• Capitulo 12 •

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Eu não entendia o que estava acontecendo mais. Pra começar eu engravidar de um traficante, depois meu pai ser um usuário de drogas, e agora minha mãe grávida do pai de Teresa e morando na Rosinha? Como isso? Preciso ir conversar com ela e saber do que está acontecendo.

Acabei contando tudo para Teresa sobre minha mãe e o pai dela, e ela acabou chorando em minha frente. Conselhei ela e ela achou melhor ir.
Fui para casa, e Mariana já estava lá sorrindo para mim.

— Oi Maria, eai Helena deu trabalho? - ela disse pegando Helena no colo.

— Não, ela é quietinha... - eu disse sorrindo para Helena e acariciando os cabelos dela.

— Bom, eu consegui um trabalho de doméstica em um apartamento na zona sul... - ela disse sorrindo.

— Fico feliz por você... - eu disse retribuindo o sorriso pra ela.

— Mas tem um porém... Eu vou começar amanhã e irei trabalhar das 6:00 as 17:00. - ela disse olhando para Helena.

— Eu cuido dela, pode fica tranquila. - eu disse e Bruno entrou na casa.

— Mariana né? Arranjei uma casinha pra você aqui pertinho. - Bruno disse olhando pra Helena e colocando de volta a pistola.

— Sério? Eu agradeço muito. - eu disse sorrindo.

* 1 mês depois *

Hoje é dia de voltar no médico pra ver como meu baby está. Eu estou com 2 meses e meio já e cada vez mais os enjôos e os vômitos aumentaram. Hoje vim ao médico com Bruno, Teresa e Helena. Eu fui a primeira a ser chamada e logo entrei.

— Bom dia Maria Victória, como você está? - ele me perguntou e me comprimentou.

Logo atrás de mim entrou Bruno, Teresa e Helena no colo de Teresa. Me sentei e fiquei olhando o doutor olhar os meus exames.

— Estou ficando com mais enjôos, e vomito cada vez mais... - eu disse e ele me olhou.

— Você precisa tomar algumas vitaminas. E comer mais frutas! - ele disse pegando estetoscópio.

Ele viu o meu coração e minha respiração. Me indicou algumas coisas, me aconselhou a outras.

Fomos embora do médico pra Rosinha. Deixamos Teresa na casa dela e fomos para casa de Bruno.
Chegando lá um dos homens que ficavam lá na frente da casa de Bruno veio até nós.

— Eai chefe, veio uma muié gostosa loirona perguntando da loirinha ai... - disse um dos caras do Bruno.

— Quem é? - disse Bruno com a mão ma cintura.

— Não sei chefe, ela só deu esse papel e mandou ir lá, disse que era mãe da madame. - O cara disse e voltou ao seu lugar com a fuzil na mão.

Bruno me puxou pra dentro da casa e me sentou no sofá. Andando pra um lado e pro outro.

— A gente vai lá, e se for pra estoura a cabeça de alguém, eu estouro! - Bruno disse andando de um lado para o outro.

— Calma Bruno. - eu disse descendo Helena do meu colo e deixando ela subir as escadas.

— Calma? Calma o caralho. Oque essa mulherzinha tá pensando? Deu um pé na bunda em você e no meu filho e quer vir agora com conversa? Ela tá é louca. Quero só saber quem autorizou a filha da puta entrar no meu morro. - ele disse sentando pufando.

Olhei pro relógio e já eram 11:20, me levantei e fui fazer o almoço. Fiz arroz, feijão, salada e carne de panela. Acabei de fazer e já chamei Helena e Bruno. Eles vieram e ficamos comendo, eu olhava para Bruno e Helena, e ele a tratava tão bem.

Terminamos de comer e eu lavei a louça. Fui tomar banho que estava super quente e levei Helena junto, deixei ela sentadinha na cama assistindo e fui. Tomei banho e escovei os dentes, coloquei uma saia jeans, uma blusa regata verde água e calcei meus chinelos. Dei um banho em Helena e vesti ela com um vestidinho e um chinelo.

Desci as escadas e Bruno estava dormindo no sofá.

— Bruno... - eu disse cutucando ele.

Ele se levantou assustado pegando a pistola que estava na mesinha ao lado.

— Oque é Maria? Tão querendo invadir? - ele disse levantando.

Eu ri e ele fez cara de bravo.

— Não tem graça não caralho. - ele disse colocando a blusa e eu fiz cara feia pra ele olhando depois pra Helena.

— Eu vou agora lá na minha mãe, saber oque ela quer... - eu disse olhando o relógio e pegando Helena no colo.

— Eu vou junto! - ele disse colocando a pistola na cintura e pegando a fuzil.

Saímos de casa e fomos indo de apé mesmo. Em 10 minutos a gente tava na TAL CASA que minha mãe havia escravido no papel. Bruno bateu na porta berrando já.

— ABRE ESSA PORRA CARALHO. - Bruno disse batendo na porta.

— Calma Bruno. - eu disse abraçando Helena.

Logo a porta foi aberta por minha mãe que estava com um shorts que nunca imaginaria que a mesma iria usar um dia na vida. Uma blusa normal. Ela estava com uma cara meio acabada. Bruno agarrou em mim e foi entrando até a sala.

— O que você quer com a Maria em? - ele disse sério alisando a fuzil dele.

— Conversar apenas... - ela disse com uma cara assustada e um sorriso falso.

— Conversar? Você já não disse tudo oque havia naquele dia que ficou sabendo que eu estava grávida? Não me disse coisas horríveis? Porque? Por causa que o pai é um Traficante ou por que eu tenho 16 anos só? - eu disse dando Helena para Bruno e falando alto.

— Maria Victória olha o jeito que você fala com sua mãe! Eu te dei educação então use! - ela disse falando séria pra mim e apontando o dedo em minha cara.

— Nossa que educação que me deu em, grande merda. Eu tenho dó de você, você perdeu meu pai que sabe aonde ele tá? Viciado em drogas. Você grávida do pai de Teresa! Não tem vergonha na cara não? E ainda mais me expulsa de casa. Eu nunca me imaginei mãe aos 16 anos, e acabou acontecendo. Eu não queria essa criança, mas ela não pediu pra nascer, ela não tem culpa do que aconteceu. E se depender de mim, eu sim vou educar ela, eu e ele! - eu disse brava já  apontando para Bruno.

— Maria você entendeu errado. Eu fiquei chateada por tudo, eu estava tendo crise no meu relacionamento e de seu pai. A gente estava perdendo tudo dos nossos negócios. Seu pai me traia e pra piorar fez uma criança com uma puta por ai. - ela disse e meus olhos ferveram.

— Sabe essa menininha aqui? - eu disse apontando para Helena. - Então, ela é a filha do meu pai. Ela é um amorzinho e a mãe dela então nem se fale. A mãe dela sofreu mais do que você sofreu com papai. A mãe dela continuo firme, foi atrás de um emprego para ela e a filha. Enquanto isso cada a MINHA MÃE? Estava nem ai pra mim! - eu disse gritando e chegando perto dela.

— Cê tá aqui porque em? Não dei autorização pra nenhuma vagabunda vir morar no meu morro porra. - Bruno disse se levantando e dando Helena pra mim.

— É que eu... É que... - ela disse gaguejando.

Bruno pegou ela pelo pescoço e a encostou na parede.

— Olha só oque eu vou falar uma vez. Cai fora do meu morro caralho, e não venha mais atrás da Maria entendeu? Por que da próxima vez o negócio vai se estreitar pro seu lado. - ele disse apontando pra cara dela.

— Não, preciso cuidar de Maria e do filho dela... - ela disse chroando ja.

— Eu já to cuidando porra, eu que gozei na buceta dela, eu que vou cuidar do filho junto com ela. Transou só eu e ela, por acaso você tava no dia? NÃO! Eu dou apenas um dia pra você meter o pé daqui, se não vai ter a cabeça estourada! - ele disse pegando na minha mão e me puxando.

Eu sai de lá em choque e com as lágrimas nos olhos. Por mais que ela fez isso e aquilo ela é minha mãe e isso dói em mim. Eu to aqui no morro e to aprendendo tanta coisa. Parei com o nojo que eu tinha daqui. Aqui, não é diferente da onde eu morava. Aqui, a FELICIDADE reina!

O dono do morro e a patricinha ( REVISANDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora