Bom hoje é dia de consulta, já to de três meses e minha barriga já tá querendo aparecer. Eu acordei cedo, eu estava dormindo no mesmo quarto que Bruno. Não estava muito confortável mais pela mãe dele eu estava dormindo lá. Me levantei e fui correndo pro banheiro, escovei os dentes e fui me banhar. Sai do banho e coloquei um shorts preto e uma blusa cavada branca escrita " Blessed ", coloquei uma jaquetinha jeans, e uma rasteira. Fiz uma trança e quando olho para trás Bruno acorda cambaleando e cossando o rosto.
— Tá pronta já? - ele disse com uma voz sonolenta.
Eu me olhei e até os pés e fiz uma cara que ele acabou entendendo e indo se trocar, desci pra cozinha e não tinha nada pra comer. Eu estava morrendo de fome e me sentei na sala. Bruno desceu pegando sua pistola e colocando na cintura.
— To com fome! - eu disse e ele olhou pra cozinha.
— Na volta nos para pra comer alguma coisa mina. - ele disse abrindo a porta.
Entramos no carro e fomos o caminho todo em silêncio. Até chegarmos ao hospital, entramos lá juntos e dei de cara com a minha mãe sentada com uma barriga aparecendo já. Estava ela e o pai de Teresa, na mesma hora Bruno encarou ela e foi até a recepção. Em minutos ele voltou e sentou perto de mim, pegou na minha coxa e ficou encarando a minha mãe. Eu abaixei a cabeça. E vi uns pés parando em minha frente, levantei o olhar e era minha mãe com uma cara de coitada.
— Qualéquié tia? - Bruno disse se levantando e chegando perto dela.
O pai de Teresa veio correndo e entrou no meio. Eu me levantei e puxei Bruno.
— Eu só vim saber como você está Maria... - ela disse com una voz baixa.
— Graças a Deus eu to bem. Era só isso? Ok, tchau. - eu disse puxando o Bruno pra sentar no outro lado da recepção.
— Sa veia não sai do pé, cê louco. - ele disse balançando a cabeça negativamente.
Minha mãe foi chamada e não demorou muito para eu também ser chamada. Entramos no consultório e o medico viu minha pressão, meu peso, meu ritmo cardíaco.
— Anda tomando vitaminas dona Maria Victória? - ele disse me olhando levantando uma sombrancelha.
Eu sorri meio sem graça e ele deu um sorriso com uma cara " eu já imaginava ".
— Precisa tomar, seu bebê precisa ser forte, e você também. - ele me disse e eu sorri sem mostrar os dentes.
Ele me explicou mais algumas coisinhas e eu tirei algumas dúvidas e logo sai do consultório com Bruno. No próximo mês eu vou saber o sexo do bebê. Pelo o que eu to informada tem muito CHÁ REVELAÇÃO e eu acho muito legal isso, talvez eu pense e fale pra Bruno sobre isso...
Entramos no carro, e logo ele deu partida, era 9:30 da manhã e eu estava morrendo de sono. Bruno nos levou até uma padaria perto do hospital, chegamos lá e descemos do carro. Entramos na padaria e...
— Pegue o que quiser, entendeu? Não quero que passe vontade! - ele disse sentando na mesa.
Sentei na frente dele e logo veio a garçonete.
— O que vocês desejam? - a garçonete disse com um sorriso.
O Bruno ia abrir a boca pra falar quando eu interrompi ele.
— Bom, eu quero um pão presunto e queijo na grelha, um suco de caju com açúcar, um pedaço de bolo de chocolate, torrada, café com leite, e eu acho que só. - eu disse com um sorriso simpatico pra ela.
— Nossa Maria, quem vê até parece que passa fome... - Bruno disse indignado.
— Querido, eu to comendo por dois! - eu disse sorrindo e olhando pra garçonete que estava rindo.
— Quero um pão com margarina memo, e um café. - Bruno disse fazendo um joia e a garçonete saindo.
Eu fiquei observando Bruno enquanto ele pegava o guardanapo e enfiava os palitinhos de dentes nele. Eu fiquei olhando pra ele e via o quão ele era bonito, a pele dele morena. A sua careca hahahaha, seus olhos claros.
Fiquei observando e com tudo ele olhou pra mim, não deu nem pra disfarçar.— Sou bonito né? To ligado princesa. - ele disse mandando um beijo.
A garçonete chegou com as coisas e logo comemos e Bruno ficava me olhando comer. Eu estava com muita fome.
Terminamos de comer, Bruno foi pagar e fomos direto para o carro, entramos e fomos indo para o Morro.
Estava num silêncio o carro, então resolvi quebrar o silêncio.— O que você acha que é? - eu disse passando a mão na barriga e olhando pra ele.
Bruno ficou calado e eu virei minha cabeça pra janela. Fiquei meio sem graça e fomos pra casa. Chegando lá eu fui entrando na frente e ele vinha atrás, eu fui subindo as escadas...
— Não sei oque é, mas eu to ligado que amor e carinho não vai falta loira, vou correr atrás do bom e do melhor pra ele, vou ser o pai que eu não tive. -
Bruno disse e eu me virei e desci as escadas.— Obrigado. Obrigado mesmo! - eu disse e dei um beijo na bochecha dele.
Subi as escadas e fui no quarto em que a mãe de Bruno estava, ela estava sentada na cama folheando uma revista que eu nunca havia visto falar.
— Oi, a senhora está bem? - eu disse sentando do lado dela e ela me olhou lentamente.
— Eu estou sim, como está meu netinho ou netinha? - ela disse com um sorriso fraco.
— Está bem... - eu disse sorrindo.
Eu me levantei e ia seguindo até a porta.
— Bruno deve estar muito feliz de ter uma mulher assim com ele. - ela disse sorrindo pra mim.
Eu sorri de volta e fui ao banheiro, fiz xixi e quando estava descendo eu ouvi batidas na porta. Fui atender e era Teresa.
— Amigaaaaaaaaa. - Teresa disse se pendurando no meu pescoço.
Na mesma hora Bruno apareceu e ficou olhando a cena comendo pão.
— Ou Ou Ou, cuidado com a minha criança fi. - ele disse comendo o pão e subindo as escadas.
Rimos e fomos pro sofá. Ela me contou algumas coisas de como tem sido na casa dela e desabafou um pouco. Perguntou de Guilherme e eu disse que não sabia. Ela chorou um pouco mais é difícil mesmo!
Ela queria andar um pouco então fomos andar, saimos de casa e para o " Azar " de Teresa, vimos Guilherme vindo com uma fuzil, sem camisa, com uma bermuda branca, de Juliete, e um chinelo.— Não, Maria, vamos, vamos... - ela me disse meio desesperada...
Fomos voltando e Guilherme veio correndo.
— Teresa, a gente precisa conversar mano. - Guilherme disse correndo e gritando.
Não olhamos nem pra trás, fomos indo até chegarmos a boca. Eu não aguentava mais andar, Guilherme chegou até Teresa e eles começaram a " BRIGAR ", Teresa gritava e Guilherme tentava acalmar ela. Do nada Bruno sai da boca com uma biscate pendurada no pescoço, naquela hora meu estômago embrulhou, minha cabeça esquentou...
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O dono do morro e a patricinha ( REVISANDO)
RomanceMaria Victória, uma adolescente mimada que vive na zona sul do Rio de Janeiro com seus pais. Mas oque ela não sabia é que a vida dela iria dar uma revira volta danada, ela iria aprender uma lição. Conhecendo a pessoa mais perigosa da Rocinha!