Capitulo 73

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Musica: Starset- My Demons

— Vladimir. — A calma e sensual voz de Zayah chamou sua atenção.

— Sim? — Permanecendo de costas ele respondeu. Segurava uma taça na mão, já pela metade.

— Os anciões o querem no conselho. — Advertiu.

— Eu sei... — Pausou brevemente. — Sabe? — Girou-se sob o calcanhar, encarando-a sério. — Devo concordar que o que você disse é verdade. — Entortou os lábios, pensativo.

— E eu disse algo sobre? — Procurou saber, um tanto perdida.

— A questão do trono nunca foi algo tão significativo, mas sim o fato de ver meus pais serem vítimas de um golpe por poder. — Começou. — Você veio até mim, fingindo querer me ajudar, me dando boas idéias, mas tentou me trair com um renegado. — Falou com voz assustadoramente calma. — Porém esqueceu-se de que eu não confio em ninguém. — Falou virando-se. A vampira o olhava sem jeito, e ele sorriu. — Está vendo esse Império? Foi o único ponto positivo dessa... injustiça. Lissandra não tinha culpa, e foi uma boa rainha, convenhamos. Porém, a cidade dos vampiros vai ruir, e grande parte do motivo, por nossa causa. — Dito, virou a taça de uma vez, bebendo todo o restante do sangue. — Sugiro que não cometa os mesmos erros que eu, ou vai ter o mesmo fim. — Foram suas últimas palavras, antes de sair deixando-a ali, sozinha.

Sentados ainda em cima da locomotiva, observavam a paisagem passar enquanto conversavam

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Sentados ainda em cima da locomotiva, observavam a paisagem passar enquanto conversavam. Drake e Heigi puseram suas espadas ao lado deles, para que elas não as incomodassem na bainha. Leticia e Selena tiveram que admitir, estava sendo uma experiência diferente, mas ao mesmo tempo muito boa. Sabiam que agora tinham grandes fraquezas durante o dia, no entanto, isso não tirava delas a sensação de serem indestrutíveis.

O assunto morreu, mais por opção deles do que por espontaneidade. Já estavam chegando na grande Belo Horizonte, teriam que descem em breve, mas queiram aproveitar ao máximo aquele momento tão simples.

Sentimentos, algo que Selena pensou que seriam bem mais fracos, pelo menos no começo. Estava errada, redondamente errada, na verdade ela sentia muitas coisas, e uma delas era a pequena parcela de culpa e vergonha, pelo que tinha acontecido momentos antes.

Perdeu o controle pela primeira vez, e percebeu que "perder o controle" não era um termo tão apropriado, isso por que se ela realmente quisesse, teria evitado.

Não pode evitar de comparar aquilo as compulsões humanas, pensou nas várias vezes que cedeu as suas vontades, por que no fundo queria as fazer. Era uma verdade que precisava ser aceita, bastou a curiosidade de saber como é morder alguém, de saber o gosto do sangue, somado ao atrativo cheiro de Rodrigo para ela se deixar levar. Se entregando ao desejo, seu instinto predador falou mais alto, e acabou agindo com um animal.

Era estranho.

Parecia ser tudo mais forte, mais intenso, era como se o vampirismo tivesse ampliado a personalidade que já tinha. Bom, era uma hipótese provável, já que pelo que se lembra, a língua de Drake era menos afiada quando ele ainda era humano.

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