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Clarisse Williams

Não admito que pessoas sejam superiores a mim.

Eu sou o centro. Eu preciso ser o centro. Ser melhor em tudo!

Desde a infância. Desde quando precisava me esconder de meus amigos que me humilhava por eu ser filha de uma costureira inútil.
Filha de uma mulher escrota que fazia roupas para as madames.

Não queria ser igual a ela. Uma descuidada e burra por não conseguir um homem rico para bancar a casa.
Engravidou de um bêbado que nos deixou na miséria.
Vivíamos com tão pouco, no mundo que exigia muito.
Então eu a deixei, ela não precisava de mim. Mas eu sim precisava, do dinheiro.
E vivendo com ela eu não conseguiria isso, porque ela não era inteligente como eu para conseguir um homem rico.

Foi difícil encontrar um lar e um trabalho. Adicionando o fato que eu tinha dezesseis anos, em uma cidade desconhecida. Mas eu consegui me estabilizar e cuidar da minha aparência.
Conheci meu querido amor, Lucca.
Ele tinha os melhores planos.
Lucca queria crescer tanto quanto eu.
E foi assim que conheci Alessandro, com a ajuda de Lucca. Depois de longos anos, eu consegui conquistar ele.

Mas vocês não precisam saber disso agora.

Minha história mudou, eu irei ter todo o poder logo! Tenho tudo que quero em minhas mãos. E por mais que Alessandro negue, ele também está em minhas mãos.

Dezesseis anos atrás

____ - Trouxe um presente! - Minha mãe falou adentrando a casa.
Tirou seu casaco grosso que a protegia do frio e em seguida o cachecol e o jogou sobre a mesa de jantar, onde ficava toda a bagunça que nos impossibilitava de comer. Incluindo sua máquina de costura.
Fechou a porta de madeira que rangia à cada movimento e suspirou sorridente ao me ver sentada no sofá velho da sala.

- Hoje é Páscoa, e queria te fazer uma surpresa! - Ela colocou as bolsas de plástico no tapete da sala e começou a procurar algo entre elas. - Aqui está. - segurou um vestido com pedras brilhosas - Não é lindo?

Me sentei próxima à ela e reparei no vestido. Não parecia ser novo, e isso era um motivo para minhas amigas rirem de mim. Por está usando roupas velhas.
- É horrível. - Falei seca.

- Ah querida... Eu posso arrumar! Eu sou uma ótima costureira, posso deixar ele ainda melhor. - Minha mãe falou cheia de orgulho enquanto sorria olhando aquele pedaço de pano velho.

- Não vou usar isso. Kedall, Judith e Érica irão rir de mim. - Falei.

- Clarisse... o que a mamãe disse? Você precisa ter amigas com a mesma vida que a sua! Elas são um nada.

- Você não é nada mamãe. Se fosse alguém não iria trabalhar durante horas para vender vestidos para a mãe delas. - Respondi.

Minha mãe abaixou o vestido que estava em suas mãos, me olhando incrédula.

- Tem razão! Mas sabe o que eu e a mãe delas temos em comum? Não pelo fato de ser costureira. Mas saber que essas mulheres não educam as filhas da maneira correta, e eu também não. Você é tão estúpida quanto suas amigas . - Falou colocando o vestido dentro da bolsa com rapidez e brutalidade. Tirou as sacolas do chão e as jogou em cima do sofá.

Em Suas MãosOnde histórias criam vida. Descubra agora