Capítulo 47

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Música: ONE OK ROCK The Beginning

— Trouxe o que pedi? — Perguntou a bruxa ao notar Rodrigo se aproximar.

— Aqui está. — Mostrou lhe uma rosa, a mesma rosa que Selena cortou o dedo. — O sangue dela está no caule. — Informou. A bruxa aproximou-se.

— Isso... — Tomou a rosa de sua mão. — Agora eu tenho algo que pertence a ela... — Comentou  virando-se. Tomou rumo da cozinha, Rodrigo foiatrás.

— Por que precisa disso? 

— O feitiço necessita de algo que esteja ligado à pessoa, como sangue, roupa íntima, saliva. Você trouxe o melhor, e ao mesmo tempo, a oferenda. — Explicou. A bruxa parou frente a um grande caldeirão, suspenso por uma corrente chumbada no teto. Abaixo dele estava a lenha.

— E que feitiço você irá fazer?

— Um feitiço de amor não irá funcionar, mas um feitiço de ilusão sim. O feitiço que irei fazer fará de você, aos olhos dela, a pessoa que ela ama. 

— Ótimo, e mais do que necessário.

A bruxa tocou seu cetro na beirada do caldeirão e, inexplicavelmente, uma água escura começou a jorrar sobre a parede do recipiente, enchendo-o rapidamente. Rodrigo observou tudo de braços cruzados, estava impressionado, mas não deixou transparecer.

"Invoctus incendius", pronunciou. A lenha entrou em chamas e o líquido negro começou a ferver.

— Uau! — O lobo exclamou, a bruxa sorriu de lado.

— Sugiro que abaixe a cabeça. Isso no caldeirão é o mal puro e concentrado, não é bom para não-bruxos. — Advertiu. Rodrigo o fez um pouco desapontado, e a bruxa então jogou a flor no caldeirão.

"Invoctus ilusius amarus, notus ilusius humanus." Começou a pronunciar." Invoctus ilusius amarus, cunjuros ilusius amarus. INVOCTUS TU ILUSIOS! " Finalizou com voz alta.

Nesse momento, algo começou a emergir do centro. A coisa foi erguendo-se até sair completamente. Era um esqueleto, com vestes de um palhaço ilusionista.

A figura saltou, caindo em pé a beira do cadeirão. Segurava a rosa em sua mão esquelética.

— Oláaa! — Comprimentou com uma voz rouca, aguda e travessa. Exatamente como um palhaço demoníaco. — Que bela rosa! E para quem? — Perguntou.

— Para uma garota, então o feitiço está pronto? — Indagou

— Mas é claro! Seu pedido é uma ordem! — Disse entregando a flor para ela.

— Que ótimo, muito bom! — Elogiou observando a rosa em sua mão. A criatura olhou para o lado, e percebeu Rodrigo de cabeça baixa.

— Olha para mim rapaz! Se entregue a curiosidade. 

— Não olhe, ou ele possuirá seu corpo e só sairá com sua morte. — Advertiu olhando para coisa. O demônio gargalhou alto, e no fim de seu riso pulou para dentro do caldeirão, fazendo o líquido expelir para fora, esvaziando-o completamente. Porém, misteriosamente, nem a bruxa, nem o local foi manchado.

Rodrigo ergueu a cabeça, e percebeu que tudo normal. Ele havia ouvido as vozes, entretanto, não se atreveu a olhar diretamente para a figura.

— Tá... — Começou a dizer olhando ao redor. — O que aconteceu aqui? — Perguntou parando o seu olhar na bruxa.

— Magia, nada mais. — Respondeu desafiando a inteligência do lobo.

— Por que tinha um fucking Pennywise aqui? — Indagou. Ele não olhou seu rosto, mas pode ver suas vestes de relance.

Anjos do AnoitecerOnde histórias criam vida. Descubra agora