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Expulsa. Era isso o que havia acontecido. Kim DaeYeon fora jogada para fora, e junto com ela todas as suas coisas. O pai nem a olhou quando fechou a porta de entrada da casa, a proibindo de voltar. Mesmo seus gritos em protesto, e em pedidos de desculpa foram ignorados. Ela estava sozinha.

Então chorou, chorou durante toda a noite sentada na varanda da casa, esperando a manhã chegar e o pai mudar de ideia. Acordou com o sol da manhã direto em seu rosto, a noite foi quente então não passou frio.

Havia usado a mala como travesseiro, e todo o seu corpo doía, mas ela sabia que a dor não era resultado da noite mal dormida e sim por causa do pai. Assustou-se quando a porta foi aberta.

- O que está fazendo aqui? - ouviu o irmão sussurrar assustado - ele vai te matar se a encontrar aqui.

- Talvez seja melhor se ele fizer isso mesmo - disse sem encarar o irmão, levantando-se e pegando a mala.

- Você pode ir pra casa da MinYoung - ele ignorou o comentário anterior dela - ela está morando sozinha agora, não está?

- E por que você está se importando? Você nunca fez nada para impedir que essas coisas ocorressem, sempre se escondendo pelos cantos da casa. Você acha que eu não te vi parado na porta ontem, enquanto nosso pai me agredia? - olhou com um misto de raiva e amargura para ele - você não fez nada! Você podia ter impedido.

- Eu sinto muito - disse desviando seu olhar do da irmã.

- Claro que sente - riu com sarcasmo.

O irmão não sabia o que responder naquele momento então apenas continuou olhando para o ponto fixo no chão. Ela estava certa, ele era um grande covarde.

- Eu te levo até a casa da sua amiga - ele ofereceu, indo pegar a mala das mãos da caçula.

- Não - se afastou - eu não quero que você faça nada. Eu sei por onde ir.

Não olhou para trás enquanto caminhava até o grande portão de entrada, e segurou o choro enquanto cruzava a estrada de chão. Todo o seu corpo doía conforme ela caminhava, não conseguiu ver com o quê o pai batera nela mas o seu corpo já começava a ficar marcado em algumas partes.

Andou o caminho inteiro de cabeça baixa, as pessoas a enviando olhares curiosos, alguns assustados, outros críticos e poucas pessoas com pena.

Quando chegou na casa de MinYoung chamou por ela, esperando alguns minutos. Suspirou, largando a mala no chão e sentando em cima dela. As mãos arrumando os fios de cabelo bagunçados.

- Ela já deve ter ido para o trabalho... - murmurou para si mesma, ponderando se deveria ir até lá ou esperar ali. Decidiu ir.

Quando chegou no tão conhecido lugar, ele ainda estava fechado, mas pelo vidro pode observar a amiga lá dentro, ela fazia a vassoura de microfone enquanto varria o chão. Se permitiu rir um pouco antes de bater no vidro.

- Ah meu Deus, Dae! - a mais velha exclamou depois de abrir a porta e ver o estado que estava a mais nova. Segurou os braços dela com cuidado, como se qualquer força posta a mais pudesse os quebrar.

- Eu preciso da sua ajuda - pediu com a voz fraca, sem conseguir encarar a outra nos olhos.

- Você não precisa pedir duas vezes - pegou a mala das mãos da amiga antes de dar espaço para a mesma entrar. - O que aconteceu com você?

- Foi o meu pai - sentiu uma lágrima cair e rapidamente a limpou - eu não sei o que aconteceu. Ele descobriu sobre minha fuga no último dia de castigo - sentou-se na mesa mais próxima da porta - e sobre o garoto com quem eu estava conversando. Tenho certeza de que foi meu irmão quem contou.

- O Doyoung? - arregalou os olhos - mas ele, ele não seria capaz, seria?

DaeYeon deu de ombros - eu não sei mais do que as pessoas são ou não capazes de fazer - murmurou de forma triste. - Eu não tenho para onde ir, será que eu poderia ficar na sua casa? Por um tempo só.

- É claro que sim! Minha casa é sua casa - disse colocando sua mão sobre a de DaeYeon. - eu vou continuar arrumando as coisas, logo tenho que abrir, mas você pode ir na salinha para os funcionários. Tem um banheiro lá, tome um banho e durma no sofá. Cuidado com esses machucados, okay? Podemos ir no médico depois.

- Eu estou bem - disse ao se levantar, deixando escapar uma careta de dor.

- Estou vendo que sim.

No banho, DaeYeon deixou a água quente cair por longos minutos. Seu corpo relaxando ao toque da água, e quando ela escorria, levava junto alguns sentimentos ruins que tomavam conta do seu corpo e pensamento. Chorou mais. Chorou de dor, de saudades da mãe, de medo, tristeza... Chorou por ainda assim amar o pai e o irmão, e chorou por não entender o porquê de eles não a amarem de volta.

Seu corpo estava em um estado deplorável, manchas tornavam-se roxas, vermelhas, quase pretas. Uma mistura de cores em tonalidades terríveis. Saiu do banho, colocando uma roupa que cobrisse todo o seu corpo machucado e deitou no sofá assim como havia indicado Yang. Era confortável, melhor do que a dura e fria varanda de madeira.

- Dae - a atendente sussurrou, vendo a outra se remexer em resposta porém continuar imersa em seu pesado sono - DaeYeon, acorde - disse mais alto, cutucando a bochecha da que dormia. - Caramba garota, acorda logo! - deu um tapinha leve no rosto da que estava deitada.

- Hm? - olhou para ela, confusa - o que foi?

- Você precisa comer. Já se passaram das duas da tarde. - viu como resposta a outra arregalar os olhos, surpresa. - Eu separei um sanduíche e Coca-Cola, sei que você gosta bastante dessa bebida. Não se preocupe em pagar, alguém já fez isso por você - ela piscou antes de ir até a porta - tenho que voltar pra lá, e você venha também. O chefe não gosta de que comam aqui atrás, eu até tentei, porém regras são regras.

- É, eu sei bem que são - coçou os olhos e sorriu - obrigada, MinYoung, de verdade. - a mais velha sorriu, balançando a cabeça indicando que o que estava fazendo não era nada.

- Gostou do presente? - ouviu uma voz em seu ouvido e se encolheu um pouco, sentindo um fraco arrepio surgir em seu pescoço. Olhou para o lado e então o viu. O garoto do cabelo com gel estava ali.

- Presente? - perguntou confusa, arrumando a blusa de mangas compridas que tinha vestido.

- Sim, a Coca e o sanduíche. Sua amiga disse que estava preparando para você, eu perguntei se já estava pago e como ela disse que não - deu de ombros - eu decidi pagar.

- Ah - olhou surpresa para o sanduíche que tinha em mãos - muito obrigada - sorriu - mas eu preciso te pagar de volta. Será injusto assim.

- Não precisa, eu já disse que é um presente - ele sentou no banquinho ao lado do dela - Jung JaeHyun, não nos apresentamos direito da última vez - estendeu a mão.

- Kim DaeYeon - apertou a mão dele.

- É um imenso prazer - tentou piscar apenas um dos olhos para ela, falhando em sua missão e a fazendo rir.

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Desculpem qualquer erro, não revisei.

A Dustland Fairytale | Jung Jaehyun (NCT)Onde histórias criam vida. Descubra agora