Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDO

Capítulo 45

Adentrei em casa com um sorriso no rosto, estava leve e feliz tão apaixonado, com certeza Lorena voltaria para mim.
-Filho que bom que você chegou – Disse minha mãe aflita, estava nervosa e eu me preocupei olhando em volta, sem entender.
-O que aconteceu? – Márcia perigou e me encarou, com a minha filha em seu colo – O que você está fazendo aqui?  – Fui até ela, sem entender.
-Eu vim trazer a sua filha – Márcia se pós de pé, entregando a menina, como se tivesse nojo. Encarei a mulher a minha frente, estava séria, arrumada e o perfume forte. A minha filha choramingou, em seguida o choro alto e forte, de imediato olhei para a minha filha, estava com roxos pelos braços gordinhos. 
-O que você fez com ela? – Indaguei, irritado, pegando a minha filha de seu colo.
Sentia a fúria cada vez maior, meu sangue corria denso e eu estava cada vez mais irritado.
-Emanuelle chora muito – Márcia perigou, me encarando – Não posso cuidar dela.
-Eu também, não. Faço shows, esqueceu?
-Pelo o que eu sei, você parou a sua carreira por Lorena. Pode parar pra cuidar da sua filha.
-Lorena precisa de mim – Encarei Márcia, enquanto a mesma olhava a minha cabeça, com desdém.
-A sua filha também – Márcia desviou o olhar e suspirou – Lorena é bem grandinha para se cuidar sozinha não acha?
-Deveria cuidar da sua vida, não acha?
-Cuido bem da minha vida, Luan! – Márcia ajeitou o vestido curto e mexeu nos cabelos.
-Porque ela está cheios de roxos?
-Ela caiu.
-Ela está roxa, isso é outra coisa.
-Acredite se quiser! Não vou discutir com você.
-Você não sabe cuidar dela? – Cerrei o maxilar ao perguntar.
-Você sabe? – Márcia arqueou o cenho e me encarou – Cuida você, então.
-Cuido, agora faça o favor de sair da minha casa – Ordenei, apertando a minha filha, em fúria, encarando a mulher com asco.
-Com todo o prazer, carequinha – Márcia caminhou até a porta, pisando fundo, passou por minha mãe e me encarou, antes de sair – Boa sorte com a pestinha – Ela deu um piscadela e saiu.
Eu rosnei, irritado, sendo fúria e asco. Como fui capaz de me apaixonar por uma mulher tão inútil e egocêntrica como ela? Desgraçada! Eu só via os desfeitos e quase nunca as qualidades.
-Luan porque você raspou a cabeça? – Perguntou minha mãe aproximando de mim.
-Por Lorena – Falei, sentindo a raiva se esvair e lentamente sorri, tão apaixonado.
-Você é doido – Disse minha mãe, olhando a neta em meu colo – Vou dar banho nela – Minha mãe maneou as mãos  – Vem com a vovó – Deixei que a menina fosse, sentindo o rasto de aperto, estava tão quietinha, parecia triste e eu quis chorar por ela, mal sabia o quanto tinha sofrido ao lado da mãe.
Após o banho, cuidei de Manu, a menina estava quente demais, quieta, mole e choramingava por tudo, recusava o leite e só queria ficar comigo, nada de ir com a minha mãe. Além de estar cheia de roxos, parecia beliscos, por ser branquinha, marcava, ainda mais se forem fortes.
Me preocupei quando o choro aumentou e a menina rejeitou tudo.
-Vou cuidar bem de você meu amorzinho – Falava enquanto esperava no consultório médico, com a primeira pediatra que encontrei, minha mãe me acompanhava, tão preocupada quando eu. Estava cada vez mais puto com Márcia, como aquela cretina não soube cuidar da menina? E ainda maltratou? Eu, com toda a certeza, pegaria a guarda da menina, e se fosse possível, sem ser compartilhada.
Sobressaltei da cadeira quando olhei a hora em meu celular, eram 19 horas e 30 minutos, e para piorar haviam chamadas perdidas de Lorena e Nicole. Arregalei os olhos e ofeguei, imaginando o quanto a mulher estava furiosa. Me despedi de minha mãe, apressado e implorei que me informasse sobre Emanuelle, fui para a casa o mais rápido possível, me atrasando cada vez mais.

Parei o carro de qualquer jeito, e desci indo em direção a porta, ajeitando a camiseta. Fiz menção de tocar a campainha e fui impedido por Lorena, quando a mesma abriu a porta, irritada. Ofeguei, olhando a beleza da mulher, tão linda quanto a luz da lua.
Lorena estava maquiada, era a primeira vez em muito tempo, estava com uma peruca, com os fios louros, com pequenos cachos, como ela gostava. Vestia um macacão preto, longo, flare, lindo, com um pequeno decote, adornando ainda mais a mulher.
-Está atrasado – Lorena estava irritada, com toda a razão, já eram 20 horas e 30 minutos
-Eu sei – Falei e ofeguei, querendo me explicar – A Márcia foi em casa – Lorena franziu o cenho, ainda mais irritada.
-E ainda tem a cara de pau em vir aqui?
-Não Lorena, não foi a minha intenção atrasar.
-Você estava ocupado com a sua ex-mulher – Lorena me acusou e eu ofeguei – Entendo Luan, não tem que explicar nada.
-Lorena, me escuta – Pedi, com o choro preso em minha garganta.
-Eu não quero desculpa! – Lorena berrou, visivelmente magoada – Não quero te ouvir! Você atrasou por uma hora e meia! E nem ligou para avisar, ou se desculpar.
-Emanuelle não estava bem, eu tive – Lorena me interrompeu, ainda mais furiosa.
-Eu não quero saber!
-Me escuta – Lorena rosnou e não me olhou – Estava com a Ma…– Periguei e meu coração galopou quando Junior estacionou o carro ao lado de Lorena – Puta que pariu. O que essa merda está fazendo aqui?  – O rapaz me olhou, e sorriu para Lorena em seguida – Vaza daqui!
-A minha carona chegou – Lorena forçou um sorriso e se afastou, irritada e eu segui, com o coração ferido e o orgulho ao chão.
-Porra Lorena! – Esbravejei – Você não ia sair comigo?
-Você se atrasou, Luan.
-Quantas vezes você não se atrasou e eu te esperei?  – A mulher deu de ombros, com desdém  – Vai valer a pena, Lorena  – A mulher abriu a porta, e não me olhou, sem consideração – Não acredito! Me de a última chance, por favor – Pedi, quase chorando.
-Não! – Lorena respondeu, séria e irritada, me encarando. 
-Estava com a minha filha!
-Mentira! – Lorena apontou o dedo em minha cara, tremendo e com os olhos marejados – Até quando você vai vacilar?
-Você não me deu uma chance!
-Luan, estou cansada disso, de você mentindo para mim!
-Me diz a última vez que ferrei com tudo, Lorena?
-Você ferrou com tudo, Luan! Se encontrando com Márcia, antes de se encontrar comigo!
-Eu estava com a Manu!  – Lorena negou com a cabeça, mexendo no celular, cerrando o maxilar.
-Essa é a Emanuelle?  – Lorena mostrou uma foto, de Márcia com um homem. Não era eu!
-Não sou eu!
-Tem até a sua careca! Eu acreditei em você, acreditei que você mudou! Mas mentiu! Me enganou – Lorena lutava contro o choro, bem magoada. Mas meu peito queimava, por sua desconfiança, por acreditar na mentira de uma mocreia!
-Não sou eu, Lorena!
-Quem é, então?
-Não sei.
-Vamos, Lorena – Chamou Junior e eu engoli a seco, sentindo a dor e o medo aumentar.
-Lorena – Chamei, tocando em seu braço, lutando contra o choro e com as lagrimas que estavam prontas para sair – Vem comigo – A mulher negou com a cabeça, abriu a porta do carro e sentou, batendo a porta em seguida.
-Escuta – Pedi, perdendo o resto do orgulho que tinha em mim – Vem comigo.
-Não!
-Vai valer a pena.
-Eu não vou – Lorena esbravejou.
-Tem certeza? – Indaguei, engolindo o choro, sentindo meus olhos marejarem, Lorena assentiu e eu a encarei, tendo a certeza da pior noite da minha vida!
-Sai cara – Disse Junior, também irritado – Estamos atrasados – Cerrei o maxilar, olhando com fúria para o homem.
-Vai se foder – Falei, possesso pela raiva.
Junior deu partida e olhei para Lorena, com o coração dilacerado. Me pus de pé e o carro partiu, levando junto uma grande parte de mim. Olhei em volta, chorando, com o aperto e magoa em meu peito. Tão grande que eu não conseguia controlar as lagrimas.

Tô sofrendo junto com Luan, sério.