• Capitulo 21 •

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- Maria, to afim de você mano. - Bruno disse e eu me virei olhando para ele.

Minha barriga gelou, eu não sabia oque falaria e fazia. Eu cheguei perto dele e apenas dei um beijo em sua bochecha, me virei e ia saindo do quarto.

- Se precisar me chama, to lá em baixo. - eu disse saindo do quarto.

Desci e fui comer, estava morta de fome. Esquentei o arroz e o feijão, fiz tomate e fritei um filé de frango. " almocei " e subi pra escovar os dentes, entrei no quarto em que Josefa estava e fiquei olhando tudo lá. Havia ainda o cheiro dela, me sentei na cama e lembrei dela. Acabei caindo no sono e nem percebi. Acordei com a minha bexiga apertada, me levantei e fui fazer xixi. Fui tomar banho, e troquei de roupa, coloquei um pijama de calça e uma blusinha regata, cor lilás. Calcei meus chinelos e desci pois havia ouvido o barulho da tv, olhei e Bruno estava enrolado na coberta assistindo um filme qualquer.

- Faz tempo que começou? - eu perguntei olhando pra ele.

- Não, faz uns 10 minutos acho. - ele me disse sem me olhar.

Eu fui até a cozinha e estourei pipoca, coloquei em uma bacia plástica, e voltei para a sala. Bruno estava lá todo encolhido em um canto.

- A pipoca... - eu disse entregando a ele e sentando do lado dele.

Ele me olhou e sorriu. Ele me deu um pedaço da coberta e eu me cobri. Estavamos assistindo e ele me puxou e ficou abraçado comigo. Eu não recusei, acho que eu estava precisando disso mesmo...

Ficamos assistindo o filme, e quando acabou eu estava morrendo de fome já. As coisas estão passando muito rápido, não sei, ando pensando um pouco sobre o que Teresa me perguntou, se eu estava gostando de Bruno. Ainda mais por ele ter falado que estava afim de mim, eu estou sem reação, mas não to acreditando. Ele é o tipo de homem que fala pra todas, e isso comigo não vai rolar. Eu estou sentida por ele ter perdido a mãe, imagino como deve ser duro, perdi minha avó que eu considerava como mãe. Mas enfim, vou estar do lado dele pra o que ele precisar nesse momento dificil...

Me levantei e fui para o quarto eu estava com dor nas costas, me deitei e acabei dormindo. A única coisa que eu sabia fazer, eu andava muito cansada, com sono e dormindo.

Acabei acordando com alguns grito fora de casa eu me levantei e estranhei, desci as escadas e abri a porta, quando vejo aquela tal de Vanessa, a que vive se pendurando no pescoço de Bruno na frente de casa berrando pra um dos moleques que ficam na frente da casa de Bruno. Ela me olhou e me fuzilou com os olhos.

- Vem aqui sua puta, se acha que é só você que faz filho com o dono do morro, TÔ GRAVIDA DELE TAMBÉM AGUADA. - ela disse berrando fazendo várias pessoas sairem na rua.

Naquela hora eu me assustei, arregalei meus olhos e fiquei parada sem entender nada, eu não sabia se abria a boca ou ficava quieta. Nunca havia brigado, no maximo uma vez com uma garota da escola mas depois acabou tudo bem. Agora com uma pessoa assim?! NUNCA.

- Não me importo se ele é dono do morro, ou caralho a quatro, eu não engravidei porque eu quis não. E eu não perguntei nada se você tá grávida ou não! - eu falei com uma voz alta.

Ela quis me matar eu acho, os moleques seguraram ela e ela queria entrar pelo portão, ela gritava e esperneava e eu ficava com um aperto no coração. Olhei para a direção da boca e Bruno e uns par de moleques estavam atrás dele vindo. Na mesma hora senti um alivio, fiquei ali parada ouvindo ela me xingar de todos os nomes.

Bruno chegou puxando ela pelo braço e deu um tapa na cara dela tão forte que fez um estralo grande.

- CÊ TÁ LOUCA VAGABUNDA? MEXE COM ELA NÃO CARALHO. - Bruno disse apontando na cara dela.

Vanessa arregalou os olhos e ficou com uma cara de dó.

- Bruninho eu vim falar com você... Ela que falou coisas que me ofendeu. - ela disse apontando pra mim.

Eu fui andando até ela, abri o portão e os olhos dela saia fogo.

- Se ela abriu o bico é porque você provocou porque Maria não é dessas igual a você não! Que porra cê tava fazendo aqui em Vanessa? - Bruno disse puxando o cabelo dela.

Ela ficou quieta e já dava pra ver que as lágrimas caiam do rosto dela. Todos ficavam olhando e ela me olhava com uma cara de odio. Ela não disse nada, Bruno dava uns safanão nela e mesmo assim ela chorava.

- Para de chorar vagabunda. - Bruno disse gritando.

Naquela hora o morro todo ficou em silêncio, eu fiquei assustada com Bruno. Ele tava com um rosto bravo já e cada vez mais ele apertava o braço dela.

- Alguém me explica o que tá acontecendo porra? - ele disse já furioso.

- Ela ta grávida de você! - eu disse com o olhar cabisbaixo.

Olhei para Bruno e já fui entrando para casa de volta, não queria mais saber de nada, sentei no sofá e eu estava me perguntando o porque eu estava assim... Será que eu estou sentindo algo pelo Bruno? Não deve ser algo da minha cabeça!!!

O dono do morro e a patricinha ( REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora