Capítulo 19 (parte II)

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Musica: Ciara Paint it, Black

Drake relutou até o máximo que conseguiu, mas acabou por ceder. Levou a bolsa de sangue a boca e começou a beber. O líquido agradou seu paladar de tal maneira que ele descontrolou-se, tomando-o sem ao menos parar para recuperar o fôlego. A sensação da primeira alimentação era prazerosa e inédita, o sangue supriu seu poder, e isso somado a noite lhe agradou demasiadamente. Porém tal sensação não perdurou por muito tempo, pois logo o sangue acabou, e o mesmo era insuficiente para saciá-lo. O vampiro olhou para o plastico vazio em suas mãos e então percebeu que havia se rendido aos seus instintos.

Irritado consigo mesmo, jogou a bolsa para o lado. Essa irritação se ampliou ainda mais ao perceber que ainda sentia fome, que ainda desejava o que jurou nunca beber. Suas presas já não doíam e a cabeça apenas latejava singelamente. No entanto, seu olfato apurado sentiu um cheiro, ainda mais agradável do que o sangue na bolsa. Seu olhar foi direcionado a porta, e agora era sua boa audição que se fazia presente.

Tum tum... tum tum... tum tum...

Impossível não reconhecer o batimento de um coração, e aquele simples som fez crescer o desejo que mais temia ter, o de morder alguém. A respiração daquele humano também fora ouvida, era como se farejasse sua presa. Ele já estava entendendo o que estava acontecendo, havia um humano do outro lado da porta, e esse fato se confirmou assim que ouviu alguém bater duas vezes.

Levantou-se consciente de que não deveria o fazer, que deveria ficar ali sentado e o esperar ir embora. Contudo ele desejava se alimentar mais, e a ardência em sua garganta ampliou ainda mais essa necessidade. Passo a passo, arrependendo-se de cada um, ele foi se aproximando ate parar. Frente ao portal de madeira, sentiu o aroma ainda mais forte, e por esse motivo girou a maçaneta, abrindo-a.

Encontrou uma garota dos olhos azuis e cabelo castanho. Tais características não foram as primeiras a serem notadas por ele, mas sim seu pescoço. A garota abriu a boca para dizer algo, mas não disse, pois Drake afastou-se com a mão na boca.

Quem é você? — Perguntou. Sua voz saiu abafada, e por isso tirou os dedos de seus lábios . — Por que está aqui?!

Vim aqui para serví-lo. Disse confusa. Nunca havia lidado com um recém-transformado, e por isso não entendeu o motivo dele estar tão desequilibrado. Está bem?
Perguntou preocupada, aproximando-se.

FICA LONGE DE MIM! Gritou, assustando-a. O vampiro ajoelhou-se, se apoiando nas mãos. Ali pode ver suas unhas crescerem e ficarem afiadas como garras Não quero machucar você.

A garota ficou confusa, mas logo irritou-se com a situação.

Quer saber eu vou embora, você e maluco! Disse ela impaciente, virando-se.

Drake ergueu o rosto, e então perdeu o controle. Levantou-se com velocidade e avançou, puxando-a pelo braço e a derrubando. Descontrolado, subiu em cima dela e rosnou, a garota desesperada começou a socar seu peito ineficientemente, pois o vampiro segurou seus braços e os prensou contra o chão, imobilizando-a.

Me solta! Me solta! Ela mandou apavorada. Seu clamor amansou o predador em Drake, e por isso o garoto voltou ao controle.

Anjos do AnoitecerOnde histórias criam vida. Descubra agora