Capítulo 59

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Musica: Mike Posner - I Took A Pill I Ibiza


"Como pode haver céu e sol em uma caverna?" Rodrigo se perguntava enquanto caminhava por aquele vilarejo. As casas de madeira, ao contrário das da alcateia, eram lindas e aconchegantes. Ele se sentia em um filme de fantasia, belas árvores e grande presença do verde o encantavam. Um lugar privado da tecnologia, adotando um modo de viver calmo e tranquilo.

Andava com aquele que havia o recebido, e que havia se apresentado como Otávio. Ao contrário do bruxo, ele contemplava as belezas do local com justificável fascínio em seu rosto.

Em um determinado momento, o aprendiz de bruxo se surpreendeu ao ver uma criança levitando no ar, "sentada" de pernas cruzadas. Aparentemente estava meditando, e uma luz singela a rodeava. Logo percebeu que aquilo era a magia perante seus olhos.

As coisas fascinantes não pararam por ali, pois ao caminhar mais um pouco, avistou um velho senhor, que semeava a terra com experiência. Porém não foi isso que o impressionou, mas sim quando o senhor se ergueu, e estendeu sua mão para a terra mexida, pronunciando algo que ele não entendeu bem. No entanto aquilo fez a semente germinar e nascer, crescendo em uma velocidade incrível, tornando-se uma bela mangueira em segundos, e além de crescer rapidamente era gerou flores e logo em seguida os frutos.

O senhor apanhou uma, e ao ver Rodrigo caminhou até ele. O garoto parou de andar, e aguardou o homem se aproximar.

— Poderia provar? Preciso da opinião de alguém. — Pediu de forma simpática e amigável.

— Claro. — Se dispôs pegando a manga aparentemente madura. Notou era bela e suculenta, que despertaria fome em qualquer um. Por isso, a descascou e mordeu, sentindo um sabor inigualável, a qual nunca sentira na vida.

— É então? — Perguntou curioso, parecia mesmo disposto a saber a resposta de Rodrigo.

— Isso é... MUITO BOM! — Respondeu mordendo novamente, degustando com vontade aquele sabor adocicado e diferenciado que a fruta possuía.

— Isso é ótimo, a anos tento realizar esse feitiço, vai ser muito útil para nós. — Comentou alegre — Bom, eu sou Jeremias, e você quem é?

— Rodrigo. — Respondeu mordendo-a novamente, as linhas da fruta se acomodaram por entre seus dentes, causando um leve incômodo.

— Nunca o vi por aqui, e noviço, não é?

— Sim. — Respondeu novamente. O senhor assentiu e disse:

— Bom, vou voltar aos meus afazeres, até mais garoto. 

— Até. —  Despediu-se. 

 O velho ajeitou o macacão rasgado e tomou seu rumo. Tal veste combinava com sua blusa xadreza verde e vermelha, assim como com seu chapéu de palha.

— Bom, acho que pôde ver um pouco do nosso modo de viver. — Otávio falou para ele, fazendo-o olha-lo.

— Sim, e bem legal. Como que vocês conseguiram fazer isso? Criar isso tudo aqui? — Perguntou mordendo a fruta uma última vez, encerrando sua degustação. Lambeu as mãos ao perceber que não havia nada para se limpar.

— A natureza nos presenteou com essa morada, em cada país a uma, a nossa é aqui. E um lugar onde estamos longe dos seres malignos do mundo, principalmente vampiros.

— Vampiros?

— Sim, nunca nos deparamos com um, mas sabemos as histórias, e por isso estamos sempre atentos. Um ataque é provável.

— Desculpa mas... eles não sabem da existência desse lugar. — Contradisse sério, o homem o encarou com a mesma expressão.

— Como pode afirmar isso? — Perguntou desconfiado, talvez tanto tempo longe do mundo exterior o tenha deixado um pouco ignorante.

Anjos do AnoitecerOnde histórias criam vida. Descubra agora