Capítulo 29

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Oiiiiii, e ai gente? O que estão achando da reunião da Lydia com o Leoric e o Ruriel? E do Olsen estar ligado a Lydia por alguma razão? Obrigada pelos votos e comentários. ❤

Lydia

A lareira de seu quarto estava acesa e, apesar do fogo estar facilmente se livrando do frio da noite de inverno, Lydia se sentia sufocada pela falta do ar gelado. A cama macia e forrada por lençóis limpos e quentes incomodava sua coluna. Era um quarto estranho, em uma taverna estranha de um homem também estranho. Com certeza ela não dormiria naquela noite. Lydia se virou na cama mais uma vez tentando se acostumar com suas novas condições de vida, até a luz do sol entrar pelas frestas de sua janela, e o tilintar de louças começar a ser ouvido no andar debaixo.

Ela vestiu as roupas surradas que vestia no dia que saíra de Rainelle, eram as únicas que tinha, tentou cobrir os rasgos da melhor maneira que pode usando as peles que ainda trazia consigo. Talvez pudesse sair para caçar. O inverno, naquela vila, parecia ser bastante rigoroso.

Lydia desceu as escadas cautelosamente, e assim que chegou no salão, o cheiro de pão assando encheu suas narinas, algumas tochas ainda permaneciam acesas, já que a pouca luz solar vinda das janelas não era suficiente para iluminar todo salão.

- Bom dia, Lydia. - Ouviu.

Leoric a olhava enquanto segurava um jarro e o levava para a mesa mais próxima, onde muita comida estava disposta.

- Bom dia, Leo... er... tio?

Lydia ainda não tinha se dado conta que naquele lugar o nome do cavaleiro d'O Antigo era outro. E o que era pior, ela tinha se esquecido do nome que ele lhe instruíra chamá-lo. Uma gargalhada alta a tirou do devaneio.

- Leo? Esse é o seu apelido mestre? Sabe, conheci uma moça que se chamava assim durante as feiras, ela tinha um beijo incrível. Acredito que nunca conheci um homem que usasse um nome tão... digamos.... Feminino.

- E eu nunca conheci um homem que nunca falou com uma mulher e que ainda sim fique contando vantagem sobre garotas inexistentes.

Lydia riu diante da carranca de Ruriel. Mestre e aprendiz se viraram para ela com expressões incrédulas em seus rostos. De certa forma, o som do seu riso, os lembrara que ela ainda estava lá. Ruriel continuou guardando louças na cozinha, enquanto Leoric limpou a garganta desconcertado e disse:

- Sente-se, venha comer.

Lydia assentiu enquanto ia até a mesa cheia de comida. Seu estômago roncou de ansiedade. Assim que se sentou na mesa, Leoric colocou a forma de pães assados na sua frente.

- Fique à vontade lin, coma o que quiser. - Disse o cavaleiro.

Lydia abaixou a cabeça para a comida na sua frente. Ela ainda não tinha conseguido julgar o caráter de Ruriel. Ele parecia ser uma boa pessoa, mas ao mesmo tempo fazia e falava coisas que davam uma impressão totalmente diferente sobre ele. Ela agarrou um pão e passou um pouco da manteiga de leite, o som crocante do pão contra seus dentes, fizeram seu estômago implorar por mais. Depois de quase um ano racionando comida, Lydia se obrigou a comer devagar, e manter a dignidade perto daqueles estranhos.

- Lydia, fui até o mestre tecelão e comprei umas roupas para você. - Disse Leoric apontando para a pequena mesa encostada na parede de pedra. - Sei que a viagem maltratou as roupas que trouxe de Dunandir.

Lydia franziu a testa, e Ruriel bufou, exasperado.

- Não sei porque ainda teima em mentir para mim. - Ruriel falou.

Ela ficava a exatamente três dias de viagem de Rainelle e era um ponto importante de comércio do rei. Não tinham combinado uma história sobre seu aparecimento repentino em Litherl, mas aquela era uma deixa que Lydia não era burra o suficiente para não reconhecer.

A Canção do Antigo (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora