Cap. 90

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Autora P.O.V. 

Eu vou te contar como foi cada dia de Elena, nas garras do seu sequestrador, que a aprisionou durante dias, semanas e meses. Mas a pergunta que todos querem saber: Quem mandou fazer isso com ela? Já sabem que quem a manteve presa foi Dylan, um bom moço que só precisava de dinheiro para continuar com sua boate, que foi onde nossa protagonista o conheceu. 

A garota estava sendo levada, dentro de uma van, para um lugar que não conhecia. Sentia medo e tremia, segurando a vontade de chorar e, sabendo que não podia gritar, se lamentava mentalmente por ter sugerido ir naquela velha casa. A mesma residência onde passou horrores e dias inesquecíveis com seu namorado. 

Jhonatan! Ele deveria estar a sua procura, sim, ele estava desesperado para achá-la, mas ninguém sabia ao certo o que havia acontecido. O telefone fora quebrado, havia rastros de sangue, só que nenhum sinal dela ao redor do casarão. Enquanto isso ela estava se distanciando cada vez mais, sabendo que podia morrer ou nunca mais voltar. 

Foi trancada em um quarto pequeno, com mofo e poeira, somente com uma cama quebrada e uma bandeja de pão e água, ao menos não passaria fome. Lá chorou por horas, pedindo que alguém abrisse a porta ou a salvasse. Mas isso não aconteceu, não naquele instante ou depois, nem após um dia e meio. 

O rapaz, alto e coberto com uma máscara, surgiu durante a noite, enquanto a garota estava encolhida no chão gélido do cômodo imundo. Não ouve conversa, apenas trocas de olhares e ao colocar outra bandeja de comida ao seu lado, ele sumiu do campo de visão. Passou mais horas presa, no escuro e sentindo o odor forte que inalava do ambiente. 

Elena: Céus, Jhonatan... Me ajuda, por favor. - implorou, pela milésima vez, sabendo que não aconteceria absolutamente nada. 

Ainda pedia e suplicava por socorro, mas sua esperança estava se esgotando cada vez mais, assim como seu estoque de lágrimas e junto, suas energias. A mesma caiu desmaiada no piso, sem processar se estava sujo ou não, simplesmente apagou e demorou para acordar. Foi quando Dylan entrou novamente, se espantando com a menina desacordada. 

Dylan: Elena... Elena, acorde. - o mesmo a balançava, na tentativa que despertasse, mas seu corpo pesava e, sua pele esfriava gradativamente, como se estivesse morrendo aos poucos. 

Ele então fez a coisa mais sensata, tirou-a do quarto e colocou na van que a sequestrou, dirigindo em alta velocidade para o hospital. Temia que ela morresse em suas mãos, pois sua pena na prisão seria maior e, quem quer que tenha mandado fazer aquele serviço, ficaria extremamente frustrado. 

Clamou por enfermeiros na entrada da recepção, sendo ouvido instantes depois por uma moça que tentou lhe acalmar. Levou a garota para a sala de cirurgias, no mesmo dia em que Jhonatan estava se recuperando de uma tentativa de morte. Não, ele não estava alucinando quando disse ter visto sua namorada. 

Elena soube dias depois, enquanto ainda estava em repouso, que seu amado estava no mesmo lugar. Ela pressentia e foi a sua procura, invadindo seu quarto durante a madrugada para apreciá-lo dormindo, como fazia antigamente. Derramou algumas lágrimas ao sentir saudade dos momentos juntos dele e, logo em seguida, sentiu uma forte dor na barriga. 

Saiu às pressas do cômodo e procurou por ajuda, querendo solucionar o mau-estar. Foi encaminhada novamente para a sala de exames, onde passou horas até que encontrassem o problema e estivessem prontos para comunicá-la. 

Dylan: Por que saiu do quarto, huh? Não entende que tem que descansar, para que possa sair daqui o mais rápido possível? - questionou, irritado com tamanha petulância. 

Elena: E voltar para aquele quarto fedorento, que me deixa trancada, sem alimentos? Eu prefiro morrer mesmo! - exaltou-se.

Quase no mesmo instante um médico adentro o cômodo, escutando o final da discussão entre ambos, que deduzia ser um casal: 

Médico: Acho que não irá querer isso. - ressaltou, olhando sereno para os dois. 

Elena: Co-Como assim? Ouviu o que dissemos? - indagou. 

Médico: Só a parte que disse querer morrer, mas não acho que irá pedir por isso, depois que souber da notícia que vim lhe contar. - sorriu. 

Elena: Que notícia? Estou muito doente ou estou recuperada? 

Médico: Você está bem, Dulce. - pronunciou o nome falso que Dylan havia anotado na prancheta de cadastro, prevenindo que alguém viesse em sua busca. - Na verdade, vocês estão bem. - decretou, analisando seus registros. 

Elena: Como assim, doutor? - a mesma sentou-se, corretamente, na cama. 

Médico: Você está grávida, querida. - anunciou, deixando a garota eufórica. 

Sua mente tentava digerir aquela informação, pensando em como contar para seu namorado, pois com certeza ele era o pai. Mas havia um porém, e lembrou-se dele ao virar o rosto e encarar o homem sentado na poltrona, que estava tão surpreso quanto ela. Queria ter sentido raiva dele por estar a aprisionando e não deixá-la cuidar de seu filho em paz, mas não conseguiu, pois estava incrédula demais. 

Médico: Meus parabéns, ao casal. Ahn... Vou deixá-los à sós agora, se precisar é só chamar. - disse e retirou-se. 

Dylan: Merda, o chefe vai me estrangular. - proclamou. 

Elena: Te estrangular, por que? Quem está grávida sou eu, quem vai ter que criar o próprio filho com sua psicopata sou eu! Eu devia me estrangular e cessar todo esse transtorno que você, e seu maldito 'chefe' causaram na minha vida! - esbravejou, exasperada. 

Dylan: Pare de gritar, garota! - tampou sua boca. - Senão eu mesmo estrangulo você. - ameaçou, deixando-a com receio. - Vou dar um jeito nisso. Nós iremos embora dessa maldita cidade e ele jamais me achará. Não é um plano perfeito? - sorriu, nervoso e afastou-se. - Vamos... Vamos para San Diego, a cidade é linda e... Já morei lá. O que acha? 

A garota franze a testa, considerando aquilo tudo uma tremenda loucura e torcendo para que ele dissesse ser uma brincadeira. Mas não era e, quando ela recebeu alta, ambos foram direto para o aeroporto com documentos falsificados. Compraram passagens para outro país e embarcaram no avião. 

Não pense que Elena não tentou resistir, pois berrou durante todo o percurso para que alguém a salvasse. Mas quem ajudaria uma menina que seu suposto irmão dizia sofrer de surto psicótico? Os passageiros daquele voo que não, pois mantiveram distância durante as longas horas naquela cápsula voadora. 

Enquanto Elena embarcava num avião e pensava em maneiras de voltar para casa, para perto de sua família, amigos e namorado, Jhonatan passava por análises de psicólogos que tentavam ajudar a superar a suposta morte da namorada, forjada pelo sequestrador, que mais tarde conseguiu superar e começar a se envolver com Ângela Brooks. 

Mas a estória não acaba por aqui, ainda temos que descobrir como nossa protagonista conseguiu voltar para casa, e quem será o maquiavélico por trás de tudo isso. Creio que esta obra esteja na reta final da sua segunda temporada e, espero que vocês estejam gostando. 

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O Inesperado (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora