Valentina Bonanno
Observei o movimento das árvores em direção oposta ao carro em velocidade constante.
O sol tímido estava se pondo, para dar início a mais uma noite gelada em Itália.Expirei o ar lentamente pelo meu nariz, visando alcalmar os ânimos aflorados em meu corpo.
Embora não tenha um sucesso, senti-me em paz por instante.Entretanto, fraquejei ao me lembrar que neguei a palavra de Clara. Talvez um pouco arrependida por ter sido tão fria. Acontece que não pensei em dizer tantas palavras rudes, e que, apenas depois, de cabeça fria pude repensar em minhas atitudes.
Agora é tarde de mais. Ela não irá me perdoar, eu não me perdoaria.
- Aconteceu alguma coisa? - Helena perguntou indiferente, segurando o volante do carro com firmeza.
- Sinto enjôo - justifiquei, tentando evitar conversas ao longo do trajeto.
- Podemos parar por uns minutos. - Deu a sugestão.
- Não... Está tudo bem! Não quero atrasar toda a viagem, muito menos fazer todos os carros pararem. - Respondi, me referindo a alguns seguranças da Casa Nera que nos acompanhavam.
- Eles vão entender.
- Menos seu irmão. Você sabe! Hoje é um dia importante para ele.
- Tem razão. - Rolou os olhos em descontentamento.
Permaneci em silêncio, degustando todo conhecimento que adquiri na estrada deserta.
- Você pode está grávida. - Helena novamente falou, me fazendo dessa vez erguer minha nuca do banco e olhar em sua direção.
- Como? - Perguntei de maneira incrédula, tentando assimilar o que saiu de sua boca.
- Isso seria bom. Sinto que aos poucos o legado da família Bonanno está se afundando. - curvou os lábios em um sorriso tristonho - É uma chance para tudo voltar como era antes.
- Não estou pronta para ser mãe. - Confessei. - E isso é improvável de acontecer.
- E porque? - Arqueoou sua sobrancelha.
- Para ter um bebê precisa ser psicologicamente saudável. E eu não sou.
- Eu não posso ter filhos... - Helena falou, arrancando de mim uma curiosidade anormal - Eu carreguei um bebê morto por 5 meses. O médico disse que... Se eu engravidasse outra vez, quem iria morrer seria eu.
- Sinto muito, Helena... - Sussurrei olhando para seu rosto avermelhado, que forçava a segurar um lágrima solitária.
- Está tudo bem. - Sorriu - Eu quero ser mãe um dia, quero poder restaurar toda felicidade que um dia foi presente em minha família. Quando for a hora, irei adotar um bebê.
- Você será uma mãe incrível!
- Você também. - retribuiu as palavras na mesma intensidade, desviando o olhar para mim rapidamente. - E o Alessandro... Tenho certeza que iria amar.
- Por que acha isso?
- Ele iria dar ao filho o amor verdadeiro que nunca recebeu de nosso pai. - Opinou, não me convencendo nem um pouco.
- O que quer dizer com isso?
- Nosso pai era um homem mau, Valentina. Causou muita dor em todos nós. Minha mãe era uma dependente emocional, que se suicidou quando estava grávida de mim... - explicou, fazendo-me arregalar os olhos em espanto.

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Em Suas Mãos
RomanceUm cenário mafioso, onde duas vítimas são obrigadas a se casarem. ××××××××××× (Este livro não passa de uma ficção que surgiu do meu pequeno cérebro) +16