Já haviam se passado dois lentos dias desde a revelação que MinYoung fizera. DaeYeon simplesmente não conseguia tirar as palavras que a amiga havia proferido de sua mente. No decorrer dos dias, se pegara olhando fixamente para o nada, a mente longe.
Yang MinYoung, uma de suas únicas amigas, apaixonada por seu irmão? Era loucura, muita loucura, algo que a irmã mais nova de Doyoung não queria nem considerar. Como a amiga mais velha podia odiar tanto o pai de Dae, e ao mesmo tempo gostar do irmão sendo que este também contribuía pelas coisas que a mais nova era obrigada a passar? Como ela preferia nomear aquilo: LOUCURA!
Aquele era seu último dia de castigo, o qual ela denominava de prisão, já o pai decidira que aquilo eram "férias do mundo lá fora" como havia dito no jantar da noite anterior. Na situação em questão, ela apenas se manteve em silêncio, sem encarar o pai e continuou comendo até que o prato estivesse limpo.
Doyoung limpou toda a casa como havia prometido, porém depois daquele evento incomum ele "voltou ao normal" e passou a ignorar a irmã. Sequer olhava para ela, que não se importava muito, uma vez que, quando o encarava, sentia vontade de rir e ao mesmo tempo de vomitar ao lembrar que a amiga estava apaixonada por ele. Tantos rapazes melhores, por que logo Moon Doyoung? MinYoung não estava em seu estado perfeito.
Deitada em sua cama, Dae ponderava sobre como estariam as coisas na lanchonete, ela queria falar com a amiga e esclarecer aquela questão. Aquele dia recém havia começado, faltava muito ainda para que ela finalmente estivesse livre. Acontecia que não havia nada a ser feito na casa, e se ao menos tivesse um animalzinho... Um gato, de preferência. Mas o velho pai odiava animais.
- DaeYeon! - ouviu a voz autoritária do pai gritar, vinda da sala.
A garota foi até ele, perguntando o que o mesmo queria.
- Eu vou sair hoje, vou para a cidade vizinha - comentava sem a olhar, guardava alguns papéis em uma grande pasta preta. - seu irmão ficará de olho em você, não tente ser espertinha e sair de casa. Vou ficar sabendo.
O sorriso que a menina começara a esboçar, murchou rapidamente. Ela balançou a cabeça, desejando uma boa viagem a ele e então voltou ao seu quarto quando o pai saiu. Por que ele não podia esquecer dela por pelo menos um mísero minuto? Ou melhor, por uma única tarde?
Não notou quando caiu no sono, só notou que havia dormido quando escutou a porta da sala bater com força, a assustando. Franziu o cenho e abriu lentamente a porta do quarto, espiando pelo corredor. Não havia nada. Foi até a sala e olhou pela janela o irmão se afastando. Ela estava sozinha em casa.
Sorriu, aquilo significava que ela poderia sair. Tinha tirado o dia de sorte. Tomou um rápido banho, prendendo seus cabelos, depois de secos, em um rabo de cavalo impecável. Tão impecável quanto o cabelo estavam sua blusa de cor rosa fraca e a longa saia azul. O sapatinho com um pequeno salto fora por último, ela sorriu para seu reflexo e saiu de casa. Não poderia demorar muito de qualquer forma, não sabia a hora exata que os homens voltariam.
Praticamente correu por todo o caminho de areia e riu feliz ao chegar na lanchonete, olhou em volta e depois se aproximou do vidro, espiando o interior do recinto para ver se o irmão não estava lá. Área limpa, ela poderia entrar sem problemas.
- DaeYeon! - a atendente exclamou surpresa quando viu a garota entrar - o que está fazendo aqui? - a outra se aproximou.
- Não grite - pediu em um sussurro desesperado - eu fugi, nem meu pai e nem Taeil estão em casa. Não posso demorar muito de qualquer forma - sentou no costumeiro banquinho alto.
- Está ficando rebelde - Young riu, lançando um olhar divertido na direção da outra.
- Você me dá uma garrafinha de coca? Acho que estou precisando de um pouco de gás - comentou, descansando os braços no balcão - meu pai não gosta dessas coisas.
- E do que ele gosta? - a outra brincou, Dae se permitiu rir. De fato, do que o pai gostava? Aquele era o gatilho perfeito.
- Bom, ele eu não sei, mas você gosta do Doyoung - olhou para a amiga com as sobrancelhas arqueadas. MinYoung lhe lançou um olhar mortal, ela havia usado um tom muito alto na voz.
- Cale a boca - falou batendo a garrafinha com força no balcão - eu contei para você, mas isso não significa que você pode contar para todo mundo.
- Ah, por favor, ninguém aqui está interessado nisso.
- Eu sou uma pessoa bastante disputada, fique você sabendo - abriu a garrafa, vendo Dae tomar um longo gole logo após. - Muitos clientes já passaram perguntando que horas eu saía do trabalho.
- Ai que horrível - Dae reclamou.
- Oras! E horrível por quê? - perguntou confusa. DaeYeon ia responder porém um cliente se aproximava do balcão e MinYoung se afastou para atende-lo.
A jovem Moon estava distraída, o líquido na garrafa de vidro já no fim. O cliente pelo visto estava em um grupo com um grande número de pessoas indecisas, que em questões de segundos mudavam os pedidos. Ela podia sentir a irritação de MinYoung de longe. Virou uma última vez a garrafa, terminando de tomar o refrigerante e foi aí que ouviu a voz de um garoto, falando com ela.
- Não acha que essa bebida não é nada saudável e recomendável para uma madame como você? - ele perguntou galanteador. Ela riu.
- Está falando comigo?
Ele olhou em volta - e com quem mais seria? - sorriu.
- Acho que não sou uma madame, e que essa bebida não é saudável porém sim, é recomendável para mim.
- Eu também gosto - mudou sua pose, relaxando e deixando o ar galanteador de lado. - Acho que vou pedir uma para mim, estava em dúvida mesmo, quase meia hora olhando o cardápio. Fiquei tentado a pegar um café, mas bom, se eu quisesse um café poderia tomar em casa.
- E não poderia tomar coca em casa? - ela arqueou as sobrancelhas, embora não olhasse para ele.
- De fato poderia, mas minha mãe é uma pessoa muito saudável, não gosta dessas coisas - ele explicou e ela finalmente voltou seus olhos para ele, passando a o examinar. Era um garoto realmente bonito, isso ela pode notar logo de cara, o cabelo castanho estava penteado para trás, mas ele exagerou no gel, de acordo com a opinião da garota. Seu perfume era bom, ela não pode deixar de aspirar profundamente, era marcante, ela lembraria dele por um bom tempo.
- Entendo, meu pai também não é muito... simpático com essa bebida - respondeu. Ele sorriu com a resposta dela, ele tinha um sorriso bonito. Muito bonito.
- Temos uma coisa em comum já - sorriu mais. Ela balançou a cabeça, negando e rindo fraco.
- Não sei do que está falando.
- Você descobre - ele piscou, deixando a menina levemente corada. Chamou MinYoung quando viu que esta não estava mais atendendo ninguém, e sim de olho nos dois. - Uma coca-cola por favor.
Dae olhou ao redor, vendo o irmão passar pelo lado de fora, carregava nas mãos várias sacolas. Arregalou os olhos e deixou algumas moedinhas em cima do balcão, ao lado da garrafa saindo as pressas do lugar. Antes de chegar na porta, porém, ouviu a voz do garoto de novo.
- Ei, não vai nem falar seu nome? - ela o ignorou, saindo da lanchonete.
- O nome dela é DaeYeon. - sorriu MinYoung enquanto entregava o pedido para ele.
Fazendo um caminho diferente do costumeiro, a garota correu de volta à casa. Volta e meia olhava para trás, para saber se o irmão se aproximava ou não, mas nem sinal do garoto, ele provavelmente fizera outra parada. Diminuiu o passo quando viu os portões da casa, e que o carro do pai ainda não estava na garagem, seu coração se acalmou um pouco. Ela estava a salvo, ninguém saberia que ela saíra naquela tarde.
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Olá xuxuzinhos! Obrigada pelos favoritos e comentários! Espero que estejam realmente gostando. Me deixem saber disso, não esqueçam de comentar ou dar um fave! sz.
Ora ora quem temos aqui... Jung JaeHyun! Já estava na hora do ícone aparecer não é?
Eu ia postar um capítulo por semana, mas decidi postar esse antes porque aaaa é o que o Jae aparece.
Beijinhos! Até o próximo capítulo.
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A Dustland Fairytale | Jung Jaehyun (NCT)
Fanfiction1961. Em uma pequena província onde nada parece mudar, uma jovem garota sente que pela primeira vez, após a morte da mãe, seu coração está mudando. Em meio aos maus tratos do pai, e muitas vezes à indiferença do irmão, ela finalmente encontra um por...