sinopse

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Mãos trêmulas. Suor frio. Faz tempo que não leio o que está aqui. E estou me sentindo assim, por que...ela passou o que passei. De modo totalmente diferente, mas...ainda assim vivemos. Nely parada ao meu lado, segurando a mãozinha do irmão. Todo ano estamos aqui. No mesmo dia, no mesmo horário a cinco anos. Cinco anos que ele se foi. Sumiu de vista, bem na nossa frente. Eles se foram.  Encontrei essa... digamos que carta, numa gaveta qualquer do banheiro. E aqui estamos nós. Estou eu. Tomei fôlego.

"Não sei como aconteceu. Realmente passou despercebido. Quando dei por mim...estava lá. Enraizado. Fincado. Preenchido e sufocadamente doloroso.  Inconscientemente eu sabia que foi no instante que pus meus olhos em você.

Agora tudo faz sentido. O abandono dos meus pais.  Você, sua chegada, tão brusca, delasseradora que abalou todos os cantos do meu ser. Da pior forma possível. Você era um monstro. O pior já existente na terra. Há monstros de diversas formas, e a forma que você usava, era  assustadoramente linda. Seus olhos ferozmente brilhantes. Seu sorriso charmoso o usando tanto para inebriar/cativar quanto para impor medo/aterrorizar. Seu porte físico. Inúmeras coisas. E talvez tenha sido a sua beleza que...me... hipnotizou. Me deixou inerte. Anestesiada. Me levando a achar que...te amava apesar de tudo."

— O fato é que sinto muito sua falta. - sussurrei. Nely aos soluços ao meu lado. Gale com o rostinho enterrado na blusa da irmã.

Doeu quando chegaste, quando ficaste, quando partiste.

Olho em volta... tudo em silêncio. Suspiro olhando para os dois túmulos vazios, a minha frente. O fato é que me sinto aliviada um pouco. Principalmente por meus filhos não verem o lado ruim do pai. Mas ele não era de todo ruim. Não mesmo. Situações o levaram ao...extremo, mas ele era.... talvez ainda seja um homem extraordinário.

Estamos seguindo em frente. Firmes e forte.

Sempre, sempre irei te amar. - completei.

Condenar alguém...nunca. Seres humanos apesar de racionais erram.

Nossos filhos sempre irão te amar.

DEVO AMAR-TE? (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora