Capítulo 61

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Leoric

Leoric saiu da casa e se deparou com uma Agalesia acordada, e movimentada, aqueles que não podiam lutar eram levados para abrigos escondidos por passagens secretas, ainda mais embaixo da montanha. Conseguiram sobreviver mesmo se perdessem. O vai e vem de pessoas, o barulho metálico das armaduras, e as amoladoras de espadas eram sons conhecidos por ele.

Todos pareciam ocupados, com lugares para ir e tarefas para cumprir de última hora. Os soldados da linha de frente de batalha começavam a se aglomerar perto da estreita passagem para o lado de fora. Tinham que sair rapidamente, assim que o vigia desse o sinal que o vale estava limpo.Não era a primeira vez que ele tinha lutado em uma batalha como aquela, na verdade a sua última tinha sido três vezes maior. Mas o que o preocupava naquela especifica era Lydia. Ele não ficaria ao seu lado. Teria que lutar sem saber o que estaria acontecendo no fronte, já que sua tarefa era liderar a divisão que atacaria por trás.

  — É bom vê-los. —  Leoric escutou a odiada voz de Losandro, quando via o homem se esgueirar do meio dos soldados.

Losandro não usava armadura, apenas vestes cumpridas e marrons, como aquelas que os magos elficos vestiam segundo os livros que tinham encontrado naquela cidade. Aquilo fez sua antipatia pelo representante de Aurealia crescer ainda mais. Ele não era um elfo, nenhuma das pessoas aqui eram, mas mesmo assim teimavam em tentar imitar seu estilo de vida, algo que nem ao menos sabiam se era real, ou se era sensacionalismo dos livros antigos. 

  — Não acha que devia começar a se aprontar, Losandro? — Leoric perguntou. — Temos pouco tempo para a batalha, e ainda nem colocou sua armadura.

— Um bom mago não necessita de armadura, cavaleiro. — Ele falou em um tom debochado, antes de se virar para Lydia. — Garota! Venha comigo, tenho que te passar algumas coisas antes de sairmos.

Leoric deu um passo em direção a Losandro e segurou seu braço com firmeza.

— Se algo acontecer a ela, prometo que vou te caçar, e quebrar todos os ossos de seu corpo antes de matá-lo lentamente.

— Se algo acontecer a ela, cavaleiro, nós dois estaremos muito mortos para qualquer coisa assim. — Losandro respondeu com um meio sorriso. —   Agora, se não tiver mais nada importante para falar, tenho que conversar com minha aprendiz, venha Lydia.

Lydia olhou para Leoric em interrogação, antes de andar em direção a Losandro. 

Leoric assentiu para ela, e pela primeira vez depois de muito tenpo rezou a Nirl para que a protegesse.

— Vamos Ruriel. — Ele falou depois de verem Losandro guiar Lydia para longe.

O caminho até a passagem leste foi vencido rapidamente pelos dois. Ruriel parecia nervoso e inquieto. Se a ideia de deixar Lydia sozinha estava incomodando até mesmo Leoric, ele se perguntava como não estava sendo para o garoto, que além de uma preocupação natural com a amiga, ainda compartilhava com ela um elo de sangue, como seu cavaleiro.

  — Leoric. — Ele ouviu uma voz o chamar antes que pudessem se juntar a multidão de soldados aglomerados perto da passagem leste. — Estava te esperando.

Isabel tentava se esgueirar da multidão tensa que não lhe dava muita atenção pelo seu tamanho pequeno. Apesar de agora ser uma mulher, seu corpo delicado e fino ainda o lembrava da menina que costumava segui-lo para todos os lados em Agalesia, quando ele e Selene tinham se mudado para lá.

  — Não devia estar com os outros curandeiros Isabel? — Ele perguntou.

Isabel tinha o sangue do Antigo, assim como muitas pessoas naquela cidade, mas seu poder era diferente, único, como a magia do Antigo deveria ser. Ela era uma curandeira excepcional, nascida em Agalesia, tinha treinado como uma desde muito nova. Isabel não era uma guerreira.

A Canção do Antigo (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora