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×Atenção! Talvez este capítulo te traga desconforto, irei sinalizar com este símbolo () a cena que ao meu ver é pesada. E quando terminar, irei sinalizar novamente.×

Valentina Smuck

Desci as escadas com os pensamentos tomados por Alessandro.
Não conseguia esquecer de forma alguma o momento que ele me machucou.
E a dor interna... ah doía tanto.
Por que?
Por que tem que ser assim pai?
Papai, você me causou essa dor.

Eu me forçava a acreditar que o início sempre é difícil! Sempre irá ter divergências. Mas está tudo bem... eu posso perdoar.
Eu devo perdoar, mesmo que me destrua por completo.
Porque esse casamento, não pode fracassar! Ou irei perder a vida.

Então, eu precisava me redimir! Foi eu que errei em ter aberto a boca. Eu errei, a culpa é minha.
Por favor mãe, diz que a culpa é minha! E me ajude, como devo agir?

2 anos atrás.

___ Meu corpo tremia, tremia tanto que eu mal conseguia respirar.
Boca seca, coração acelerado, medo, muito medo. Todos os sintomas de apavoramento.
Eu estava apavorada e arrependida.
- Me diga, por que você desobedeceu a mim e sua mãe? - Meu pai perguntou.
Seu rosto era aterrorizante. E em suas mãos, estava a arma mais letal, aquele objeto que me causou uma imensa dor em minha pele. O que me trazia conforto, era saber que eu não iria ser morta! Ele não podia me matar. Mas podia me deixar marcas, e deixou.
Ele me bateu.
E mamãe não fez nada para me ajudar.
- Era meu aniversário papai! Eu só queria fazer alguma coisa legal. Me desculpe. - Falei entre choros e soluços, tentando segurar toda a dor em meu peito. Eu estava à ponto de explodir.
- Você nos pediu para passar a noite na casa de Nádia, e nós permitimos. Mas você mentiu, e foi para uma boate. - Ele gritou.
E se o porão não fosse a prova de som, todos os funcionários escutariam. Aqui era o meu canto de pensamentos.
Papai deu esse nome, porque sempre que eu fazia algo de errado ele me colocava ali. Para pensar nos meus erros. E eu ficava apenas ouvindo o som da minha respiração.

Mamãe me olhou negando com a cabeça, cruzou os braços e batucou o pé com salto no vidro do chão.
- Mãe! Por favor. Eu nao sabia que era errador ir em uma boate! - implorei por sua ajuda.
Eu queria do fundo da minha alma, que ela me defendesse. Mas ela não fez, não fez absolutamente nada.
Entretanto, papai fez. Me chicoteou novamente. O que me fez grunhir de dor, curvas as costas e desejar pela morte. Doía tanto. Minha pele ardia, queimava e sua tonalidade normal havia sido roubada por marcas vermelhas.

Por que eram tão cruéis?
Por que não me amavam como filha?

- Você é o maior desgosto da família! É uma hipócrita e prostituta. - Meu pai falou, golpeando o móvel de madeira à minha frente. Encolhi meu corpo, tremendo.
- Todo o amor que te damos não serve de nada. Porque você é um monstro, e monstros não merecem ser amados.

Meu queixo estava trêmulo, as lágrimas insistiam em descer por meu rosto.
- Me perdoa papai e mamãe. Eu errei, me desculpe por favor! - Supliquei em voz alta, me pondo de joelhos e juntando minhas mãos. Eu estava cansada daquela tortura.

- Escute uma coisa, querida! - minha mãe caminhou até mim, segurou em meu rosto e olhou dentro de meus olhos. Aquilo me intimidou, eu sentia que ela conseguia enxergar minha alma. - Estamos sempre certos, você sempre está errada. E o que nós dois, eu e George fazemos é para fazer de você uma mulher melhor. Estamos te moldando para ser a melhor esposa possível! Tá bem?-
Eu consenti de imediato.
- Sim mamãe! Obrigada por se importar tanto! - Falei balançando a cabeça ._____

Em Suas MãosOnde histórias criam vida. Descubra agora