Capítulo 32

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O meu coração sangrava, era dilacerado, doía tanto que eu mal conseguia respirar. Era tão difícil ver a vida sem Lorena, e como seria viver? Cacete, eu não queria pensar. Não queria ser obrigado a viver sem ela.

Eu não era namorado de Lorena, era apenas seu ex-marido filho da puta e pai de seus filhos. Quem eu era ali?

Mas eu sofria, como qualquer outra pessoa, eu sentia, almejava ser um sonho e ter certeza que a esperança fosse concreta, ela sobreviveria a esse momento doloroso. Eu estaria com ela, todos os dias.

Puta merda, era o meu fim.

CARALHO!

CÂNCER?

-Vai ficar tudo bem, Luan – Lorena murmurou, entre o choro.

-Não vai Lola, não posso viver sem você – Agarrei Lorena, em um abraço apertado. Ela ofegou e tentou se soltar.

-Luan – Ela murmurou – É um momento difícil agora.

-Acha que eu não sei?

Os olhos de Lorena estavam marejados, seu rosto estava vermelho demais pelo choro e dor.

-Preciso te falar uma coisa – Lorena me afastou dela e me encarou, triste demais. Tão abalada quanto eu – É um momento difícil agora – Ela suspirou – Deveria ter encerrado esse assunto ontem – Ela deu de ombros – De todo o meu coração desejo que você se perdoe Luan.

-Porque está falando isso?

-Eu posso morrer – Lorena murmurou, com melancolia – Meu Deus – Ela murmurou, chorando – Eu posso morrer – Lorena repetiu, com dor – Meus filhos – A mulher me olhou, com tanta dor que eu senti – O Theo, não vai se lembrar de mim – Ela soluçou – Meu filho caçula – Ofegou e secou as lagrimas – Não vai se lembrar de mim.

-Lorena – A chamei, consolando.

-Eles dependem de mim – Abracei Lorena, enquanto ela chorava e soluçava, eu era mole e chorava junto com ela, com muita dor – Luan – Ela se afastou e me olhou, enquanto secava as lagrimas – Me prometa, que independentemente do que aconteça comigo, vai cuidar das crianças?

-Lorena – Murmurei.

-Promete – Ela ordenou.

-Você não vai morrer. Nada vai acontecer.

-Luan, promete – Ela murmurou, sua voz estava fraca e trêmula, ela me encarava.

Eu estava em prantos, sem saber definir o que eu sentia, a dor era grande e alastrava, rasgava meu peito.

Como poderia prometer a Lorena, que cuidaria dos nossos filhos? Como eu ia dar conta? Sem ela, era impossível.

-Prometa, pelo amor que sente por mim – Lorena apelou e eu ofeguei, me pondo de pê.

-Lorena, não vou suportar sem você – Confessei.

-Por favor. Eu vou lutar contra isso, mas se eu não conseguir – Interrompi Lorena.

-Você vai conseguir – Falei, rígido

-Se eu não conseguir, quero ter a certeza que meus filhos serão bem cuidados – Assenti, fechando os olhos e sentindo as lágrimas descerem – Você promete?

-Prometo – Respondi – Você não vai morrer – Falei, abrindo os olhos e encarando Lorena, com determinação e um rastro de esperança, o que eu me agarrava – Você não vai morrer – Ordenei – Não vou e não posso permitir – Fui até ela – Você vai fazer a cirurgia de remoção, fazer a quimioterapia, vai se cuidar e vai dar tudo certo. E quando menos esperar, estará curada. Eu estarei com você, Lorena – Peguei em sua mão, tremendo, com o coração galopando – O amor que sinto por você, vai te dar forças. Eu vou te dar forças – A mulher tirou a sua mão e fungou – Me prometa que vai lutar contra o câncer, você é forte demais. Não prometa por mim, eu não sou nada e ninguém – Meu coração doeu – Mas por nossos filhos.

Lorena assentia, enquanto as lágrimas escorriam. Meu corpo era bombardado de sentimentos, dor e desespero, havia o rastro de esperança, ela ficaria bem!

Eu não estava preparado para a fase mais difícil da minha vida.


Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora