17°

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Alessandro Bonanno

Minha cabeça doía, doía tanto que mal seguia abrir os olhos.
Olhei para o lado, Clarrise estava dormindo. Memórias da noite passada invadiram meu consciente, me deixando em êxtase.

Eu tentei, tentei libertar o pássaro ferido. Assim como a terapeuta aconselhou, mas tomei uma decisão apavorante para Clarisse.

Tentei não incentiva-la a criar esperanças, de modo que conseguíssemos criar um filho naturalmente. Respeitando Valentina, que agora é minha esposa.
Não foi válido, em seus pensamentos ainda somos um casal.

Revirei todo quarto, abri gavetas e olhei debaixo de tapetes. E finalmente achei meus pertences, e consegui sair daquele apartamento.

Não perdi um só minuto naquele local, parti para Casa Nera.
Ainda precisava resolver coisas necessárias.

●●●

- Ui alguém acordou de mau humor. - Jack falou sorrindo após me ver adentrar o seu território.

- Você conhece algum Maike? - Perguntei sério.
Ele assentiu com a cabeça imediatamente.

- Não o vejo por aqui há três dias. - avisou. - O que ele fez?

- Algo muito ruim. Descubra onde ele mora, vamos ir atrás dele.

- Está achando que ele é aliado de Nataniel? - Perguntou-me olhando a tela de um computador, começou a digitar.

- Se for, não será mais. As horas dele nesta terra estão se esgotando. -

- Espera um segundo. - Falou. - Encontrei.

- Certo. Vamos partir daqui à cinco minuto, precisamos de alguns soldados para nos dar cobertura. - Orientei por fim e me certifiquei se Jack absorveu todas as minhas palavras antes de deixá-lo só.

Quando entrei em minha sala, soltei o ar preso em meus pulmões. Sentei em minha cadeira de maneira natural e inclinando minha cabeça para trás.
Lá dentro era tão calmo e silencioso.
Não durou por muito tempo, antes de entrar Tory bateu na porta e isto me impulsionou a recuperar minha postura.

- Soube que você está atrás do Maike. - Falou.

- Me diga que trouxe informações úteis, Senhorita Tory.

- Positivo, posso ajudar como ninguém a encontrá-lo. - Respondeu-me aliviando o peso em minhas costas.

- Como?

- Conheço a irmã dele, e podemos pressiona-la.

- Garanta que todos estejam seguros caso há uma armadilha, Tory. - Pedi e a vi consentir de imediato.

●●●

Devida a viagem longa, chegamos exatamente no por do sol.
Uma casa comum, escura e silenciosa.
Não por completo, havia um ruído no andar de cima, um som de uma música calma, índicando uma presença na casa.
Aguardei no andar de baixo, sentindo uma leve tontura me instabilizando aos poucos.
Minhas mãos soavam, o que deixava o revólver que eu carregava escorregadios. Por este motivo, coloquei no coldre de minha cintura e suspirei apoiando minha cabeça na parede.

Em Suas MãosOnde histórias criam vida. Descubra agora