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Valentina Smuck

Eu não sou uma pessoa manipulável.
Quer dizer, eu iria saber se minha mãe estivesse me manipulado!
Ela precisava de mim, precisava de verdade. É até egoísmo pensar dessa forma, que naquela condição Donatella seria capaz de me manipular.

Minha disposição estava mais forte do que qualquer outra emoção, eu iria ficar com minha mãe, mesmo que eu tenha que me distanciar de Alessandro.

Se ele se importasse comigo, iria entender.

Ainda pela manhã, me preparei para voltar ao hospital. Até mesmo tomei um café da manhã delicioso.

Segurando minha bolsa de couro preto, aguardei ansiosamente a porta do elevador se abrir, e quando finalmente foi feito sai da caixa metálica e segui para o estacionamento, onde tinha um carro ao meu aguardo.
Entretanto, fui impedida de adentrar o veículo em um grito de Clara.

- Valentina - Vociferou, apressando seus passos ao meu encontro.

Girei minha cabeça, e olhei em sua direção.
Seu rosto estava pálido, e um sorriso de satisfação era presente em seus lábios.

- O que houve? Clara - Indaguei preocupada.

Quando finalmente aquela senhora chegou ao meu encontro, abraçou meu corpo com toda força. Seus braços estava sedento por mim, e pelo cuidado percebi que ela não queria me soltar tão cedo.

- Filha... Oh meu deus, é você mesmo! - Disse com a voz embargada, trazendo uma confusão mental em mim.

- Quer uma água? Respira fundo Clara... Eu não estou entendendo - Falei, com meu queixo encostado em seu ombro.

Clara afastou ligeiramente seu corpo, e segurou meu rosto com suas mãos, encarando-me nos fundos dos olhos.
Usa íris brilhava, entregando um choro emocionante.
Franzi meu cenho, preocupada com os atos de Clara.

- Eu passei tantos anos procurando você..

- Clara, do que você está falando?

- Eu sou sua mãe Valentina! Sou sua verdadeira mãe.

Fiquei imóvel, tentando assimilar o que acabou de sair de sua boca.
Clara estava com toda sinceridade em seu rosto, mas eu me negava a acreditar que aquilo era verdade.

- Você deve está enganada Clara. Eu já tenho uma mãe, e ela está em um estado crítico neste momento. - Sorri nervosa, negando com a cabeça.
Clara soltou meu rosto, e passou a segura minhas mãos.

- Eu tenho a impressão digital genética! - Confirmou soltando minhas mãos e procurou algo rapidamente em sua bolsa. Quando encontrou uma folha longa e branca me entregou.

Receosa segurei o papel, e usei toda minha capacidade mental para entender todo aquele exame.
E quando finalmente notei que havia dado positivo, olhei para Clara com os lábios afastados e com os olhos pesados pelas lágrimas.
Não tinha como me enganar, meu nome estava ali, todas minhas características, assim como as de Clara.

- Me desculpa por demorar tanto, filha - Sussurou, entendendo o peso que aquilo me trouxe.

- Por que?... - Perguntei com o coração remoendo, tentando entender como aquilo aconteceu.

- Eu prometo explicar tudo, querida, eu prometo! - encostou em meus fios de cabelo - Mas agora estou aqui, e irei fazer tudo diferente!

- Não toca em mim - Me esquivei de suas mãos, angustiada com tal notícia - Você me abandonou por todo esse tempo?

Em Suas MãosOnde histórias criam vida. Descubra agora