Elena P.O.V.
O desespero tomou conta de mim quando percebi na enrascada que havíamos nos metido. Nós estávamos ferrados e sem saída. Minhas esmeraldas seguiram até meu namorado, que grunhia de dor no chão, enquanto perdia cada vez mais sangue.
Eu: Diz logo o que quer em troca. - digo, entre dentes, para o homem ainda em pé com o revólver na mão.
Thiago: Você sabe, querida. - sorriu, malicioso.
Jhonatan: Não ouse encostar um dedo sequer nela. - rosnou, tentando levantar-se.
Eu: Não se esforce. - toco em seu peito. - Isso pode piorar sua situação.
Thiago: Então, o que me diz, Elena? - perguntou, atraindo minha atenção.
Eu: Se eu for sua, promete deixar o Jhonatan em paz?
Jhonatan: Não faça isso, meu amor. Nós vamos dar um jeito e não será esse. - segurou-me, com os olhos marejados.
Eu: Fui dele antes de ser sua. Ele me conhece como ninguém, sabe como me subordinar e me detém num simples gesto. - sorrio, em meio as lembranças tristes disfarçadas de felizes. - Se eu soubesse que me apaixonaria por você, Jhona, jamais teria me envolvido com um traste desses; mesmo ele sendo seu pai.
Jhonatan: Não me interessa se é meu pai ou sei lá o que, não vou aceitar você ir com ele tão fácil. - proferiu.
Thiago: Você não tem escolha, garoto, ou é ela ou é sua vida. - decretou.
Jhonatan: Eu não vou desistir de procurar você. - murmurou. - Eu amo você, Elena. - deu-me um beijo na testa.
Eu: Sei me defender... E é melhor se proteger. - digo, quase inaudível.
Ergo-me do concreto gélido e caminho até Thiago, que sorri largamente para mim. Convivi com ele durante um tempo e aprendi várias coisas, como: ele é um babaca, desgraçado, que se mete com coisa errada, trafica, contrabandea, investe em boates para conseguir prostitutas e se satisfazer e, o principal, tem uma péssima mira mas é um bom professor.
Eu: Aurora poderá ficar nos cuidados dele? - questiono, ao parar na sua frente.
Thiago: Por que? Ela é sua filha e quero que seja nossa.
Eu: Meu bem, sabe que criança dá trabalho e ela é um pé no saco. - reviro os olhos. - Além disso, o que pretendemos fazer ela não irá gostar. - acaricio sua barba rala.
Podia sentir a repulsão do rapaz jogado ao chão, e sabia que não me perdoaria por estar propondo ficar junto daquele cara asqueroso. Ouço um choro e olho para o lado, vendo o capanga com a criança no colo, totalmente desesperado e desajeitado.
Eu: Aurora... Vem com a mamãe. - tento ir até ela, mas Thiago me segura. - Deixa eu pegar minha filha. - peço.
Thiago: Não... Pensando bem, acho que não quero uma filha bastarda do Jhonatan. Prefiro ter uma só nossa. - sorri amarelo.
Eu: O que está planejando fazer com a minha filha? - franzo a testa.
Thiago: Não foi você mesma que disse que criança é um pé no saco? - arquea a sobrancelha. - Então, vamos desimar o problema. - piscou para mim e caminhou até a menina, que berrava.
Eu: Thiago... - sinto meu corpo tremer, com o que possa vir a acontecer. - Não vou deixar fazer nada com a minha filha! - exclamo e apanho uma barra de ferro, acertando-o na nuca.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Inesperado (Em Revisão)
Ficção AdolescenteElena Bittencourt é uma adolescente de dezesseis anos que não leva uma vida muito boa. Há alguns meses ela se mudou para Califórnia, Estados Unidos, morando atualmente com sua melhor amiga, Judete. Ela mudou-se após conseguir uma bolsa de estudos n...