Capítulo 36

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Luan

Já era 16 de junho, nada de Lorena acordar, nada do divórcio sair. Estava tudo tão lento, doloroso e foda. Ruim e horrível. Eu estava vivendo a pior fase da minha vida.

Eram dias ruins, tinha o pequeno projeto de voltar os shows, mas como iria sem Lorena? Ela ainda estava em coma, e meus filhos precisavam de mim Eu precisava ficar com eles, estar por perto.

Nicole e eu tivemos a ideia de deixar Lorena em sua casa. Sempre com o olhar da enfermeira e a visita dos médicos. O quarto havia sido preparado, com todo o cuidado para o caso dela não piorar. Breno poderia visitá-la, sempre que quisesse. O menino estava morrendo de saudade da mãe, chorava por muitas noites, assim poderia fazer carinhos e conversar, como estava acostumado.

Seria bom para Nicole, que também morria de saudade da mãe. Estava sendo difícil para ela, a menina também estava sofrendo, havia se afastado muito, estava mais quieta e fria. Passava a maior parte do tempo, trancada no quarto, não queria falar sobre a mãe, nem para as amigas e eu me preocupava cada vez mais

Estava doendo tanto em mim, a dor era horrível, alastrava o meu peito, queimava todos os dias. A mulher que tanto amava estava em coma, e os médicos não acreditavam em sua volta, poderiam haver sequelas e a grande chance do tumor voltar.

Estava destruído com tudo.

Lorena era tudo o que eu havia sonhado, eu só queria que ela voltasse.

Eu perdi o amor da minha vida, o meu único amor.

Não queria que Lorena morresse, eu não poderia suportar. Eu precisava do perdão dela, precisava dela, viva. Eu a vi sofrer por minha causa, a deixei quando mais precisava de mim, a carreira dela estava no auge, era uma fotografa brilhante, a agencia crescia cada vez mais e estava a todo vapor. Ficou gravida no momento mais difícil, viu o marido traindo e ser trocada, sofreu abusos psicologico e manipulações, todas as piores dores, que eu havia causado.

Precisava mais do que nunca, o seu perdão. E imaginar que ela poderia falecer a qualquer momento, eu surtava e sofria ainda mais, por arrependimento. Se eu pudesse voltar no tempo, com toda a certeza, voltaria. Concertaria tudo, nunca deixaria Marcia se aproximar, nunca seria um péssimo marido, apoiaria mais que nunca Lorena, em sua carreira brilhante. Via Lorena sonhar, comemorar cada contrato, amar cada foto tirada.

Era uma fotografa brilhante e linda. Se dedicava com tanto amor, que me impressionava.

Ela me apoiou em minha carreira de cantor, porque eu nunca apoiei ela?

A dor que sentia era não é só por Lorena possivelmente morrer, era a dor de perceber quem eu realmente era com ela, e o quanto eu a amava e deveria ser melhor, para ela.

O câncer matava, por mais que a mulher fosse forte o bastante, poderia morrer.

Eu não estava pronto, nunca estaria.

Lorena tinha um sorriso lindo, sempre que sorria para mim, eu me reerguia, feliz. Mas quem sorriria para mim agora? Ela não estava bem, dormia, em um profundo e longo coma.

O amor por ela estava em meu peito, cravado, grudado. Eu a amava sem parar, torcendo e almejando a cada segundo para que ela abrisse os olhos e sorrisse.

Lorena estava lutando por Junior, pelas crianças, até por ela mesma, mas nunca por mim. Claro que isso doía em mim, podeira passar noites em claro, chorando e pedindo a Deus para trazer a minha amada de volta, mas ela não lutava por mim. Não era mais ninguém para ela, por minha grande culpa.

Por minha escolha.

**

Já era dez de agosto, e a espera era dolorosa e sofrida.

Já fazia três meses e Lorena continuava em coma. Parecia a eternidade, longa e sem volta.

Eu só sentia falta, só sentia saudade, todos os dias. Queria ouvir sua voz, mais uma vez, sentir seu cheiro e seu abraço caloroso e gostoso. Saudades de seus olhos lindos e grandes, cores de mel. Tinha saudade de sua risada, engraçada e contagiante. Queria ver seus dentes brancos e corretos, sentir seus lábios colados aos meus. Sentia falta de ela sentando firme em mim, com toda a sua intensidade e volúpia, apaixonada, embriagada, entregue.

Sentia tanta falta e tudo me consumia.

Queria ver de novo, seus olhos apaixonados. Sentir como eu era amado, por ela. Seu amor era forte e intenso, nunca me senti amado daquela forma, ninguém nunca me amou assim.

Todo o momento pensava em Lorena, era impossível não pensar nela. Impossível não chorar pela dor e pelas lembranças quem insistir. Minha mente me traia, me traziam cenas dela, nua e linda, os seus beijos, sua pele macia, sua voz doce. O amor que ela sentia por mim, me deixava vivo, me embriagava e excitava.

Ela queimava a minha pele, com seu fogo.

O exame de DNA estava pronto, em minhas mãos. Não havia dúvidas, a menina tinha os meus traços, não todos, como Breno, mas lembrava. Eu só queria ter certeza. Respirei fundo e abri o envelope, li todas as linhas, com pressa até chegar onde eu queria.

Meu coração golpeou quando encontrei o "POSITIVO". Manu era a minha filha, não tinha dúvidas.


Mores, eu tenho alguns capítulos prontos, como estamos na reta final e um presente a vcs pela paciência e mesmo com a demora acompanharam a historia mesmo assim. Pensei em fazer uma maratona, o que acham? Vão acompanhar?

Amando sem parar/ LuanSantana/CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora