Cap. 85

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Jhonatan P.O.V. 

Havíamos acabado de chegar em Los Angeles, chamamos um táxi e fomos direto para a casa dos pais da Elena. Quem diria que no final do ano passaria o natal com eles, depois de tudo que ocorreu no início do ano? O veículo estacionou e descemos, ajudei a morena a pegar as malas já que ela não podia carregar tanto peso. Tocamos a campainha e um serzinho nos atendeu. 

Eduardo: Olá! Vocês chegaram! - exclamou, empolgado. 

Adentramos o cômodo e fomos recebidos por toda a família, que se alegrou com nossa presença. Beatriz e Elena engataram numa conversa sobre gravidez, que não me interessava tanto assim. Subi junto com Renato para o quarto onde ficaríamos hospedados, e fui organizando as coisas em seus devidos lugares. 

Renato: Ei, quer vir comigo ao mercado? - questiono, encostado no batente da porta. - Tenho que comprar umas coisas para a ceia. 

Eu: Ahn... Tudo bem. - assenti e o acompanhei. 

Saímos da casa e fomos de carro até o mercado, falando sobre vários assuntos que não envolvia somente meu namoro novamente com a filha dele. Entramos no estabelecimento e percorremos quase todos os corredores, em busca de uvas passas que todos da residência gostavam.

Eu: Vou perguntar no caixa. - informo e caminho até lá. 

Estava distraído pensando em como abordar o funcionário que estaria trabalhando, quando esbarro em alguém sem querer. Sua cesta de compras caí no chão e os produtos se espatifam. 

Eu: Perdão. - peço. 

- Tudo bem. - diz, sem sequer me olhar e abaixa-se. 

Eu: Quer ajuda? - ofereço. 

- Não precisa. - nega. 

Franzo a testa com seu tom de voz, conhecia de algum lugar só não lembrava de onde. 

- Amorzinho! - exclama uma garota, vindo até o cara. 

- Pedi que esperasse no carro. Você é surda?! - exalta. 

- Só queria te ajudar, seu mal agradecido. - cruzou os braços. 

Eu: Ahn... Não precisa tratá-la assim. - me intrometo. 

- Cara, na moral, fica na sua. - pronuncia ao se levantar. 

Eu: Merda! É... Você. - digo, estagnado. 

- Huh, não conheço você, nem sei do que está falando. - responde ríspido e puxa a garota. - Vamos. 

Eu: Espera! Volta aqui! - grito e corro atrás dele. 

Era ele, Dylan, o investigador que constatou que minha namorada estava morta. Mas, o que ele estaria fazendo naquela cidade com uma garota tão jovem? Bom, não importa. Quero apenas saber porque me enganou e forjou o homicídio da Elena. 

Corremos pelo estacionamento, numa perseguição estilo filme de ação. Vi quando o mesmo esbarrou em várias pessoas, derrubando suas compras e logo caindo no chão. Seguro seus braços na tentativa de imobilizá-lo, enquanto ele se debate. 

Dylan: Me solta, cara! - exclama, ofegante. 

Eu: Não, até responder o que preciso saber. - declaro, seriamente. 

Em poucos minutos uma multidão se junta ao meu redor, assim como Renato que aparece em alguns instantes. Sua expressão confusa fica sobre mim, tentando entender o que estava havendo naquele local. 

Dylan: Desembucha, garoto! - ordenou, impaciente. 

Eu: Por que forjou a morte da minha namorada...? E não mude de assunto, estou ciente que foi você que fez isso com nossas vidas. Tem prazer em destruir pessoas, sem se importar com seus sentimentos?! Confiei em você e no seu serviço proposto, mesmo tendo minhas dúvidas e somente me usou por dinheiro! - trinco os dentes. 

Dylan: Acha que tive culpa nisso? Só estava fazendo meu trabalho, que antes mesmo de você aparecer tinha que ser feito. 

Eu: Tinha? Quem... Quem mandou fazer um absurdo desses? - franzo a testa. 

Dylan: Você é mesmo ingênuo, né? Bem que me disseram. - sorri debochado. - Pense um pouco. - o mesmo me empurrou, fazendo chocar minhas costas no asfalto e se reergueu. - Tenho mais o que fazer. Um ótimo natal para você e... todo o resto. 

Sua silhueta se afastou e seguiu até aquela garota ruiva, que me encarava com certa pena. Ambos entraram no carro que memorizei a placa rapidamente, e logo partiram para qualquer outro lugar que minhas esferas não conseguiam acompanhar. 

Renato: Você está bem? Ele te machucou? - questionou, aflito. 

Eu: Estou ótimo, não se preocupe. - digo, ao levantar. 

Renato: O que ele queria dizer com aquelas palavras? - indagou. 

Eu: Também não compreendi. - penso por um tempo. 

Tinha minhas suspeitas, mas nada concreto. Antes de tudo precisava prendê-la, e talvez aquela menina soubesse de alguma coisa. Assim que esse ocorrido encerrou, terminamos de comprar os alimentos para o banquete e retornamos a residência, decidimos de não citar nenhum detalhe. 

(...) 

Estava sentado na ponta da cama, com o olhar fixo no piso e a mente distante. Não percebo quando a morena saí do banheiro, enrolada numa toalha e chama minha atenção. 

Elena: Jhonatan! - exalta e saio do transe. - O que você tem? - arqueia a sobrancelha. 

Eu: Na-Nada. - balbucio. 

Elena: Tem certeza? Voltou estranho do mercado... Não só você, meu pai também. O que aconteceu lá? Tiveram uma conversa e ele te deu um bronca? - cruza os braços. 

Eu: Não. - balanço a cabeça e suspiro. - Não aconteceu nada, acredite em mim. Tá bom? 

Elena: Tudo bem. - assente e caminha até o guarda-roupa. 

Observo seus movimentos, que veste sua lingerie branca e coloca seu vestido rosa claro, com estampas de flores num tom mais delicado. Calça seus saltos beje e ajeito seu cabelo num coque despojado. 

Comparado à ela estava parecendo um mendigo, usando uma calça jeans rasgada, uma camiseta branca, uma blusa xadrez com as mangas arregaçadas e tênis branco. Como na maioria das datas comemorativas não era bem vista na minha antiga casa, jamais me importei em transparecer uma boa impressão e aparência. Isso com certeza se impregnou em mim. 

Eu: Nossa...! Você está um arraso, amor. - a elogio, recebendo seu sorriso devastador. 

Elena: Obrigada, você também está incrível. 

Eu: Duvido muito. Não sei me arrumar para essas ocasiões. - digo, cabisbaixo. 

Elena: Ei, não fique assim. - pronunciou e caminhou até a minha frente. - Você está maravilhoso. - ergueu meu queixo. 

Eu: Acha mesmo? - arqueio a sobrancelha. 

Elena: Uhum. - murmura. - Meu lindinho. - brinca e sorrimos. 

Quebro a barreira de centímetros que nos separa, puxando a mesma pelo quadril e a fazendo sentar-se no meu colo. Selo nossos lábios, num beijo cálido, sem sequer me importar com seu batom que com certeza mancharia minha boca por completo. 

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Olá, pessoal!

Aqui está mais um capítulo de O Inesperado, espero que gostem, fiz com muito amor e dedicação.

Se possível, votem e comentem.

Um beijo do coração, e até a próxima... 😘👽🌟

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O Inesperado (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora