Maria Vitoria
Faltava três dias para o meu aniversário, e ninguém comentava nada sobre isso.
Bruno tinha aberto uma loja de relógios, correntes e pratas. A loja estava um sucesso, era localizado no centro aonde era bem movimentado.
Era quarta feira, eu tinha acabado de acordar, Henrique estava dormindo ainda. Bruno já tinha ido trabalhar, me levantei e fui fazer meu café. Tomei ele e depois comecei a limpar a cozinha, quando ouvi a campanhia tocar. Achei estranho e corri escovar os dentes e passar uma água no rosto. Prendi meu cabelo em um coque e sai vendo que era Dedé.
— Opa posso bater um lero contigo? - perguntou e eu assenti com a cabeça.
Abri o portão e ele entrou, fomos entrando dentro de casa.
— Vou me trocar rapidinho e já volto. - sorri meio sem graça e corri para o meu quarto.
Coloquei um macacão preto curtinho, e fui no quarto do Henrique pois havia ouvido ele.
Peguei o mesmo e dei mamadeira. E fui indo para sala. Sentei no sofá e...
— O Bruno já foi trabalhar... - eu disse tirando a mamadeira da boca do Henrique e fazendo ele arrotar.
— Não vim falar com ele, vim falar contigo. - ele disse sério.
Fiquei calada esperando ele falar.
— Sou amarrado na Teresa mas ela se afastou... - ele começou a falar e eu interrompi.
— Tão amarrado nela que se referia ela pros meninos como COMIcné? - ALTEREI MINHA VOZ.
— Com a Teresa sempre tive respeito... Me afastei um pouco porque tenho um filho pra cuidar... - Dedé disse e seus olhos brilharam.
Eu não conhecia ele, não sabia qual era a dele. Mas sabia que ele tinha um coração bom, aprendi a ver o interior das pessoas na Rocinha. Como eu peguei uma paixão desse lugar.
Ele me explicou o que queria e eu concordei depois de muita insistência dele. Ele ficou um pouquinho brincando com Henrique e logo foi embora. Dei banho no Henrique e deixei ele assistindo. Fui na geladeira e vi que tinha um barra de chocolate. Peguei a mesma e comi um pedaço.
**
Já estava anoitecendo, me banhei e coloquei um vestido soltinho, Bruno já estava pra chegar. Comecei a fazer a janta, fiz mandioca frita, arroz, feijão preto, brócolis e refri. Coloquei tudo na mesa e coloquei o Henrique na cadeirinha e comecei a dar a janta para ele. Logo ouvi o Bruno estacionando o carro na garagem.
Ele entrou na cozinha e logo Henrique começou a pular e gargalhar olhando para Bruno. Esse menino era louco pelo pai.
— Eai garotão do papai, como cê tá? - Bruno disse beijando a bochecha de Henrique.
Logo Henrique deu aquela gargalhada gostosa que só ele da.
— E você? Como foi seu dia? - Bruno puxou a cadeira e sentou perguntando.
— Foi normal, Dede veio aqui... - eu disse dando comida para Henrique.
— O que ele queria? - Bruno perguntou.
Nem precisei olhar para cara de Bruno pra saber que ele não tinha gostado disso, a voz já dizia tudo. Por um segundo pensei que fosse cair para trás. Senti uma tontura, e logo senti um embrulho no estômago, deixei o prato e corri para o banheiro soltando tudo na privada...
•aperta na estrelinha|•
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O dono do morro e a patricinha ( REVISANDO)
RomansaMaria Victória, uma adolescente mimada que vive na zona sul do Rio de Janeiro com seus pais. Mas oque ela não sabia é que a vida dela iria dar uma revira volta danada, ela iria aprender uma lição. Conhecendo a pessoa mais perigosa da Rocinha!