – Ela riu sem querer e incrédula.

Encarei Lorena, olhei em seus olhos e vi como estavam diferentes, desde a ultima vez, ela estava mais séria, não permitia que eu olhava em seus olhos, não permitia a minha aproximação. Estava mais... magra, estava fora do que eu estava acostumado, seu sorriso já não era mais largo e seus olhos não brilham na mesma intensidade .

Olhei seu cabelo e ele estava preso em rabo de cavalo e jogado sobre o ombro, estava bonita e ao mesmo tempo simples, sem nenhuma maquiagem. Apenas ela seu perfume e cheiro exalavam pela sala, fui embargado pela vontade de me aproximar, abraçar Lorena e tirar a culpa que carregava em meu peito...

Lorena me encarou, séria. Seu olhar penetrou a minha alma, com tanta dor e sôfrego.

Perdi o ar e o coração disparou com dor. Eu não conseguia olhar para ela, pela culpa que me acompanhava.

Também não conseguia ficar assim, distante. Queria que pelo menos uma vez, em anos, tudo estivesse bem entre mim e Lorena.

-Posso? – Me referi a tocar sua pequena barriga, talvez com aquele ato, fosse uma forma de ficarmos bem, ou ser o primeiro passo para que ela me perdoasse por tudo o que fiz.

Ela jogou o cabelo para o outro lado, me encarou, pensou e periguei, já envergonhado por minha pergunta. Lorena assentiu, levei minha mão sobre a barriga, alisei e a fitei, senti vontade de beijar e depositar ali meu amor, levantar a blusa dela e apreciar sua pequena barriga, sorri, com mais um bebê a caminho. Claro que me preocupei, mas estava animado.

Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora