Poesias Góticas

Capítulo 23 - Condenado

Me apontaram o dedo

Fiquei sufocado com palavras que não disse

Como uma corda no pescoço

E como um corte no rosto

Me deparei com a loucura

Tiraram tudo que tinha

Do desejo de amar

Ao desejo de odiar

Quando escuto seu nome

Milhões de pensamentos percorrem minha mente

E os sentimentos que surgem com eles

Rasgam minha alma intensamente

Desejo sua boca

Seus olhos

E seu corpo

Agora que perdi tudo

Me sinto um vivo-morto

Escrevo para esquecer

Escrevo para entender

Que na vida NEM TUDO PASSA

Você apenas finge esquecer

O que te marca hoje

É a dor que amanhã te fará crescer.

Pessoas dizem

O tempo é o seu melhor remédio

Me diz o tempo cura o ódio?

Só me diz, o tempo desaparece uma cicatriz?

Não fica sem argumento...

Só me diz uma última coisa,

Aceite que o tempo é um tormento

Que essa novela que tudo passa

É apenas uma tentativa frustrada

De dizer que está curtindo

Quando na verdade

Nem saiu de casa.

Pedrada na letra

Sente a emoção

ESSE VAZIO...

(Leia devagar)

Estou C O N D E N A D O!

Acorrentado

As malditas lembranças do passado

Que antes, eram o meu legado

Eu escrevo para marcar

Não apenas para registrar

SOMOS HUMANOS

QUEM NUNCA ERROU?

Entenda meu caro,

O pior erro é dizer que nunca sofreu por amor

Pessoas caladas, mentes barulhentas

Pessoas frias, já foram as mais intensas

Aceite a verdade

Se ame

Não seja hipócrita

Não sabemos quantos dias ainda nos resta

Então não minta para si mesmo

Encare de frente

(Leia sussurrando)

Meus maiores medos

É perder a consciência

De quem sou eu

E por que sou tão vulnerável

A esses pesadelos.

Com a boca tapada

E com apenas uma folha no caderno

A tinta já está acabando

E eu experimentando o calor do inferno

Deveria ter um encontro com meu outro eu

Seria um papo longo e sério.

E eu já nem sei o que escrevo

A poesia reflete a alma

Se isso não acontecer

Não é poesia

É só algo passageiro

Rafael Silva