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Clarisse Williams

Eu sentia tanto ódio que meu peito doía.
Como odeio essa cadela!
Eu tenho uma história. Passei por coisas horríveis até chegar aqui. Ao contrário dela que nasceu em berço de ouro, e por isso acha que pode sair mandando em todos.

Não irei suportar isso por muito tempo.

- Por que essa cara? - Alessandro intercalou o olhar entre mim e o volante.

- Adivinha? Aquela cadela Alessandro. Ela está destruindo nosso romance. - respondi. Minha voz alta saiu abafada porque todos os vidros do carro estavam fechados.

- Está fazendo mal ao meu filho Clarisse. - Alessandro falou negando com a cabeça.
Bufou impaciente.

- Quer saber? Não quero continuar falando nisso. Só quero aproveitar meu dia ao seu lado! - Soltei um suspiro prolongado e sorri. Coloquei minha mão no ombro de Alessandro e o acariciei.

Eu estava ao seu lado, nada mais importa! Enquanto eu o amar, enquanto eu estiver viva vou lutar por nossa família.

Com minha mão livre acariciei minha barriga com o polegar sentindo um frio no estômago, parecia ser um sonho ter um bebê crescendo em mim.

Alessandro estacionou o carro em frente ao restaurante amadeirado. O nosso restaurante, onde nos conhecemos!
Tudo por acaso.

Anos atrás

___- Tem certeza que é ele? - Perguntei baixinho ao Lucca.

Eu havia fugido de casa há dois meses. Com 16 anos!
Conheci Lucca em um mercadinho no centro de Italia, onde ele tentou roubar um idoso. Mas eu o bati antes de conseguir pegar a carteira do velho.
Daí em diante ele me seguiu me pressionando a dar uma grana a ele, que em sua mente eu o devia. Viramos namorados!
Lucca sofreu tanto na vida quanto eu, perdeu os pais em um acidente aquático. O navio afundou e ele foi o único sobrevivente da família. Como era muito jovem, foi adotado por um casal de homens que o maltratou fisicamente. Mas hoje somos livres, e felizes! Ele me ajudou em tantas coisas, que sou eternamente grata.

- falei. Ele é o filho de Edward, eu estou de olho nele faz alguns dias... ele sempre vem neste restaurante! - Lucca falou baixo, ambos estávamos encarando aquele rapaz de cabelos castanhos. Que estava sentado em uma mesa ao lado de uma janela, onde raios solares invadiam. Em sua mesa havia uma torta de pêssego, porém intacta entregando o fato de que não foi se quer tocada.

- E o que eu faço? Ele me parece estranho. - senti minhas mãos gélidas, meus lábios secos. Seus olhos eram tão sem vida, assim como seu semblante.

Ele olhava para o nada, mas parecia estar pensar em tudo.

- Você precisa chegar nele, ser a namorada dele! - Deu a sugestão, agora seu olhar estava todo em mim.

Em Suas MãosOnde histórias criam vida. Descubra agora