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Valentina Smuck

A insônia sem dúvidas era a minha companhia mais indesejada. A pesar de lutar contra falta de sono, me rendia à ela.

Expulsei com mastreia os lençóis pesados de meu corpo e me sentei sobre a cama tentando recuperar meu campo visual limitado pela noite, aliás, nenhuma iluminação ousava-se à atravessar as cortinas grossas que recobriam as janelas.

Mesmo com peças de roupas finas em meu corpo, e o clima gélido exterior, não me importei de sair do quarto sem agasalho.

Vasculhei com o olhar a fim de encontrar um movimento nos corredores da mansão, mas naquele horário da noite, pouco provável ter funcionários passeando pela casa, ou estavam trabalhando com a limpeza ou mantendo a segurança local impecável.

Em meus pensamentos, era necessário suprir minha distração para que o tempo corra depressa, e tudo indica que a biblioteca entregava diversos entretenimento.
E foi exatamente para lá, que segui meu caminho.

Empurrei a porta de madeira branca, e inalei o ar de livros no interior, não fechei a porta, apenas encostei.
Mantive minha atenção aos móveis carregado de livros interessantes, em uma sincronia e organização caprichada.
Pela linhagem da família, acredito que aquele lugar era o menos frequentado.

Cruzei meus braços timidamente, talvez naquele momento eu estava sendo fortemente vigiada pelas câmeras de segurança, mas essa fato não me impediu de seguir para a área interior das longas estantes pretas.
Embora seja uma biblioteca moderna, com uma iluminação singela e sofás acolchoados, os livros composto por ela eram ultrapassados e antigos fisicamente.

Andando em um caminho não convencional, me deparei com um cofre preto, trancado à chave. Imaginei ter ali dentro, todo o legado da família, que mesmo não sendo um valor em dinheiro, era algo valioso para o lado emocional e nostálgico.
No cofre, foi esculpido à mão uma imagem dos antigos fundadores da máfia Casa Nera. E o estampado na caixa metálica era "Famíglia Bonanno", logo em baixo, nomes das pessoas que um dia já governou toda organização. Até mesmo o meu, ao lado de "Alessandro Bonanno".

Sorri, talvez um pouco feliz de ser lembrada. E me incentivei ter a plena responsabilidade de dar herdeiros para prosseguir o legado Bonanno.

Eu adoro crianças, mesmo tendo medo de sentir a dor me corroer ao dar a luz, em um futuro próximo desejei ter filhos.
Certamente, se herdar meus traços capilares e os olhos de Alessandro, será uma criancinha linda.

Entretanto, antes de me render a uma família, preciso pensar no meu futuro intelectual. Preciso me achar no mundo, e tentar entender qual é a minha missão nele, acredito que não é apenas dar um filho ao Alessandro.

Girei meu corpo, e dei passos contrário ao do cofre. Dessa vez, instigada a ler um livro. Mas uma presença física me impediu de continuar todo trajeto, Alessandro me arrancou um tremor de susto.
Levei minha mão ao peito buscando eliminar a adrenalina do meu corpo.

Ele estava sério, e de acordo com minha capacidade mental também estava um pouco bravo por me ver ali.
Em sua não estava uma chave de carro, e sua camisa social aberta nos primeiros botões, de forma que revelasse seus músculos peitorais, além das mangas terem sido erguidas até os cotovelos.

Em Suas MãosOnde histórias criam vida. Descubra agora