Capítulo 118 - Meus segredos

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Meus segredos

Todos os dias me olho no espelho e não me reconheço

Estou assustada com o que vejo

O que era belo se perdeu

Eu vejo apenas o medo que carrego em meu peito

Minha pele, minha boca e meus olhos parecem que derreteram

Qual a sensação de se encarar de frente

E não se sentir mais o mesmo?

No silêncio eu me vejo

No meu silêncio eu sinto o desespero

De um dia dormir rodeado de amigos

E no outro dia só ver eu mesmo

Então eu chorei, chorei porque estava só

Chorei porque fui cega e injusta

Com meus amigos e comigo mesmo.

Eu me sentia presa nas minhas palavras

Quis descontar minha melancolia no mundo

Quando o véu de meus olhos se foi

Bateu o pavor de morrer sozinha

Não é vergonha falar sobre isso

Vergonha é morrer com arrependimentos nas costas

E com palavras pesadas que sufocavam minha garganta

Não posso voltar no que disse, mas eu aprendi com a dor.

É fácil dizer se reinvente e se abstraia de tudo ruim.

Mas quando eu estava sozinha, poucos olhavam pra mim

Muitos viraram o rosto e eu me arrastei para continuar viver

Assim como uma notícia de jornal, tudo se espalhou no início, mas no final ninguém se lembrava mais de mim.

Hoje sigo em frente

Apenas com um coração danificado e a alma corrompida

RAFAEL SILVA

Poesias GóticasOnde histórias criam vida. Descubra agora