A morte poética
O garoto estava aflito, transpirava bastante e seu corpo estava tremendo.
–O que está acontecendo?
–Eu sinto como se minhas pernas estivessem quebrando.
Dizia ele pensando.
–Qual a sua resposta?
Perguntava Pandora.
E respondeu o jovem Jhon:
–Eu não quero matar ninguém, mas também não quero morrer aqui.
–Você está vivendo ou sobrevivendo?
–Por que você é tão cruel comigo?!
Perguntava triste o garoto.
E começou a desabafar:
–Você matou meus pais e desapareceu.
–EU NÃO PUDE NEM ENTERRÁ-LOS!
–SABE PORQUE?
–VOCÊ SUMIU COM SEUS CORPOS!
E Pandora respondeu:
–Eu não matei seus pais.
–Eles morreram por consequência de seus atos.
–Sua mãe morreu em troca da sua liberdade.
Jhon limpou suas lágrimas e disse:
–Pandora.
–É esse seu nome não é?
–EU JAMAIS TE PERDOAREI.
E o garoto virou as costas.
E no fim, Pandora disse:
–Não deseja rever sua mãe?
...
O silencio ecoou.
E o garoto respondeu engolindo seco.
–Matar alguém é um ato desumano.
Pandora deu um sorriso macabro.
E comentou:
–Se fosse pra você matar alguém ou ser morto, você pensaria duas vezes?
–Qual é o sentido disso?!
Perguntava surpreso o garoto.
–RESPONDA MINHA PERGUNTA AGORA!
Gritou Pandora.
O garoto com olhos tristes, coçou a cabeça e disse:
–Eu mataria, eu não quero ser morto.
Pandora olhou fixadamente para seus olhos.
E disse:
–Então, por que a hipocrisia?
–Você diz que não deseja matar, mas se for necessário, você mataria sem nenhum remorso.
E Pandora lhe estendeu a mão:
–Venha comigo.
–John estava com medo, mas pegou na sua mão.
O cenário mudou, parecia uma terra sem coração.
Era tudo vermelho.
Um mundo de sangue?
O garoto perguntava.
E Pandora respondeu:
–Aqui é o mundo dos pesadelos.
–Todos seus sonhos, estão mortos, só restou o desespero.
–Ninguém nasce ruim John, nós é que fomos corrompidos.
–A maior mentira é o amor.
–Os humanos só amam a si mesmos, entre eu e você quem é você acha que sentirá a dor?
–A morte é poética.
–A dor é necessária para a mudança.
–O Amadurecimento de fato, como dizem os humanos.
John respirou e disse:
–Eu sinto uma dor na alma.
–A dor de alguém que está sozinho, mesmo rodeado de pessoas.
–Quando me mataram, eu senti o mesmo desespero.
Respondeu Pandora.
–Eu desejo rever minha mãe.
Afirmou o jovem.
–Tudo que você precisa é matar aquela que você ama.
–Karen...
–Eu não posso fazer isso.
–Eu preferia levar um tiro, do que matá-la.
–Não existe a possibilidade de eu te dar minha vida?
Perguntou John.
E Pandora respondeu irritada:
–A MORTE DA HUMANIDADE É MEU TRABALHO.
–AGORA SUMA DAQUI!
E com um sopro, John foi jogado diretamente pra seu quarto.
...
–Parece que foi só um sonho
Pensava o jovem.
E quando se virou, viu no chão um papel.
–O que é isso?!
Perguntava surpreso.
E quando pegou o papel, ele leu:
–A morte está sempre ao nosso lado, o problema não é a morte, mas as consequências que ela traz a quem está vivo.
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Poesias Góticas
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