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Alessandro Bonanno

Nasci e fui educado pela máfia!
Eu defendia meus princípios com unhas e dentes. Ser exatamente como meu pai disse que eu deveria ser era meu foco.
Mas sabemos que não funciona assim!

Eu poderia recitar mil e uma explicações sobre mim, mas seria em vão.
Tenho a consciência de meus atos e defeitos, tem coisas que eu faço involuntariamente! Como forma de proteção.
Mas colocar culpa no meu passado não vai me fazer menos culpado, a mudança vem para quem aceita.
Entretanto, por mais que eu queria... sozinho não consigo.

Edward era um homem frio, não tinha dó nem dos filhos. A única que escapava de sua crueldade era minha mãe, que o humilhava como deveria ser humilhado. Mas ele não deixava barato, as coisas também ficavam feias para a mãe.

Não me interessa ser menos escrupuloso, a nossa criação e ensinamentos vem de berço.
E tudo que eu aprendi foi me tornar um homem frio como meu pai.
Todavia, minha mãe investiu todos seus conselhos em mim e em Nataniel. Tentava fazer de nós homens de verdade.
Meu pai havia feito uma lavagem cerebral em ambos!
Aos quinze anos de idade fui diagnosticado com transtorno explosivo após vivenciar um momento traumático.
Onde minha mãe tirou sua própria vida em um só disparo. Dias antes da morte de meu pai. Eu não a culpo, ela estava deprimida... cansada daquela vida.
Eu estava em minha fase de autoconhecimento, fase de intensidade. Isto me abalou totalmente. Eu a odiei por anos, como pode nos deixar só? Desde então, os remédios são os únicos que podem acalmar meu peito abalado.

Ademais, estava muito cedo para um casamento, minha noiva ainda era uma criança, talvez um feto. E eu era um órfão. Por isso, fiquei sob guarda do meu tio Erik. A máfia ficou em seu nome, o que foi um grande prejuízo.
Erik é um bêbado que não entende de gerenciamento, colocar a máfia sob controle dele é o mesmo que entregar para uma criança.

Nataniel era um fruto de traição entre meus pais, decidiu sair de casa cedo e conquistar sua própria máfia.
Meu pai o odiava com todas as forças, por isso o tratava com diferença. Ele é mais velho que eu, de acordo com meus cálculos ele deveria se casar com Valentina. Mas meu pai jamais deixaria ele no comando.
Nataniel se revoltou, e se tornou o que é hoje.

Antes eu não entendia porque eu deveria me casar com aquela mulher. Mas agora entendo que tudo convém ao meu pai, e infelizmente deverá ser assim para sempre. Quando se trata de promessa, sempre deverá ser cumprida. Ou pessoas morrem.

O pai de Valentina tinha uma ligação forte com a marinha. Ele poderia destruir meu pai em questões de segundos pois possuía informações exclusivas, ele trabalhou por anos com meu pai. Então em troca de paz, vendeu sua filha.
Para meu pai não foi um problema, já que eu precisaria me casar para me tornar um Don. E se isso não acontecesse, Erik ficaria no comando... não por muito tempo, porque Nataniel iria ataca-lo de qualquer maneira.

Não gostava da família da Valentina, justamente pelo seu pai traidor. A imaginava tão inunda quanto ele.
E eu estava completamente certo. Uma oportunista que estava esperando um momento vulnerável para atacar, boa sorte para ela, eu nunca estou vulnerável.
Mulher nunca é demais. E ainda é ainda melhor quando ela deve me obedecer.

As vezes agradeço por isso.

Até me lembrar que tenho outro relacionamento de anos.
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- Cuidado! - A alertei. Toda aquela conversa me estressou.
Eu estou tratando o estresse com remédios, não resolve tanto mas me ajuda a controlar e não ultrapassar os limites. A não ser que a situação seja muito revoltante, dai o remédio não é o suficiente para conter minhas emoções.

Em Suas MãosOnde histórias criam vida. Descubra agora