Capítulo 165 - Pandora(03)- A morte poética

5 0 0
                                    

A morte poética

O garoto estava aflito, transpirava bastante e seu corpo estava tremendo.

–O que está acontecendo?

–Eu sinto como se minhas pernas estivessem quebrando.

Dizia ele pensando.

–Qual a sua resposta?

Perguntava Pandora.

E respondeu o jovem Jhon:

–Eu não quero matar ninguém, mas também não quero morrer aqui.

–Você está vivendo ou sobrevivendo?

–Por que você é tão cruel comigo?!

Perguntava triste o garoto.

E começou a desabafar:

–Você matou meus pais e desapareceu.

–EU NÃO PUDE NEM ENTERRÁ-LOS!

–SABE PORQUE?

–VOCÊ SUMIU COM SEUS CORPOS!

E Pandora respondeu:

–Eu não matei seus pais.

–Eles morreram por consequência de seus atos.

–Sua mãe morreu em troca da sua liberdade.

Jhon limpou suas lágrimas e disse:

–Pandora.

–É esse seu nome não é?

–EU JAMAIS TE PERDOAREI.

E o garoto virou as costas.

E no fim, Pandora disse:

–Não deseja rever sua mãe?

...

O silencio ecoou.

E o garoto respondeu engolindo seco.

–Matar alguém é um ato desumano.

Pandora deu um sorriso macabro.

E comentou:

–Se fosse pra você matar alguém ou ser morto, você pensaria duas vezes?

–Qual é o sentido disso?!

Perguntava surpreso o garoto.

–RESPONDA MINHA PERGUNTA AGORA!

Gritou Pandora.

O garoto com olhos tristes, coçou a cabeça e disse:

–Eu mataria, eu não quero ser morto.

Pandora olhou fixadamente para seus olhos.

E disse:

–Então, por que a hipocrisia?

–Você diz que não deseja matar, mas se for necessário, você mataria sem nenhum remorso.

E Pandora lhe estendeu a mão:

–Venha comigo.

–John estava com medo, mas pegou na sua mão.

O cenário mudou, parecia uma terra sem coração.

Era tudo vermelho.

Um mundo de sangue?

O garoto perguntava.

E Pandora respondeu:

–Aqui é o mundo dos pesadelos.

–Todos seus sonhos, estão mortos, só restou o desespero.

–Ninguém nasce ruim John, nós é que fomos corrompidos.

–A maior mentira é o amor.

–Os humanos só amam a si mesmos, entre eu e você quem é você acha que sentirá a dor?

–A morte é poética.

–A dor é necessária para a mudança.

–O Amadurecimento de fato, como dizem os humanos.

John respirou e disse:

–Eu sinto uma dor na alma.

–A dor de alguém que está sozinho, mesmo rodeado de pessoas.

–Quando me mataram, eu senti o mesmo desespero.

Respondeu Pandora.

–Eu desejo rever minha mãe.

Afirmou o jovem.

–Tudo que você precisa é matar aquela que você ama.

–Karen...

–Eu não posso fazer isso.

–Eu preferia levar um tiro, do que matá-la.

–Não existe a possibilidade de eu te dar minha vida?

Perguntou John.

E Pandora respondeu irritada:

–A MORTE DA HUMANIDADE É MEU TRABALHO.

–AGORA SUMA DAQUI!

E com um sopro, John foi jogado diretamente pra seu quarto.

...

–Parece que foi só um sonho

Pensava o jovem.

E quando se virou, viu no chão um papel.

–O que é isso?!

Perguntava surpreso.

E quando pegou o papel, ele leu:

–A morte está sempre ao nosso lado, o problema não é a morte, mas as consequências que ela traz a quem está vivo.

Poesias GóticasOnde histórias criam vida. Descubra agora