Capítulo 48

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Musica: Paramore The Only Exception

Abri os olhos, e vi acima de mim galhos e folhas. Era uma macieira, estava carregada com a fruta. Confusa eu me ergui, mas não levantei, apenas fiquei sentada. Meus olhos então contemplaram a coisa mais linda que eu já vi: era uma grande cerra, verde e bonita. Ao fundo, do lado esquerdo de minha visão, havia uma bela floresta, ao lado direito um lago de água azul como o céu. O sol estava quase beijando-a, e sua claridade refletia na água.

Me levantei, meia perdida com a situação. Eu não sabia como eu estava ali. Parece um sonho, mas é tudo tão real.

Será que se eu comer isso, vai ter o mesmo gosto? — Ouvi atrás de mim uma voz que eu reconheci bem, era o Drake. Me virei sorrindo, mas quando eu o vi, tomei um susto que me fez dar dois passos pra trás.

Drake? Como assim? — Perguntei. Ele agora estava como... um humano, voltou a ser magro, não estava mais pálido e seus olhos voltaram a ser castanhos. Ele vestia uma bermuda azul de algodão, e uma camiseta branca, calçava um chinelo havaianas; a clássica azul e branca. Segurava em sua mão uma grande maçã.

Hum, vou saber agora. —  Continuou levando-a boca. Porém quando mordeu e mastigou, fez uma careta de nojo, cuspindo o resto. Aparentemente o gosto estava bem ruim, e eu ri, obviamente. Mantendo a expressão, pôs a maçã no chão descartando-a.Eca! O gosto continua o mesmo. — Reclamou pondo a língua pra fora.

Isso é um sonho? — Perguntei me aproximando.

Bom... sim... um sonho feito através da nossa ligação. — Respondeu. — Eu criei isso aqui, tentei fazer o mais realista possível. Mas não pude mudar meu paladar, continua alterado pro vampirismo. — Explicou. — Eu estou com as minhas presas? — Perguntou comprimindo as sobrancelhas.

E... não... — Respondi. Ele deu de ombros.

Hum... também continuo a sentir seu cheiro. — Ele disse. —  Delicioso como sempre. — Falou. Eu comecei a rir, a rir tanto que gargalhei. Ele me olhou perdido, mas sorrindo de maneira boba.

E muito engraçado ver você falando como um vampiro, mas com essa aparência. — Falei me contendo. Pela cara dele, ele ficou meio constrangido. — Por que você fez isso? — Perguntei. Ele levou as mão para trás e abaixou a cabeça momentaneamente, até levantar o rosto e me olhar sem jeito. 

E que... sei lá, acho que você gostaria mais se me vesse como humano. — Respondeu. Quase surtei, ele humano fica tão fofo, sabe aquela vontade de amassar a pessoa até sair um caldo? Então, e essa minha vontade agora, apertar ele muito. Mas mesmo assim, não acho que isso é necessário, não é mesmo necessário.

 Convivendo com você, percebi que como vampiro você é muito mais você do que como um humano. Eu te amo e por isso eu te aceito assim. Não quero que você seja o que não é por mim — Falei. Ele não escondeu a cara de surpresa, e um largo sorriso surgiu em seu rosto.

Bom eu não estava mentindo, realmente, ele de fato cai muito bem como vampiro. Não sinto tão mal em admitir, e acho que minha visão e percepção das coisas vem mudando muito. Eu hoje não o vejo mais como um predador que devo sentir medo, vejo como alguém que fez tudo para que eu estivesse ao seu lado. 

No entanto ainda é estranho saber que ele deseja meu sangue toda vez que desperta, ou quando não se alimenta de sangue fresco. Há também o fato de que a qualquer momento pode surtar de raiva e me ferir sem querer, apesar que nesse ponto eu não temo muito, ele sabe controlar as emoções. Porém, acho que talvez esses receios se percam com o tempo.

Anjos do AnoitecerOnde histórias criam vida. Descubra agora