Cap. 44

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Jhonatan P.O.V.

[...] Jhona... Eu... - começou a dizer, mas logo parou, assim que olhei pra ela.

Acho que você não tem o que dizer, pelo menos, não mais. Já ouvi o suficiente ontem. - falei enfiando as mãos no bolso da bermuda.

Não, mas é que... - a mesma foi interrompida pelo sinal que soou.

Acho melhor irmos logo para a sala de aula.- falei pensativo. [...]

Vê-la ainda mexe comigo, mas machuca ao mesmo tempo, pois ela havia dito coisas muito fortes na noite anterior.

Queria evitar Elena, mas também não queria fazer isso. Dentro de mim estava havendo uma guerra, um lado dizia para odia-la assim como ela me odeia, mas a outra parte queria insistir nesse amor que descobri recentemente que sinto por ela. Ambos estavam se destruindo em meu corpo, nenhum dos lados ganhava e me dava uma solução, apenas me deixava mais confuso.

Henrique: Cara, o que você tem? Parece péssimo, não prestou atenção nenhuma nas aulas, só ficou encarando a Elena. O que está acontecendo?

Como queria contar, dizer pra ele que amava a Elena e que meu namoro com a Gabriella não passava de uma farsa, que meu pai estava sendo um grande cretino comigo e minha mãe... Mas todos que gosto sofreriam as consequências, eles pagariam caso eu abrisse a boca e falasse.

Eu: Não aconteceu nada... E-eu estou bem. - sorri fraco, para disfarçar.

Estava bem na cara que eu tava mentindo, não sabia ao certo se Henrique iria disfarçar e não se importar, ou se questionaria mais.

Continuar dessa maneira... Está me torturando. Pai de merda que fui ter, estragou minha vida!

Henrique: Jhonatan, somos amigos, melhores amigos pra ser bem específico. Me fala, o que houve com você? - franziu a testa e me olhou curioso, como se tentasse decifrar o que estava havendo através de minha expressão ou olhar. - Sabe, achei meio esquisito você aparecer do nada com a Gabriella, dizendo que estavam namorando. Logo você, que nunca se apegou a ninguém...

Mas me apeguei na Elena, naquele jeito dela de me fazer sorrir, fazer bobagens, se atrapalhar toda, me xingar... Ela fez coisas apaixonantes, que muitos achariam fúteis, mas isso fez com que meu coração palpitasse mais rápido.

Eu: Eu... Eu amo a... - queria dizer que amava a Gabriella, precisava continuar com esse teatro, senão poderia ver aqueles que mais gosto sofrer. Mas ao mesmo tempo não queria dizer, seria uma enorme mentira e o resto de dignidade que me sobrou iria pra puta que pariu.

Eu não amo a Gabriella... Detesto aquela garota... Eu amo a Elena, mesmo ela me rejeitando.

Por que meu coração é tão idiota?

Por que continua dizendo que a ama?

Não percebe que ela está com outro, se deitando com outro?

Por que continua a acreditar que ela possa ter o mínimo de reciprocidade?

Deixe de ser tolo!

Gabriella: Oi, meninos! Cheguei! - aproximou-se sorrindente.

O sorriso de Gabriella não se comprava ao da Elena, era amarelo, macabro e me dava um certo calafrio, fazendo-me ter medo daquela garota. Totalmente diferente da Elena, que fazia me sentir bem, sorrir também. O tempo ao lado dela parecia que parava e só nós existíamos no mundo.

[...]

Após o intervalo, fiquei pensando e bolando um plano pra conseguir falar com a Elena ou até mesmo com Henrique. Precisava contar para alguém o que estava acontecendo, mas precisava ser alguém de confiança, que não fosse espalhar para todos e que realmente me ajudaria.

Mas quem...?

O sinal para o término das aulas soou, e então comecei a guardar meu material, lentamente, pois não queria voltar para minha casa, ficar trancado em meu quarto e ser obrigado a fazer algo com Gabriella. Só de olhá-la me dava nojo.

Marcos: Brother, vamos, ande logo. - apressou-me.

Eu: Pode ir na frente. - sorri de lado.

Ele assentiu e saiu da classe, todos os alunos já se dispersavam pelos corredores. Na sala apenas sobrava eu, Elena e algumas garotas que estavam reunidas num grupinho, o qual Gabriella estava no meio.

É difícil olhá-la e sentir vontade de beijá-la, de abraçá-la, de dizer quantas vezes ela quiser que a amo, protegê-la de qualquer coisa ou qualquer um, ter a vontade de sair com ela por aí, de mãos dadas, rindo e nos divertindo...

Diretora: Com licença. - bateu na porta. - Jhonatan Bertolini já foi embora? - indagou, enquanto mantinha o olhar fixo no grupo de meninas, que estava mais próximo dela.

Gabriella: Não, ele está bem ali. - apontou em minha direção.

Diretora: Ah, Jhonatan, venha até minha sala... Por gentileza. E Gabriella, você está na detenção, o que ainda faz na sala de aula?

Gabriella: Perdão, diretora, já estou indo. - ficou cabisbaixa.

Diretora: Espero mesmo que vá para lá. Jhonatan... Estou lhe aguardando em minha sala. - dito isto, se retirou.

Apanhei minha mochila e joguei uma das alças sobre meu ombro e caminhei lentamente até a porta. Gabriella fez o mesmo, mas me parou assim que cheguei no corredor. A mesma me puxou bruscamente e segurou firme em meu braço.

Gabriella: Olha, não tenho ideia do que a minha tia vai falar pra você, mas que fique bem claro, se abrir a boca, seus amigos sofrem as consequências. Então pense bem no que irá dizer. - me soltou e saiu.

Essa garota... Ela é louca.

Suspirei e andei até a diretoria, pensando no que a diretora poderia conversar comigo, talvez sobre o comportamento da Gabriella, já que ela é tecnicamente minha namorada.

Essa palavra... Não me agrada nem um pouco.

Parei em frente a porta e dei leves batidas na mesma, ouvindo um entre do lado de dentro. Girei a maçaneta e adentrei a sala.

Diretora: Jhonatan, sente-se. - falou sorrindo levemente.

Fechei a porta e me aproximei, sentei-me a sua frente e esperei ela começar a dizer o que tanto queria comigo.

Diretora: Jhonatan, queria falar sobre seu comportamento. - debruçou sobre sua mesa.

Meu comportamento? Tem algo de errado nele?

Confesso que fiquei mais quieto, não chamo mais atenção nas aulas... Mas isso é tão grave?

Diretora: Teve alguns professores que vieram falar comigo, disseram que você ficou distante durante as aulas, não prestou muita atenção, mas não fez bagunça alguma, só ficou quieto. Aconteceu alguma coisa que queira me contar? - arqueou a sobrancelha.

Alguém de confiança... Alguém que me ajude...

Eu: Sim... Aconteceu uma coisa.

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Olá, pessoal!

Aqui está o quadragésimo quarto capítulo de O Inesperado, espero que gostem, fiz com muito amor e dedicação.

Se possível, votem e comentem. E logo sairá o quadragésimo quinto capítulo, então aguardem.

Um beijo do coração, e até a próxima... 😘👽🌟

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O Inesperado (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora