Ela achou que iria morrer. Que iria ser proibida de sair. Que JaeHyun estava com o dia de sua morte marcado. Achou que seu pai iria começar a gritar e voltar a ser o monstro que era antes, mas o homem apenas sorriu e saiu do quarto. DaeYeon obviamente estranhou a ação do pai, desde quando ele agia daquele jeito? Bom, ela é que não iria reclamar. Talvez aquilo fizesse parte da mudança que seu pai prometera.
- Você é idiota, não é? - olhou brava para o irmão que tinha no rosto uma expressão confusa, deixando a garota ainda mais irritada. - Você não entendeu meu olhar? Era para você manter a boca fechada seu idiota!
- E como eu ia saber? Não conheço os seus olhares - retrucou - e qual o problema? Nosso pai não fez nada demais mesmo - deu de ombros.
- Por algum milagre desconhecido - rebateu suspirando pesado - agora sai daqui que eu quero dormir.
A mais nova levantou da cama, tirando o irmão de cima da mesma e o empurrando para fora do quarto. - Boa noite grande idiota - sorriu fechando a porta e a chaveando, não dando chances de Doyoung voltar a abri-la.
Já deitada em sua cama, encarando o escuro de seu quarto ela novamente repassou a tarde que teve em sua mente, não conseguindo tirar o sorriso bobo de seu rosto. Então aquilo era estar apaixonada... Ela estava gostando da sensação. Mal esperava para que o dia amanhecesse e ela pudesse sair para se encontrar com JaeHyun. Eles não tinham combinado nada, mas uma surpresinha não iria matar ninguém, certo?
Revirou-se na cama durante uma boa parte da noite tentando dormir. Sua mente estava a levando para o garoto o tempo todo, como ela poderia ter uma noite tranquila com o seu coração quase rasgando o seu peito? Riu fraco contra o travesseiro e por fim adormeceu.
O dia amanheceu com batidas na porta. DaeYeon assustou-se e levantou em um pulo da cama. A porta de seu quarto parecia que logo quebraria ou pelo menos iria se soltar das dobradiças e cair com um estrondo no chão.
- O que aconteceu? - perguntou preocupada ao girar a chave na maçaneta e abrir a porta, se deparando com o seu pai.
- Por que a porta estava trancada? - ele arqueou as sobrancelhas - não chaveamos as portas dentro desta casa.
- Ah - ela deu um sorriso amarelo - era para que Doyoung não entrasse.
- E por que você impediria isso? O que há entre vocês dois?
- Eu estava apenas querendo dormir, appa, não há nada de errado entre nós dois - respondeu. "Não mais, pelo menos" pensou.
- De qualquer forma, vim chamar para você fazer o café da manhã, estou com fome - ele disse mal-humorado. Ela sorriu fraco e se curvou minimamente, indicando que tinha entendido o recado e logo iria fazer.
Embora essa simples tarefa de preparar o café da manhã a remetesse ao temido passado, dessa vez ela não se sentia forçada ao a fazer. Naquele momento era apenas uma filha preparando o café da manhã de seu pai. Ela se sentia feliz assim.
Quando o relógio na cozinha indicou que a manhã estava chegando ao fim, DaeYeon trocou de roupa e arrumou os cabelos em um rabo de cavalo alto. Era dia de feira, e ela estava precisando mesmo comprar alguns peixes para o ensopado que estava pensando em fazer no dia seguinte. Riu com a própria desculpa que inventara e saiu de casa, caminhando feliz até o centro da cidade e depois até a feira.
Lá estava a última barraquinha, o cheiro de peixe que exalava dela era forte, porém não tão ruim ao seu ver. Alguns peixes enormes estavam pendurados em arames e Dae arregalou os olhos imaginando o quanto um daqueles deveria pesar, ou o trabalhão para limpá-lo. Ela estava fora, preferia comprar os peixes pequenos de sempre, eram práticos e gostosos.
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A Dustland Fairytale | Jung Jaehyun (NCT)
Fanfiction1961. Em uma pequena província onde nada parece mudar, uma jovem garota sente que pela primeira vez, após a morte da mãe, seu coração está mudando. Em meio aos maus tratos do pai, e muitas vezes à indiferença do irmão, ela finalmente encontra um por...