Capitulo 11

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GABRIEL: Está ansiosa?

HANNA: Não, deveria?

GABRIEL: Estou pensando.


Preciso conversar com ele agora mesmo, isso está tirando a minha concentração. Eu olho bem fundo nos olhos de Gabriel e começo a falar.


HANNA: Você realmente queria me beijar ontem?

GABRIEL: Você quer mesmo falar sobre isso agora?


Droga... Eu não deveria ter começado...


GABRIEL: Vamos sair para jantar esta noite. Conversamos sobre isso lá. Prefiro me concentrar no trabalho agora.


Gabriel se aproxima de mim, sorri e coloca a mão em meu ombro. Seu dedo acaricia a minha clavícula suavemente, e logo ele volta para o seu escritório.

No final do dia, Gabriel me leva a uma pizzaria perto da empresa. Sentamos de frente um para o outro, fizemos o pedido e começamos a comer.

Gabriel olha fixamente para mim, e cruza as mãos sobre a mesa. Eu não digo nada, espero ele começar a falar.


GABRIEL: Certo...vamos conversar sobre isso. O que você quer saber?

HANNA: Eu não entendo esse seu joguinho.

GABRIEL: Eu explico... Só me responda uma coisa.

HANNA: Sim?

GABRIEL: O que você achou de tudo isso?

HANNA: Me deixou desconfortável...

GABRIEL: Mas apesar disso, você gostou?

HANNA: É complicado, Gabriel.

GABRIEL: Mudaria alguma coisa se não fossemos colegas de trabalho?

HANNA: Possivelmente...

GABRIEL: Hmm...


Gabriel está com um olhar intenso, que me deixa tímida, ele parece estar me investigando, me analisando, lendo minha mente.


GABRIEL: Você gosta de mim?

HANNA: Não é tão simples assim...

GABRIEL: Sua resposta diz muito.

HANNA: Como assim?

GABRIEL: Você ainda está resistindo. Foi algum término de relacionamento? Isso explicaria sua hesitação, seu medo de se entregar.

HANNA: Sim, eu tive um relacionamento conturbado...

GABRIEL: Você é uma mulher linda, Hanna, sabia?


Eu fico vermelha.


GABRIEL: Deixei você envergonhada?

HANNA: Desculpe...

GABRIEL: São apenas elogios. Aceite-os e tudo bem... Você acha que estou dando em cima de você?

HANNA: Parece que sim.


Gabriel pega em minha mão e desliza seus dedos longos e firmes entre os meus, sou tomada por um arrepio intenso, quase eléctrico.


GABRIEL: Você é jovem, Hanna. Tem muito a viver, você precisa aproveitar a vida. Nós somos artistas, precisamos vivenciar novas experiências. Está me acompanhando?

HANNA: E se acontecer alguma coisa?

GABRIEL: Não há grandes aventuras sem correr algum perigo.


Gabriel leva a minha mão até seu rosto e a desliza até seus lábios. Ele beija a minha mão, estou tensa, não consigo me mover, acho que estou gostando...


HANNA: Eu...

GABRIEL: Não tenha medo de algo que pode ser bom para você... Beije minha mão.


Gabriel sorri para mim, ele leva a mão até minha boca, ele aponta com o queixo, pedindo para que a beije.

Eu me deixo levar pela brincadeira, entro no jogo e me inclino em sua direcção, eu beijo sua mão, e fico envergonhada.


GABRIEL: Como foi?

HANNA: Estranho...


Gabriel dá um leve sorriso, o suficiente para exibir os seus lindos dentes brancos. Tenho a impressão de ter feito algo bobo ou muito bom.


GABRIEL: Viu só, você acabou de desencadear uma coisa. Dentro de você, algo aconteceu. O que gostaria de fazer agora?

HANNA: Eu não sei.

GABRIEL: Beije minha mão novamente...


Eu beijo a mão de Gabriel novamente, estou surpresa por ter gostado disso. Olho para ele e beijo novamente, mas agora sem qualquer vergonha. Sinto seu pé debaixo da mesa, acariciando o meu tornozelo. Eu coloco minha perna para a frente, olho para ele e sorrio.

Então, coloco sua mão na mesa, olho para os seus dedos, e sorrio de nervosismo. Ele a levanta e coloca sobre a minha.


GABRIEL: Você gostou?

HANNA: Acho que sim.

GABRIEL: Eu tenho certeza.


Gabriel solta minha mão e deixa de acariciar o meu pé debaixo da mesa.

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