Cap. 89

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Elena P.O.V. 

(1 mês depois) 

Estava passeando com Aurora que estava dentro de seu carrinho, enquanto o empurrava pelo parque ecológico da cidade de Los Angeles, Califórnia. Era um dia ensolarado e tranquilo, incomum para mim depois dos transtornos decorrentes. 

Estávamos sozinhas, pois Jonhatan havia ido resolver alguns assuntos pendentes, os quais não quis mencionar. Mas confio nele, então decidi dar uma volta e aproveitar o dia disponível na minha agenda com minha filha. 

Após um tempo distante do colégio, fui indicada a fazer recuperação de algumas notas, senão não passaria de ano, ou seja, estou sendo "obrigada" a fazer reforço nas férias. Todos em casa relaxados e eu fazendo provas e trabalhos, para recompensar metade do ano perdido.  

Duvidava que fosse continuar naquele colégio até o terceiro ano, já que havia probabilidades de mudar de cidade devido a faculdade do meu namorado; que torcia para entrar em alguma boa e perto.

Suspiro ao sentar-me em um dos bancos da praça, admirando a vista da pequenina que cochilava calmamente no estofado. Vestia um macacão vermelho com bolinhas brancas, e tinha um laço rosa na cabeça.

Sorrio por achá-la tão linda e um tesouro precioso para mim, que faria tudo para mantê-la segura. Rolo os olhos ao redor e deparo com um homem próximo de nós, até demais, usando um sobretudo preto.

Meu corpo arrepia ao olhar em suas íris, que parecem familiares mas não me recordo de onde. Insinuo levantar e vejo sua mão erguer-se, impedindo meus seguintes movimentos.

— Fique quieta. — pede, ríspido e engulo seco.

Eu: Quem é você? — pergunto, com a voz trêmula.

Pedia mentalmente para que alguém nos visse e viesse intervir, pois não tinha ideia do que poderia acontecer.

— Apenas, sente-se. — exige e processo se devia acatar suas ordens.

Seus dedos deslizam no pano que cobria Aurora, evitando que algum mosquito a ferisse e seu olhar torna-se cauteloso. Meus batimentos aceleram e, em questão de segundos, retorno a acomodar-me no assente.

Um sorriso irônico surge no canto de sua boca e ele deixa a bebê em paz, para que possa se aproximar mais de mim. Estremeço quando seu corpo é despejado ao meu lado e fico em estado de choque por instantes, processando o que fazer.

— Como você está? — questiona, suavemente, que me deixa dispersa de meus pensamentos.

Eu: Quem é você e o que quer comigo? — balbucio, quase fraquejando na pergunta.

O mesmo permanece em pleno silêncio, olhando do longe uma menina de, aproximadamente, seis anos de idade correndo atrás de uma bola de futebol. Ela estava acompanhada de uma mulher sorridente.

— Vim lhe dar um recado. — revela, deixando-me curiosa e com certo receio.

Eu: Huh... Qual?

— Querem você longe do Jhonatan, senão... Haverá consequências. — ressalta, me deixando extasiada e sem reação.

Eu: Mas... Por que? — indago, encarando a trilha de pedregulhos.

— Isso não posso dizer. — encerra minha intromissão.

Me desligo dos sons ao redor ao pensar em suas palavras e nem percebo sua aproximação sorrateira, juntando sua perna e ombro nos meus, que estavam expostos devido a roupa vestida.

— Cá entre nós, estou te fazendo um favor, pois não quero que nada de ruim te aconteça. Então, apenas siga seu trajeto e leve sua filha contigo. Ela ainda é pequena e vai compreender em breve, assim como você, Elena.

Ouvi-lo foi estranho e bom, fez-me lembrar do meu sequestrador, que tanto custei confiar.

|Flashback|

A porta se abre, deixando a claridade invadir o minúsculo lugar que me mantinham pressa, e isso faz meus olhos arderem bastante. Quando ouço o som dela se fechar, retorno a procurar o dono do meu incômodo e único disposto a me dar explicações.

— Sente-se bem? — pergunta, um pouco distante, pois sua voz ecoa.

Eu: Vai me dizer o que estou fazendo aqui? — pergunto, o mais firme que consigo.

Sua gargalhada dura e sarcástica soa pelo espaço, tão estridente que chega a doer meus tímpanos.

— Você é tão ingênua, Eleninha. — ouço o pisar de seus sapatos vir até minha direção, que estava sentada no chão gélido. — Vejo que não está se alimentando. — constata, ao analisar a bandeja de comida ao meu lado.  

Torço o nariz, pois jamais comeria aquilo enquanto estivesse naquele ambiente hostil. O mesmo suspira e agacha na minha frente, ficando na minha altura, que consigo distinguir a cor de suas órbitas.

— Sabe que tem um feto dentro do seu ventre e que precisa mantê-lo saudável...

Eu: Então me tira daqui. — o interrompo. — Não me interessa as causas que o fizeram me trazer até aqui, só saiba que não denunciarei caso me deixe ir. — uma lágrima solitária escorre pela minha bochecha.

— Não posso. Tenho ordens a cumprir. — explica, brevemente.

Viro o rosto sentindo a vontade de chorar aumentar e a garganta fechar-se cada vez mais. Sua mão gelada toca minha pele, causando arrepios e certa repulsão.

Um suspiro exaustivo saí de seus lábios e ele afasta-se, me deixando sozinha, numa espécie de pesadelo que parecia não ter fim.

|Flashback|

Pisco algumas vezes para sair do transe e voltar a realidade, me dando conta que estava prestes a desabar.

— Escuta, estou querendo seu bem. — decreta, em meio ao silêncio que se instalou. — Deixei com que você escapasse, pois coisas ruins podiam te afetar naquele cativeiro, então me ouça quando digo que fora dele também pode acontecer. — diz, aflito.

Eu: Por que me ajudou? — questiono, olhando em sua direção.

— Você descobriu e despertou uma parte boa em mim, Elena. Nem eu, nem você somos pessoas tão cruéis e ingratas.

Eu: Concordo... Dylan. — sorrio.

Dylan: Se cuide, Eleninha. — recebo um beijo na testa e vejo sua silhueta se distanciar.

Apanho os pertences de Aurora que estava sobre a madeira gasta do banco e saio apressada das ruas, indo rapidamente para casa, onde encontro meu moreno estirado no sofá.

Eu: Fique com Aurora. Tenho que fazer uma coisa. — peço, entregando a garota em seus braços.

Ele não debate, apenas assente e subo as escadas para o segundo andar. Abro diversas malas e arremesso peças de roupas, desorganizadas.

Jhonatan: O que está fazendo, Elena?

•••

Paixões da minha vida! Tudo bem com vocês? Consegui trazer mais um capítulo, o mais rápido possível e pretendo trazer outros em breve, depende dos seguintes fatores:
-Provas.
-Trabalho.
-Escola.
Mas aviso caso não consiga atualizar no decorrer da semana. Espero que gostem e me digam o que estão achando, com tudo isso ocorrendo na vida da Elena.
Beijinhos, até mais. ~♡

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O Inesperado (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora