Capítulo 12

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Lorena

Era o dia de ginecologista, saber do meu bebê, feijãozinho. Estava desenvolvendo bem, deveria me alimentar mais e melhor, ficar de repouso para dar tudo certo. Era uma gravidez de risco e teria que ficar de repouso e tomar comprimidos para não poder perder o bebê. Não gostava daquela ideia, odiava me sentir inútil, odiava a ideia de um dia poder perder um filho...

Luan havia assinado o divorcio há duas semanas. Doeu quando vi sua assinatura, havia a parte que esperava e não queria aquilo. Então, estávamos definitivamente separados, era o fim, de tudo.

Seria difícil caminhar sem ele, pois querendo ou não eu era segura porque ele estava lá, sempre para me apoiar e me dar colo. E agora? Não estaria mais. Encontrei descanso em Luan, me arquitetei, me desmontei, enxerguei verdades nele, sempre busquei a opinião dele. Me encaixei, verdade eu dei, fui sincera e fui inteira, só para ele. Eu confiei, nem despertei, silenciei meus olhos por ele. Caminhava com os passos dele, com a certeza dele e me atirei, me joguei dentro do quarto escuro, porque confiava e me precipitei. E agora? Estava sozinha. Fiz de mim descanso pra Luan, o decorei e precisei, tanto que me esqueci de me querer. E agora? Testemunhava o nosso fim.

Tinha que guiar os meus filhos, que estavam jogados de lado. Não conseguia cuidar deles, não suportava quando Breno chorava e pedia pelo pai. Meu coração dilacerava e a minha alma se quebrava.

Quando contei ao Breno sobre a separação, ele chorou muito e não acreditou. Eu não consegui ajudar, não consegui acalma-lo. Ele tinha a necessidade de ficar com o pai, não sabia o que fazer e pedi socorro para a minha ex-sogra, ela cuidou de Breno, ficou com ele durante uma semana. Todos esses dias, Breno implorava, chorava e chamava pelo pai.

Como eu iria suportar aquilo?

Meu filho não era o mesmo, ficava quieto. Não fazia suas gracinhas, não corria pela casa, não contava seus segredos. Estava triste e abalado.

-Vem amor com a mamãe? – Perguntei, estendo a mão para ele vir, Breno negou com a cabeça e abraçou mais o pai. Rosnei e Luan se afastou, sentando em um dos dois sofás. E me perguntei o que estava fazendo ali? Não era o meu lugar –Filha, vamos? – Me aproximei de Nicole, ela ergueu o cenho e fez um bico – Você – Periguei, me obrigando a olhar para o meu ex – Leva o Breno em casa?

-Não, eu já vou sair Lorena – Luan respondeu, ríspido.

-Larga de ser insensível, o menino quer ficar com você – Retruquei, Luan me ignorou. Filho da mãe.

-Mãe, posso ficar com o idiota também? – Nicole perguntou, sorriu com falsidade. Luan tacou uma almofada em Nicole, ela olhou para ele e riu.

-Eu não sou idiota – Luan respondeu.

-Fica mais Lola – Sugeriu Mari, me abraçando de lado.

-Não Mari eu tenho que ir – Sorri sem mostra os dentes – Cuida do seu irmão tá? Qualquer coisa me liga qualquer coisa mesmo – Peguei minha bolsa e minha filha assentiu, se aproximando do pai. Ela também estava com saudades de Luan – Cuida deles Luan –Luan assentiu, sem me olhar – Cuida deles Mari? Por favor – Pedi murmurando.

-Pode deixar – Ela sorriu e me acompanhou até a porta. Alisou a minha barriga e ficou feliz em saber que meu bebê estava bem, pediu para que fosse visita-la mais vezes e que deveria comer mais, estava magrinha. Agradeci o convite e disse que iria mais vezes.

Sai da casa de Luan com um pequeno sorriso, Mari era um amor, um amor de sogra e mulher. Me aproximei do meu carro e vi Marcia se aproximar e me olhar, sorriu com cinismo e falsidade. Sabia que ela era a amante de Luan, a puta.

-Oi querida – Disse Marcia ao se aproximar, olhei para sua barriga, com asco e olhei para ela, cínica e falsa.

-Oi Marcia – Respondi com desdém – Oi Sofia.

-Oi Lorena, lindo macaquinho – Elogiou Sofia, olhei para ela e dei um pequeno sorriso.

-Obrigada Sofia.

Senti-me incomodada com a sua presença, com ela ali, no mesmo lugar que meu filho. Bre não era bobo, mas como estava frágil, era capaz de ficar calado com alguma coisa que ela faria.

-Espera só vou te dar um aviso – Olhei para Marcia, cerrei os punhos e fiquei séria – O Breno não quer soltar do Luan de jeito nenhum e não o trate mal. Se eu souber ou sonhar que você encostou um dedo nele, não responderei por meus atos – Falei, tremendo – Entendeu?

-Ah Lorena você acha que eu faria algum mal com uma criança de cinco anos?

-Seis – A corrigi, ela me olhou com desdém e suspirou.

-Isso flor, não irei fazer nada a seu filhinho. Relaxa. Tenho coisas melhores a fazer, com licença, preciso falar com o meu marido – Ela saiu, sem me olhar.

-Só um aviso – Revirei os olhos e rosnei, sentindo nojo daquela mulher.

Era um pé no saco, só de estar perto dela me dava ânsia, ela era muito nojentinha. Tudo reclamava e nada estava bom. Aah como era ridícula. Eu a odiava. Sempre vivia atrás de meu melhor amigo, para fazer o álbum. Eu não faria e muito menos faria questão de ver as fotos.

Como Luan pode me deixar por ela? Não conseguia entender e via nenhuma qualidade nela. Marcia era tão cheia de si, cínica e falsa. Como Luan poderia se apaixonar por ela? Como pode me deixar? Ela era uma mulher linda, eu achava aquilo, mas nunca engoli Marcia. Era cheia de mimimi.

Agora o meu ex marido estava com ela, como um bobo apaixonado.

Que ódio!

Estava lá, preferindo ela. Trouxa.

Ah que ódio de Luan!

Tudo doía demais, a escolha dele doía muito em mim. Chegava a me odiar porque sofria e sentia demais, chorava enquanto ele sorria com a vagabunda.

Eu não entendia Luan, não entendia o porque da escolha? Era porque Marcia era mais bonita que eu? Não entendia a desculpa esparrada. "Você era ausente, Lorena". Aaah por favor, que desculpa mais idiota.

Luan causou uma grande dor em mim, colocando uma pedra em meu peito, uma dor que não conseguia carregar. Ele plantou, raiva, rancor e magoas.

Me fez acreditar que realmente era a culpada da traição, a culpa não era minha.

Não poderia me permitir ficar assim, queria viver, sem dor alguma, feliz e calorosa com os meus filhos. Não queria sofrer, ou que ele visse a minha dor. Era horrível demais, a dor me fazia ser um monstro. Que era distante e não dava amor aos filhos. Eu não queria aquilo. Ah Deus, como meu coração doía.

Precisava seguir, viver em paz, sem a dor maldita. Só queria estar com os meus filhos e ama-los. Viver a vida, com a minha aura de docilidade, com a segurança que sempre tinha.

Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora