Cap. 92

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Autora P.O.V.

Dentro do veículo, em alta velocidade, ambos estavam em desespero. Sentiam medo do que podia acontecer, do que podiam pressenciar e do que seria no final. Os dedos do rapaz apertavam cada vez mais o volante, com extrema anciã de proteger as mulheres da sua vida, enquanto a mais nova dentre elas chorava.

Elena: Aurora, pare de espernear, meu anjo. - diz, soando calmo e virando-se para acudir a criança.

Jhonatan: O que ela tem? - questiona, franzindo a testa. 

Elena: Se eu soubesse, resolveria né. - responde, ríspida.

Jhonatan: Não sabia que eu tinha algo haver com a sua irritação, para ficar descontando em mim. - decreta, ressentido.

Elena: Jhonatan, não começa, não estou com paciência. - a mesma suspira fundo.

Jhonatan: Também não estou e essa criança berrando no meu ouvido não ajuda. - eleva um pouco o tom.

Elena: Vai colocar a culpa na Aurora agora? Você que me engravidou! - exclama.

Jhonatan: Ah, eu que te puxei para um banheiro de um buffet, né? - enrijece a expressão.

Elena: Você era meu namorado, seu imbecil!

Jhonatan: Eu era?! Agora sou o que? Um nada para você, que só utiliza quando precisa, é isso? - trinca o maxilar.

Elena: Cala a merda da boca, Jhonatan. - esbraveja, fazendo a criança chorar mais em meio a discussão dos pais.

Jhonatan: Manda a sua criança calar a boca, antes que eu faça isso. - ressalta, impaciente.

Elena: Ela é sua também. - declara num volume baixo e vira-se novamente para o banco de trás.

Eles estavam à flor da pele com todos os acontecimentos recentes, e estavam frustrados em manterem-se seguros que não percebiam como isso os afetava. A garota acalmou a filha e a pequenina adormeceu, após o cansaço atingir-lhe. Um suspiro exausto é ouvido no automóvel e as gotas d'água começa a intensificar na estrada.

Elena: Devíamos ir para algum hotel, ou qualquer outro lugar e não ficar perambulando pelas estradas a noite toda. - sugere. 

Jhonatan: Bela sugestão, mas você tem dinheiro para pagar um bom lugar para ficarmos? - retruca, exasperado. 

Elena: Acha qualquer pousada, que no mínimo, dê para dormirmos. - desdenha. 

Jhonatan: Tá bom, Elena, agora fica quieta. - pede. 

A jovem bufa, frustrada e direciona o olhar para a paisagem, acompanhando o trajeto das gotas d'água caindo. Seus olhos pesavam com a exaustão também se abrangendo de seu corpo, mas mantinha-se forte em permanecer acordada e auxiliar seu namorado. 

Quando parecia estar sendo vencida, ouviu uma buzina alta e logo um outro veículo chocou-se contra o do casal, deixando-os bastante assustados. Ambos olharam para trás e um carro preto os seguia, sem que pudessem ver quem estava dentro do mesmo. 

Elena: Céus, Jhonatan, eles já estão atrás de nós. Acelera, acelera! - ordena e logo o rapaz acata a exigência. 

A pequena Aurora acorda com o barulho escutado e novamente está chorando, enquanto sua mãe tenta acalmá-la. A velocidade está alta, quase ultrapassando os limites necessários, enquanto estão sendo perseguidos por uma gangue mandada por Thiago. 

A tarefa é: matar Jhonatan e roubar Aurora. 

Em alguns instantes, o carro é chocado bruscamente, fazendo o garoto perder o controle do volante e acabar parando o automóvel para não causar nenhum acidente. Ele e a garota se entre olham, tentando processar o mais rápido possível uma escapatório. 

Elena: O que faremos agora? - pergunta, olhando ao redor. - Eles estão vindo para cá. 

Jhonatan: A gente desce e os enfrenta. 

Elena: Enlouqueceu? Somos duas pessoas com uma criança, enquanto eles são vários. - ressalta. 

Jhonatan: Meu amor, é a única chance que temos para sair disso. Não vou deixar ser vencido pelo cretino do meu pai, então anda logo, desça. 

Elena: Nós estamos muito fudidos. - constata e apanha a filha no colo. 

Eles saem do carro e percebem estarem cercados de capangas armados, enquanto eles só tem seus próprios corpos para se defenderem. Aurora está mais calma, mas seus pais não, sentem medo da morte que parece tão próxima. 

- Vocês, venham conosco. - diz um dos homens, usando um sobretudo. 

Elena: Para onde? - indaga, desconfiada. 

- Sem perguntas, garota, apenas nos sigam. 

Elena: De jeito nenhum! Não sei quem são vocês, para onde irão nos levar ou o que farão conosco. - estufa o peito, enfrentando o mais velho. 

- Bem que Thiago disse que você é tagalera demais e enfrenta qualquer coisa. - sorriu, deixando à mostra seus dentes amarelados. 

Elena: Manda o Thiago ir se fuder! - esbraveja. 

Jhonatan: Elena, calma... - murmura. 

- É, faça o favor de controlar o temperamento dessa garota. - intervém. 

Elena: Vá se fuder você também, vagabundo! - cuspe nele. 

O mesmo cerra os punhos, prestes a socá-la, mas é impedido por outro cara da gangue. Ele o empurra até prensá-lo na porta de um dos carros, e o olha com certa fúria. 

- Fica na tua que sabemos nossas ordens, então não passe por cima do chefe, seu imbecil. - decreta, deixando o restante apavorado. - Que isso sirva para todos. E vocês dois, vão vir conosco, querendo ou não. 

Os rapazes os seguraram e os levaram para os carros pretos, encaminhando-se para bem longe da cidade que habituavam. Elena segurava firme a mão de seu namorado, enquanto abraçava forte a filha nos braços. 

Jhonatan: Ficará tudo bem, confie em mim. - cochichou, beijando a cabeça da garota. 

O veículo adentrou uma indústria abandonada, onde havia pouca iluminação e algumas pessoas ao redor, que era difícil enxergar com a pouca luz. Todos desceram do carro e alguns homens puxaram o casal até o centro. 

Thiago: Vocês finalmente chegaram. - exclamou, sorrindo entusiasmado e caminhando até ambos. 

Elena: Não, estou na minha casa ainda, bem longe de você. - revirou os olhos. 

Thiago: Você não muda, né garota? 

Elena: Mudar? - repetiu, abrindo um sorriso sarcástico. - Disse a pessoa que sempre fora um cafajeste. 

Thiago: Qual é, ainda guarda rancor de mim, boneca? - questionou, fingindo estar chateado. 

Elena: Rancor? Eu quero é que você mo... 

Jhonatan: Elena! - repreendeu-a. 

Elena: Ele é seu pai, mas é um filho da puta! - virou o rosto, zangada. 

Thiago: Não fique assim, teremos um futuro brilhante como eu já havia planejado, se lembra? 

Os olhos esverdeados da garota se arregalaram e fitaram o homem por longos segundos, até centralizarem no namorado ao seu lado e entre abrir os lábios, confusa se dizia algo ou não. 

Jhonatan: Do que está falando? - perguntou, impaciente. 

Thiago: Meu filho, acho que você não conhece sua namorada por completo. - sorriu, diabólico. 

Elena: Você prometeu... - profere, suplicando. 

Thiago: Sim, mas se agora você será minha novamente, não vejo problemas em contar. Não é mesmo? 

Elena: Thiago, por favor... 

Jhonatan: Que merda está acontecendo?! 

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O Inesperado (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora