Cap. 74

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Jhonatan P.O.V. 

Estaciono o veículo em frente a casa luxuosa de Ângela, e envio uma mensagem para ela, informando que estava a sua espera. Não demorou muito para que ela saísse pela porta principal e viesse em minha direção saltitante. Como estava encostado no capô do carro, ela me abraçou forte, quase pulando em cima de mim. 

Eu: Oi. - digo, sorrindo pelo seu gesto. 

Ângela: Oi. - respondeu, sorrindo mais que eu, e se afastando um pouco. 

Ainda me pergunto o que ocorreu comigo naquele dia e naquele momento, pois simplesmente puxei a loira pela cintura e colei nossos corpos. Analisava seu rosto tão angelical e seus lábios com uma cor rosada com brilho, devido o gloss que usava. Minha respiração batia contra a sua, que nos fazia querer mais o que tínhamos em mente. E sem esperar mais, beijei ela.

Minha cabeça não pensou na culpa que fosse sentir depois, e nem deveria; afinal, sendo cruel ou não, o que minha namorada podia fazer? Estamos cientes que a mesma está morta. Não estou dizendo que isso me agrada, ou que isso é motivo para esquecê-la e seguir de uma vez em frente, apesar que seria uma ótima opção. Mas estou exausto de chorar e nada mudar. 

Eu: E aí, vamos? - pronuncio, após encerrar o beijo. 

Ângela: Uhum. - murmurou, mordendo o lábio inferior. 

Entramos no automóvel e seguimos para qualquer lugar, só queria dar uma volta e estar ao lado dela, que me fazia bem de certa forma. Éramos amigos até o dia anterior, mas agora nem sei como agir com ela. Paro no semáforo vermelho, enquanto observo ela procurar uma música no rádio. 

Ângela: Huh, essa é boa. - desdenha e deixa na música de um cantor que não conhecia. 

Eu: É, parece legal. - balanço a cabeça e logo a garota inicia uma cantoria. 

Me perco ouvindo uma voz, tão doce e suave, que fazia alucinar. Saio do transe quando ela informa que o sinal está verde, e escuto várias buzinas. Religo o motor e dirijo, apressado e com a mente longe. 

Ângela: Jhona, está tudo bem? - questiona e pousa sua mão macia sobre a mim. 

Foi como se ela trouxesse a realidade de volta, e acabo por olhá-la de soslaio. Assenti e estaciono próximo da praia. Suspiro fundo e passo os dedos nos meus fios de cabelo. 

Ângela: Jhona... Ei. - a mesma chama minha atenção. - O que houve? 

Eu: Não é nada. Não se preocupe. 

Ângela: Você tem a péssima mania de esconder as coisas das pessoas. - ressalta, indignada. 

Eu: E espera que faça o que? Saía espalhando pra qualquer um? Sempre lidei com tudo sozinho, e isso não mudou de uns tempos pra cá. - exalto. 

Ângela: Sou qualquer pessoa pra você, Jhonatan?! - arqueia a sobrancelha. 

Eu: Não foi isso que quis dizer. - exclamo, me sentindo culpado. 

Ângela: Pensei que confiasse em mim, que fôssemos amigos. - murmura num tom abalada, e tenta abrir a porta e sair, mas interrompo seus movimentos. 

Eu: Somos amigos ainda, Ângela? - indago, olhando em seus olhos, numa aproximação perigosa. - Porque realmente não sei mais o que somos depois do que aconteceu ontem. 

Ângela: Significou alguma coisa pra você então? 

Eu: Talvez. E pra você? - questiono. 

Ângela: Jhonatan, gosto de você, mais que um simples amigo. - admite. - E quem decide o que somos à partir de agora, é somente você. 

Depois de desferir aquelas palavras em mim, que me deixa mais perdido e confuso, ela desce do carro e caminha pelo calçadão. Decido ir atrás dela, então saio do veículo. Corro até a areia, aonde ela já andava pela margem do mar. 

Eu: Ângela, espera! - grito, e relutando um pouco, a mesma para. 

Ângela: Não pensei que fosse me convidar pra sair e acabarmos tendo essa conversa. - cruza os braços. 

Eu: Sei que não, também não pensei e nem queria, pois isso estragaria mais as coisas. Mas, Ângela, porra... Considero você pra cacete, garota. E não tinha ideia que tinha sentimentos por mim, entende? - digo, cauteloso. 

Ângela: Por que é sempre um erro que as pessoas se gostem ou se amem? - vira-se e percebo seus olhos lacrimejados. 

Eu: Me perguntava a mesma coisa quando a Elena... - balbucio, mas deixo de terminar a frase. 

Ângela: Ainda não conseguiu esquecê-la, não é mesmo? 

Eu: Não é isso... É que... - penso numa resposta convincente, só que estava mais do que óbvio. - Escuta, quero esquecê-la, ok? Quero apagar essa decepção que tive na minha vida, mesmo se for um tanto difícil. - ressalto. - E acho que não tem jeito melhor de fazer isso estando com você. 

A mesma abre a boca para responder, mas se cala em seguida. A brisa batia contra seus fios, fazendo ambos se bagunçarem. O sol refletia sobre seu rosto, dando-lhe um aspecto divino. Ela desvio o olhar para o mar, e por longos segundos fitou as ondas. Tentei me aproximar dela, ou tocá-la, só que sentia que não era o correto; que ela deveria ter seu próprio espaço para refletir. 

Ângela: Então, quer esquecê-la, certo? - pronuncia, depois de um tempo. 

Eu: Que espécie de pessoa gostaria de continuar sofrendo e se lamentando por alguém, mesmo que amasse, mas que já não está mais aqui e nem tem chances de voltar? - desdenho. 

Ângela: Tem toda razão. - concorda num murmuro. 

Sabia que não era sobre nosso envolvimento que estaria pensando naquele momento, minhas palavras eram referidas à Elena, mas para ela era sobre seu pai. Éramos tão iguais em algumas coisas, que me esquecia disso na maioria das vezes. Sem exitar e sem ter medo, me aproximo dela, o bastante para poder sentir sua pele. 

Eu: Sei exatamente no que está pensando. - acaricio sua bochecha com o polegar. - E não deveria, pois você fica mal quando isso acontece. - a mesma suspira fundo e fica cabisbaixa. - Em todos essas crises estive do seu lado, e não vai mudar agora, Ângela. - ergo sua cabeça. - Estou mais do que tudo com você. - novamente selo nossos lábios. 

Dizer que o beijo dela não era bom, seria uma grande mentira. Ele era espetacular, se é que pode adicionar um adjetivo a um ato entre duas bocas. Parecia viciante, tinha um gosto de quero mais com morango. Me proibia de pensar que já havia sentido melhores. 

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Olá, pessoal!

Aqui está mais um capítulo de O Inesperado, espero que gostem, fiz com muito amor e dedicação.

Se possível, votem e comentem.

Um beijo do coração, e até a próxima... 😘👽🌟

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O Inesperado (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora