Cap. 94

278 13 0
                                    

Elena P.O.V.

O desespero tomou conta de mim quando percebi na enrascada que havíamos nos metido. Nós estávamos ferrados e sem saída. Minhas esmeraldas seguiram até meu namorado, que grunhia de dor no chão, enquanto perdia cada vez mais sangue.

Eu: Diz logo o que quer em troca. - digo, entre dentes, para o homem ainda em pé com o revólver na mão.

Thiago: Você sabe, querida. - sorriu, malicioso.

Jhonatan: Não ouse encostar um dedo sequer nela. - rosnou, tentando levantar-se.

Eu: Não se esforce. - toco em seu peito. - Isso pode piorar sua situação.

Thiago: Então, o que me diz, Elena? - perguntou, atraindo minha atenção.

Eu: Se eu for sua, promete deixar o Jhonatan em paz?

Jhonatan: Não faça isso, meu amor. Nós vamos dar um jeito e não será esse. - segurou-me, com os olhos marejados.

Eu: Fui dele antes de ser sua. Ele me conhece como ninguém, sabe como me subordinar e me detém num simples gesto. - sorrio, em meio as lembranças tristes disfarçadas de felizes. - Se eu soubesse que me apaixonaria por você, Jhona, jamais teria me envolvido com um traste desses; mesmo ele sendo seu pai.

Jhonatan: Não me interessa se é meu pai ou sei lá o que, não vou aceitar você ir com ele tão fácil. - proferiu.

Thiago: Você não tem escolha, garoto, ou é ela ou é sua vida. - decretou.

Jhonatan: Eu não vou desistir de procurar você. - murmurou. - Eu amo você, Elena. - deu-me um beijo na testa.

Eu: Sei me defender... E é melhor se proteger. - digo, quase inaudível.

Ergo-me do concreto gélido e caminho até Thiago, que sorri largamente para mim. Convivi com ele durante um tempo e aprendi várias coisas, como: ele é um babaca, desgraçado, que se mete com coisa errada, trafica, contrabandea, investe em boates para conseguir prostitutas e se satisfazer e, o principal, tem uma péssima mira mas é um bom professor.

Eu: Aurora poderá ficar nos cuidados dele? - questiono, ao parar na sua frente.

Thiago: Por que? Ela é sua filha e quero que seja nossa.

Eu: Meu bem, sabe que criança dá trabalho e ela é um pé no saco. - reviro os olhos. - Além disso, o que pretendemos fazer ela não irá gostar. - acaricio sua barba rala.

Podia sentir a repulsão do rapaz jogado ao chão, e sabia que não me perdoaria por estar propondo ficar junto daquele cara asqueroso. Ouço um choro e olho para o lado, vendo o capanga com a criança no colo, totalmente desesperado e desajeitado.

Eu: Aurora... Vem com a mamãe. - tento ir até ela, mas Thiago me segura. - Deixa eu pegar minha filha. - peço.

Thiago: Não... Pensando bem, acho que não quero uma filha bastarda do Jhonatan. Prefiro ter uma só nossa. - sorri amarelo.

Eu: O que está planejando fazer com a minha filha? - franzo a testa.

Thiago: Não foi você mesma que disse que criança é um pé no saco? - arquea a sobrancelha. - Então, vamos desimar o problema. - piscou para mim e caminhou até a menina, que berrava.

Eu: Thiago... - sinto meu corpo tremer, com o que possa vir a acontecer. - Não vou deixar fazer nada com a minha filha! - exclamo e apanho uma barra de ferro, acertando-o na nuca.

O Inesperado (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora