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Era o início de uma tarde de sábado. A primavera estava em seu ápice, o que tornava as tardes ainda mais quentes.
DaeYeon e MinHye haviam posto uma roupa fresquinha, e se preparavam para irem ao parque do centro da cidade, tomarem um sorvete.

- Vamos, Dae, por que você demora tanto? - Hye resmungou já se irritando com a demora da mais nova.

- Calma, eu estava procurando pela minha sapatilha - a atrasada avisou enquanto entrava na sala, com os sapatos já nos pés. - Vamos!

DaeYeon abriu a porta enquanto MinHye se levantava do sofá e seguia até ela. Elas já andavam em direção ao parque quando a voz de um homem se fez ouvida.

- DaeYeon? - ele chamou, fazendo a menina virar curiosa.

Dae arregalou os olhos ante a figura do pai, seu corpo congelou e tudo o que ela via era o homem. Era a primeira vez que eles se viam depois daquele incidente. Ela não sabia o que fazer ou sentir.

- Você parece bem - ele analisou a filha, e recebeu como resposta o silêncio. - Não pensei que você não voltaria.

DaeYeon ainda o encarava em silêncio, e MinHye não sabia o que fazer. Não sabia se mandava o homem seguir com a vida dele e deixar a amiga em paz ou se puxava a mais nova para longe. Era uma situação complicada para todos.

- Eu me arrependo - ele falava de forma mansa - eu sinto sua falta. Sabe, minha saúde está a cada dia mais fraca... - ele deu um passo em direção a filha, que deu um para trás, afastando-se.

- Dae, vamos... - MinHye murmurou para que apenas ela ouvisse, mas a garota ainda não tinha reação.

- A casa está vazia sem você, eu e seu irmão sentimos tanto a sua falta - continuou - seu pai está velho... Eu não aguento de tanta tristeza e arrependimento, se você puder me perdoar e voltar para casa. Eu prometo tratar você direito, como você deveria ter sido tratada desde sempre. Me perdoe, por favor. - implorou.

- Eu - ela engoliu em seco, olhando para Hye ao seu lado e depois de novo para o pai - eu não sei.

Seu peito parecia estar preenchido por uma dor inacabável. Queria rasga-lo para parar de sentir aquilo. Por que não podia ser um pouco mais fria? Por que seu coração tinha que ser tão mole?

Dae estava deitada em sua cama, o rosto no travesseiro, abafando os soluços altos que escapavam por sua boca. Ela e MinHye não haviam ido até o parque, logo após o inesperado encontro com o pai, elas voltaram para casa. Dae preferiu assim. Não teria forças e nem ânimo para ir tomar sorvete.

Desde que saíra da casa do pai, e conseguira ficar hospedada na casa de MinYoung, sua vida havia melhorado de uma maneira inexplicável, mas ela sabia que a dor, a preocupação e até o arrependimento ainda estavam lá dentro.

- Dae, vamos conversar. - MinHye falou sentando na beirada da cama, olhando preocupada para a amiga.

- Por que tem que doer tanto? - ela perguntou com a voz falha, sentando-se na cama e olhando pra mais velha. - Ele me tratou mal todos esses anos, então por que eu me sinto mal de ter abandonado ele?

- Porque ele é seu pai - a outra respondeu, a voz calma, ficou de frente para Dae, segurando as mãos dela - e porque ao contrário dele, você é uma pessoa com um bom coração. Você ama eles, e por isso dói. Mas o que ele disse hoje Dae, você não pode se deixar cair tão facilmente. Foi um apelo, ele quer que você volte, mas não pense que vai ser melhor.

A Dustland Fairytale | Jung Jaehyun (NCT)Onde histórias criam vida. Descubra agora