Maria Victória
Os tiros cada vez mais aumentavam e não acabavam mais. Se passaram uma hora e ainda ouvia tiros.
Depois de muito tempo a porta é aberta, e o Bruno entra com alguns moleques do tráfico.
— Cadê o Guilherme? - Disse Teresa se levantando do sofá e indo até Bruno.
— Serve aquele? - Bruno disse apontando pra porta e indo sentar no sofá.
No mesmo momento levantei do sofá.
— Não mordo não loira. - Bruno disse batendo a mão no sofá.
Teresa foi abraçar Guilherme, e Bruno mandou os moleques irem embora. Ficamos só eu, Bruno, Teresa e Guilherme lá naquela casa enorme.
— Não acredito que aqueles filhos da puta conseguiram invadir aqui. Cadê os moleque que ficam lá atrás do morro? - Guilherme disse todo furioso.
Bruno pegou o radinho e apertou um botão.
— E ai caralho, quero todo mundo amanhã oito horas na boca! - disse ele falando pelo radinho.
Ele se levantou e foi subindo pelas escadas tirando a camisa, deixando eu, Teresa e Guilherme na sala.
— Porque eles invadiram? É sempre assim? - Teresa perguntou toda nervosa.
— Fica de boa Teresa ninguém vai mexer com vocês. - diz Guilherme olhando para Teresa e para mim.
Eu já tava pensando que era a pior ideia ficar ali, mas aonde eu iria? Não tinha aonde eu ir.
Um tempinho depois desceu Bruno, com uma bermuda tectel e uma blusa no ombro.
Ele veio até a mim, e sentou do meu lado. Eu ia levantar e ele me segurou.
— Caramba oque você quer? - Falei revirando os olhos.
— Quero que você venha morar comigo! - Ele disse com um olhar firme nos meus olhos, e me segurando ainda.
— Aqui? Com você? Tá louco? - Falei rindo.
— E o que a dondoca tá fazendo aqui no morro então? - disse ele rindo.
Ele disse e eu abaixei a cabeça.
— Os pais dela mandaram ela embora. Ficaram sabendo que ela tava grávida... - Teresa disse com um olhar de pena.
— Olha pra mim! - Bruno disse.
Assento que não com a cabeça.
— Olha pra mim caralho. - Bruno gritou.
Olhei para ele e ele me olhou com um olhar seguro.
— Você fica aqui. Não quero mãe de meu filho jogado por ai! - Bruno disse.
— Não to jogada, e não precisa ficar com dó, não sou nehuma coitada. - Falei revirando os olhos.
— To com graça não mina, você vai vir morar aqui, você tá com um pivete meu porra, aqui é mais seguro! - Ele disse bravo já.
— Maria, também acho que é melhor você fica aqui. - Ela disse toda calma.
Bufei e não tava acreditando, não bastava estar no morro, e teria que morar com o cara que me trouxe esse negócio.
1 semana depois...
To morando aqui com o Bruno e tá sendo um tédio enorme. De manhã ele vai pra boca e volta só no almoço, depois fica aqui um pouco, e volta pra boca. As vezes nem volta pra cá, acabo ficando sozinha, ou as vezes Teresa vem aqui dormir comigo.
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O dono do morro e a patricinha ( REVISANDO)
RomanceMaria Victória, uma adolescente mimada que vive na zona sul do Rio de Janeiro com seus pais. Mas oque ela não sabia é que a vida dela iria dar uma revira volta danada, ela iria aprender uma lição. Conhecendo a pessoa mais perigosa da Rocinha!