• Capitulo 11 •

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Meu pai nunca bateu em minha mãe, ou pelo menos nunca ouvi eles brigarem igual Mariana e meu pai. Nunca vi minha mãe com marcas, eu achei estranho. Eu to boba em saber que meu pai está usando drogas, ele sempre me ensinou que isso não é pra gente não. Ninguém é feliz desse jeito!

Demorou um tempo e Mariana berrava, Helena chorava e eu tremia. Ouvi o primeiro tiro e me abaixei com Helena. Helena berrava chorando, me agarrei mais a ela e fiquei abraçada.

Em poucos minutos ouvi a porta se abrir, vi que era Bruno com Guilherme.
Peguei Helena no colo, peguei minha bolsa e minha mala e fui pra sala correndo vendo os moleques do morro segurando meu pai e Mariana chorando em um canto.

— QUE PORRA TAVA ACONTECENDO AQUI CARALHO? - disse Bruno furioso.

Eu contei tudo a ele e ele foi indo pra cima de meu pai que estava drogado e bêbado já.

— Maria entra no carro com elas duas e fica lá! - disse Bruno puxando meu pai para direção dos quartos.

No mesmo momento levantei Mariana peguei as coisas e montei naquela land rover e fiquei quietinha chorando baixo e tentando pensar que nada disso havia acontecido.

Bruno entrou no carro com Guilherme, e os outro moleques entraram em outro carro. Fomos indo embora pro morro.

— Eu sabia que não era pra você ter ido, eu sabia! - Bruno disse sem me olhar.

Fomos calados o caminho todo, e em pouco tempo chegamos a casa de Bruno. Ele carregou as malas e nos levou até lá dentro de casa.

— Como cê chama? - Bruno disse olhando para Mariana e Helena.

— Mariana e essa é minha filha Helena. - ela disse baixo deixando Helena no chão.

— Maria mostra pra elas o quarto em que você dormia. E você dorme comigo! - ele disse subindo as escadas.

— Bruno... - eu disse e ele se virou.

— Obrigado mesmo. - eu disse e ele sorriu sem mostrar os dentes e se virou.

Eu estava morta de cansada, subi as escadas e mostrei aonde era o quarto para Mariana e Helena.

— Obrigado Maria, nunca ninguém se meteu no meio. Você não passou nem um dia lá e já deu um jeito. Agradeço mesmo. Eu vou ir atrás de um emprego amanhã mesmo, tem como você ficar com a Helena pra mim? - ela disse meio sem jeito toda envergonhada.

— Claro que sim, pode ir tranquila. - eu sorri e ela me abraçou.

Sai ali do quarto e minha cabeça parecia que ia explodir, fui até o quarto de Bruno e bati na porta e entrei, ele estava deitado na cama nu. Eu devo ter ficado vermelha de vergonha.

— Desculpa, é que eu bati na porta e... - eu disse gaguejando.

— Relaxa loira. - ele disse se cobrindo com a coberta.

Eu peguei meu pijama e fui no banheiro colocar e ir deitar na cama. Eu fiquei em um canto da cama e o Bruno no outro lado, ele apagou a luz e a casa ficou em silêncio.

— E o bebê? - Bruno disse baixo.

— Eu preciso fazer o pré-natal...

— Não fez ainda? Amanhã mesmo a gente vai fazer! - ele disse alto.

Eu acabei fechando os olhos e dormindo.
Acordei no outro dia com a luz batendo em minha cara, me levantei e fui fazer minhas higienes no banheiro. Sai do quarto e desci as escadas, e dei de cara com Helena sentadinha no sofá e Mariana também.
Mariana estava arrumada com uma bolsa de lado.

— Por que você não me acordou antes? - eu disse e Mariana foi levantando.

— Não quis encomodar. Não vai ter problema deixar a Helena aqui rapidinho né? - ela disse com uma cara envergonhada.

— Não, tudo bem, pode ir... - eu disse e ela deu um beijinho na Helena.

— Obrigada Maria, muito obrigada mesmo. Eu mal te conheço mas já deu pra perceber que você tem um coração muito bom. Se você fosse minha filha eu teria orgulho. - Mariana disse, me abraçou e saiu.

Eu peguei Helena no colo e fui para cozinha, fiz leite pra Helena tomar e dei a mesma. Abri a geladeira e bebi suco e bolacha.

Depois de um tempo, Bruno apareceu lá na cozinha. Eu ainda estava limpando e Helena sentadinha na cadeira mexendo na bonequinha dela.

— Vai que horas Maria? - Bruno disse com uma voz rouca e sexy.

— Já Já, só vou me arrumar, e arrumar Helena e já vamos. - eu disse sem olhar a ele.

— E a mãe dela? Tá aonde? - ele perguntou abrindo a geladeira.

— Ela foi procurar emprego. - eu disse secando a mão e indo pegar Helena.

Subi as escadas e fui com Helena até o banheiro, dei um banho nela e fiquei observando a mesma brincar com a água. Ela batia palminhas olhando a água cair. Me imaginei com meu pequeno ou minha pequena.

Desliguei o chuveiro e Helena fez beiço eu sorri e peguei ela com uma toalha dela rosa com touca. Enxuguei a mesma e a vesti com um shortinho, uma sandália e uma blusinha de uma princesa. Penteei o cabelo dela e coloquei um lacinho. Sentei ela na cama e liguei a tv em um desenho que estava passando e fui tomar banho. Escovei os dentes e ouvi algumas gargalhadas gostosas vindo do quarto. Sai do banheiro de toalha e me deparei com Bruno fazendo cosquinhas na Helena, os dois sorrindo...

Ele me olhou dos pés a cabeça mordeu os lábios, e eu me virei e fui ao outro quarto aonde estava minha mala. Coloquei uma legging preta, uma blusa azul, e um tenis branco. Penteei meu cabelo e fiz uma trança...

Desci até a sala e estava Helena e Bruno lá me esperando. Montamos nos carro e fomos para um hospital de alto padrão.
Chegamos lá em 20 minutos mais ou menos e Bruno já foi saindo rápido e deixando eu e Helena para trás, eu peguei Helena no colo e entrei ao hospital. Bruno já estava falando com a recepcionista e logo voltou sentando do meu lado e brincando com Helena.

— já vai chamar já! - disse Bruno sorrindo pra Helena.

Fiquei esperando e logo fui chamada, me levantei e fui indo com Helena no colo e Bruno do meu lado. Entramos no consultório e o médico estava lá nos esperando com um sorriso.

— Olá futuros papais, vocês estão bem? - disse o médico super alegre nos olhando.

— Eai doutô! - Bruno disse apertando a mão do doutor...

Ele me mandou sentar na maca e viu minha pressão arterial, ouviu meu coração e viu como estava meu pulmão.

— Está tudo certo. Você está grávida mais ou menos de um mês e meio. Preciso que colete sangue, fezes, e urina para ver como está agora! - ele disse guardando as coisas e me olhando.

— Tudo bem. E a próxima consulta? - eu disse olhando um papel que ele havia me dado.

— Quando der 2 meses, você volta aqui. - ele disse indo até a porta.

Olhei para Bruno e ele olhava em minha barriga paralisado.
Agradeci ao doutor peguei a Helena e fui saindo com Helena no colo e o papel na mão. Marquei a próxima consulta e fui para o carro com Bruno.

— 1 mês e meio. - disse Bruno com uma voz doce.

Eu olhei a ele e logo abaixei a cabeça. Fomos embora para Rosinha e chegamos lá havia a Teresa parada sentada em frente a casa de Bruno. Desci do carro com Helena e fui em direção dela.

— Oi amiga, acabei de chegar do pré-natal... - eu disse sorrindo e ela abaixou a cabeça.

Estranhei e ela me puxou para um canto em que não havia ninguém por perto.

— Sua mãe tá atrás de você Maria! - ela me disse séria.

— Como assim? - eu disse sem entender.

— Sua mãe tá morando aqui agora... - Teresa disse, e eu apenas não estava entendendo mais nada.

O dono do morro e a patricinha ( REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora