Poesias Góticas

Capítulo 117 - É preciso estar submerso

É preciso estar submerso

É preciso dizer que ama

Para que você não morra com as palavras presas em sua boca

É preciso estar submerso

Se afogar no mar que se chama vida para que se entenda o porquê de suas feridas

É no obscuro que você entende a diferença entre amor e paixão, decepção e emoção.

É preciso deixar que as pessoas partam

Quem te ama não vai embora, segura o fardo ao seu lado e ainda diz

Não jogue tudo pro alto, eu estou ao seu lado até depois do fim.

Eu já te deixei partir e foi a melhor prova de amor que eu fiz na vida

É preciso se colocar no lugar do outro

É preciso sentir sua presença com intensidade assim como as águas do rio

Tem momentos em que estamos nadando contra a correnteza

Sentimos nosso coração gelado e o corpo abalado.

Tem dias que estamos na margem, só querendo sentir o calor do sol e a brisa da natureza.

Parem de usar máscaras!

Por que você a usa? Para mim já perdeu a importância

Você tem culpa nessa ferida.

Eu posso até não sangrar, mas sinto que meu coração ainda doí

É preciso se afogar nas feridas que a memória te faz lembrar.

É preciso chorar, gritar e principalmente

É preciso estar submerso escutando a voz do silêncio no silêncio.

É preciso retirar a mão dos olhos e enxergar que o mundo é um retrato

De um jardim, com flores vivas e mortas que nos rodeiam em um show de horrores.

RAFAEL SILVA