• Capitulo 29 •

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Ela se chamava Aurora, ela nos comprimentou e fomos para um lugar mais fechado que lá devia ser a sala dela. Sentamos e começamos a conversar, ela nos explicou muitas coisas. E uma delas é que não poderia ter visitas. Ela fez o cadastro de meu pai e logo saimos daquela sala e fomos conhecer aquela lugar gigantesco.

Aurora mostrou a piscina, a quadra, e os quartos. Ele teria que dividir o quarto com outro homem. Ele havia sua própria cama, e umas gavetas pra guardar as roupas. Me despedi do meu pai e logo apertou meu coração, ele podiar ter feito o que ele fez, mas continuava sendo o meu pai, doía de ver que ele ia ficar ali sem visitas. Mas claro que seria o melhor para ele.

Eu, Bruno e Aurora saímos daquele quarto e fomos indo ao portão.

— Dona Aurora, qualquer problema pode me ligar viu?! - eu disse olhando pra ele.

— Sim, ligarei, mas fique tranquila... - ela sorriu.

Nos despedimos e entramos no carro.

Fomos seguindo de volta pro morro e eu me senti sem um pedacinho de mim.

— Tá de boa Maria? - Bruno perguntou me olhando.

— Sei lá, eu sei que é o melhor pra ele, mas eu fico com dó... - eu disse abaixando a cabeça.

— Eu sei Maria, mas ele tem que largar essa vida pô. Droga é um negócio sério. Eu comecei a usar com 13 anos de idade, e com 17 eu parei por que ser usuário não é vida pra ninguém não. - Bruno disse suspirando fundo.

Fomos indo embora para casa. Olhando pro céu e lembrando de quando eu morava com meus pais, eu não via nenhum problema que eles tinham e hoje vejo que realmente era só aparência mesmo.

Chegando em casa vi uma muvuca na frente da casa de Bruno, uma roda enorme o Bruno buzinava e ninguém abria espaço. Bruno desceu arrancou a pistola e atirou pro céu, na mesma hora todos pararam e ficou um silencio enorme.

— O que é essa porra caralho? - Bruno disse gritando e logo todos deram caminho pra ele passar.

Eu desci atrás de Bruno e fui indo devagar, havia os moleques que trabalhavam com o Bruno, havia Guilherme, Jorginho e uma menina que logo Bruno agarrou.
Fiquei parada tentando entender o que tava acontecendo, muita ente estava buxixando e eu estava parada olhando aquilo tudo acontecer.

Logo ele se afastou dela e beijou a testa dela.

— Circulando todo mundo caralho! - Bruno gritou e em dois minutos não havia mais ninguém.

Jorginho e o Guilherme foi junto embora, fiquei ali parada e logo aquela menina me olhou.

— Quem é ela Bruno? - Ela me disse levantando uma sombrancelha.

Ele veio até a mim colocou os braços em mim e me agarrou.

— Minha mulher! - Bruno disse e ela se espantou.

Ela me olhou da cabeça aos pés e logo não gostei do olhar que ela lançou pra mim.

— Maria essa é a minha irmã Raissa, e Raissa essa é a Maria minha mulher. - ele disse sorrindo nos olhando.

Sorri de volta e fui entrando em casa de volta. Eu sei que é irmã do Bruno, mas agora eu achei que tudo ia dar, certo. Meu pai na clínica, eu e Bruno juntos, achei que tudo ia ocorrer bem, mas claro com o pé atrás, porque quando tá dando tudo certo, sempre vem algo de errado...

• De noite •

Já era 21:30 da noite, já tinha jantado, tomado banho e estava assistindo abraçada com Bruno que estava super carinhoso comigo.

— Maria... Eu to ligado que cê pode ficar meio encomodada com a Raissa aqui, mas fica de boa viu?! Fingi que ela nem existe... Ela vai ficar aqui por um tempo. Se der tudo certo ela vai ficar aqui mesmo de vez. De boa pra tu? - Bruno me perguntou e eu balancei a cabeça.

Fiquei quieta ali sem nem falar nada. É irmã dele, não posso dizer nada.

Ficamos ali assistindo e logo ouvimos um barulho descendo a escada e Raissa estava com um mini shorts, um top, e um mizuno. Realmente ela estava bonita.

— Aonde cê pensa que vai? - Bruno perguntou me largando e levantando até Raissa.

— Vou pro baile... - Raissa disse indo pra porta.

— Vai o caralho, se você ia antes agora você tá enganada por que daqui você não sai pra ficar indo pra baile não! - Bruno disse irritado.

— Não to nem ai, eu vou do mesmo jeito. Você não manda em mim, cuida ai da sua loirinha aguada. - Ela disse olhando pra mim e fazendo cara de nojo.

Bruno pegou ela pelos cabelos e subiu pra cima. Eu aumentei mais a TV porque eu não queria ouvir nada. Pior que eu nem fiquei brava nem nada. As pessoas julgam muito pela capa do livro, uma das coisas que eu aprendi na vida. Não podemos julgar alguém pela aparência...


O dono do morro e a patricinha ( REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora