Capítulo 35

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Os dias se passavam tranquilos, a cada dia a mais. Eu ia aprendendo a proporção do quanto era amada. Não apenas, o DIVINO, e sim os meus familiares. Era nítido e gostoso, como eu era amada. Era inexplicável tamanho amor, mesmo errando, fazendo as coisas erradas, eu era amada, por Deus!

Era um amor gostoso, me aquecia e fazia verdadeiramente feliz.

Ainda estava na UTI , nada de melhorar, os médicos não davam nenhuma chance de sobrevivência.

Não recebia as visitas de Luan, mais de uma semana, sabia que estava fazendo shows e terminava de resolver o divorcio, Junior vinha me ver, um dia sim, um dia não. Estava resolvendo a vida, a sua carreira como engenheiro estava mais ativa do que nunca. Minha ex-sogra, sempre aparecia, falava sobre os meus filhos. O que me matava de saudade. Minha mãe, sempre estava presente, passava o dia todo comigo, lendo, conversando, falando sobre novelas e as fofocas da família.

O que me surpreendia, era a visita de meu pai.

-Lorena, me perdoa por ter sido um péssimo pai – Ele abaixou o olhar, chorando ainda mais, deixou que as lágrimas rolassem pela sua face – Prometo que se você sair dessa, serei um pai melhor, estou sendo melhor com os meus netos – Zé fungou – Lembro do dia em que você nasceu – Ele deu um leve sorriso e olhou para meu corpo – Quando você era pequena era em meu abraço em que você dormia, mas tudo mudou aquele acidente – Meu pai me olhou, com amargura, raiva e fúria.

-Que acidente ele está falando? – Perguntei e me aproximei.

-A culpa não foi sua, nem de Gabrielly.

Meu pai passou a mão no rosto, ofegado e secando as lagrimas. Eu quis e tentei lembrar, me esforcei e não consegui.

-Lorena porque você foi fazer aquilo? Porque você foi fazer birra? Porque? – Ele chorou, apertando a minha mão.

-Eu não consigo entender – Murmurei, mais confusa – O que ele está falando?

-Você quer saber?

-Quero.

Tony colocou a sua mão sobre os meus olhos, ao tirar, estava dentro do carro, eu, minha irmã, meu pai e a minha mãe que estava gravida, feliz. Era o tão sonhado menino.

Gaby estava brincando comigo, quando comecei a chorar, querendo brincar de outra coisa, minha mãe tentou me controlar, mas não parei. Minha irmã também chorou, irritada. Meu pai, estressado e bravo virou para me olhar, sem prudência me deu uns tapas, esquecendo da direção. Invadiu a pista de contra mão, ouviu o grito de minha mãe, tentando desviar, o carro capotou.

Eu chorava, já vendo de longe. Ouvindo o choro de minha irmã, meu pai berrava, ao ver a minha mãe sangrando.

Não houve tempo de socorro, meu irmão caçula faleceu, no ventre de minha mãe.

-Seu pai, não conseguiu lidar com o luto.

-Jogou a culpa em mim – Conclui.

-A culpa nunca foi sua – Tony se aproximou e continuou – As pessoas erram e não sabem admitir a culpa. Não, que a culpa fosse dele, mas seu pai, não aceitou a morte de seu primeiro filho homem – Assenti e em choros o abracei.

Ouvia os batimentos de meu coração, tão fraco quanto a respiração, temia por não bater mais.

Eu chorava, agarrada em Tony. Eu entendia o que havia acontecido, meu pai me feriu muito, foi uma das pessoas que mais me feriu na vida. Mas eu precisava perdoar, por mim mesma, sem magoas a vida era mais suave e doce.

Era necessário, também para que eu pudesse voltar, para os meus filhos



Meninas, estamos chegando a reta final. Últimos capítulos, mas ainda tem o ultimo livro da trilogia, do nosso fofíssimo Breno. 


Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora