Cap. 80

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Jhonatan P.O.V. 

Estava todos naquele cômodo, inclusive Ângela, que há horas não olhava para a minha cara. Dona Glória estava aos prantos, chorando sem parar e sendo consolada pelo marido. Os filhos ainda estavam tentando compreender o que estava acontecendo, assim como o restante do pessoal. 

Eu: Está dizendo que... Não, isso é loucura demais. - pronuncio. 

Luísa: Parece loucura, sabemos disso, mas é nítido sua presença aqui. - ressaltou. 

Raphael: Isso é bizarro. - desdenhou, o irmão de minha namorada, que recentemente descobri ser meu cunhado. 

Justin: Merda! Isso é inacreditável. - exclamou. 

Judete: É surreal. - completou. 

Bianca: Como... Como pôde não contar pra gente antes? - franziu a testa. 

Édson: Escutamos a sua história, sabemos o porquê. 

Beatriz: E porque agora e não antes? Por que não meses atrás? - questionou. 

Édgar: Isso é muita coisa para a cabeça de todos. Impossível compreender. 

Henrique: E agora? Como tudo vai ser? - murmurou, quase inaudível ao meu lado. 

Ângela: Ahn... Eu preciso sair daqui. - prontificou-se. 

Eu: Ângela. - chamo-a, tentando impedir seus movimentos. 

Renato: Vai atrás dela. - sugere. 

Assenti e caminhei até a porta, mas sou impedido por uma mão que puxa meu braço. Sabia quem era a tal pessoa que me segurava, só que tinha medo de olhar em suas íris esverdeadas. 

Glória: Ele precisa ir. Solte-o. - pede, sutilmente. 

Vagarosamente sou largado e sem pestanejar saio daquele apartamento, indo atrás da minha namorada. Ela estava no meu quarto, sentada na cama com lágrimas no rosto. 

Eu: Amor. - profiro e me aproximo dela. 

Ângela: Me deixa em paz! - exalta. 

Eu: Ei, não vou fazer isso. - nego e me acomodo no espaço vago. - Estamos juntos. 

Ângela: Estamos? Mas, e agora? - diz e me olha. - Como agiremos com toda essa reviravolta? Não tem como fingir que isso não irá prejudicar nosso relacionamento, pois tenho absoluta certeza que vai sim. - desdenha. 

Eu: Vamos superar isso, amor. Eu amo você e mais ninguém nesse instante, tá bom? - falo e tento relar em seu rosto. 

Ângela: Não diga isso. - afasta-se do meu toque. - Tudo pode mudar agora. - a mesma levanta-se e veste sua roupa que usava antes, e sem mais delongas vai embora. 

Suspiro fundo, sentindo meu mundo que estava reconstruindo desmoronar. Me deito na cama e fito o teto, sabendo que meus olhos estão lacrimejados. Estava ocorrendo tudo nos devidos conformes, mas sua aparição repentina tinha que estragar, não é mesmo? Elena tinha que estar viva!

(...) 

Na manhã seguinte, levanto da cama parecendo um zumbi, por não conseguir dormir direito por pensar demais. Precisava resolver o lance com Ângela, mas era óbvio que a garota na cidade nos afetaria de alguma forma. 

O dia tão esperado da formatura havia chegado, e como a loirinha seria minha acompanhante não tinha ideia do que aconteceria caso ela não fosse. Troco de roupa e tomo um pouco de café, logo saio do apartamento e caminho até o elevador. 

A porta do andar de Judete é aberta, revelando alguém que detestaria me encontrar justo naquele momento. Apresso-me para entrar na cabine, que parece demorar uma eternidade. 

Elena: Pessoas educadas dizem bom dia. - ouço sua voz atrás de mim. 

Eu: É uma pena mesmo, pois não sou educado. - digo, ríspido. 

Elena: Vejo que o modo de agir não mudou em nada. - constatou. 

Eu: Mudou para muitas pessoas, mas pra você só piorou. 

Elena: Por que me trata dessa forma? Ei, estou de volta. Isso não é algo bom, que devesse alegrar você...? Principalmente ao saber que fiz de tudo para retornar por sua causa? - ressaltou. 

Eu: Escuta. - profiro e me viro para ela. - Acha mesmo que as coisas estão como antes, quando você ainda estava aqui conosco? Pois se pensa assim, sinto muito, mas está enganada. Talvez estejamos felizes com sua volta, só que já tínhamos superado a sua suposta morte, e se quer saber deveria ter voltado meses atrás ou... Nem ter voltado. 

As portas de ferro se abrem e me afasto dela, entrando dentro do elevador. Aperto o botão do estacionamento e antes que desça, ela grita algo que desaba qualquer resistência minha.

Elena: Sabe que você será meu de novo, não é mesmo? Estou grávida de você, Jhonatan! 

(...) 

Depois de passar a tarde perambulando a cidade e decidindo o que fazer, vou até a casa de Ângela para saber se ainda me acompanharia no evento. Toco a campainha e Jaqueline atende, com uma expressão nada agradável. 

Eu: Ahn... A Ângela está? - questiono. 

Jaqueline: Por que quer saber? Veio deixá-la pior do que já está? - indagou, frustrada. 

Eu: Sabe que não é isso que quero pra ela, não foi minha intenção decepcioná-la. - digo, arrependido. 

Ângela: Mãe. - pronuncia, num tom suave e avisto seu rosto angelical. - Huh, é você. 

Jaqueline: Vá embora! - ordena. 

Eu: Ângela, me escuta, por favor. - súplico. 

Ângela: Eu resolvo isso, mãe. - diz, convicta. 

Com relutância sua mãe nos deixa conversar, e a mesma fecha a porta atrás de si, nos deixando na varanda da casa. A loira cruza os braços e olha perdidamente para a vizinhança, na tentativa de ignorar-me. 

Ângela: Desembucha de uma vez. - profere, após um tempo em silêncio. 

Eu: Me desculpa pelo ocorrido da noite passado, realmente não sabia que ela ainda estava viva. Contei pra você tudo que aconteceu, todos acreditavam que havia morrido, mas parece que fomos tapeados. - exclamo. - Ângela, não tem mais vestígio dela em mim, meu coração pertence somente à você. 

Ângela: Não quero terminar nosso namoro por causa dela. - murmurou, cabisbaixa. 

Eu: Também não quero e não vamos, meu amor. - aproximo-me. - A gente vai enfrentar isso, porque o que importa é a gente e nada mais. 

Ângela: É. - assente, duvidosa. 

Sorrio fraco e a abraço, pois seu aconchego me fazia ficar melhor e precisava disso naquele instante. Tinha medo de perdê-la, assim como de ainda amar a Elena. Sei que disse algo para Ângela e não é o que parece, porque por mais que tenha tentado ela realmente não saiu de dentro de mim. 

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Olá, pessoal!

Aqui está mais um capítulo de O Inesperado, espero que gostem, fiz com muito amor e dedicação.

Se possível, votem e comentem.

Um beijo do coração, e até a próxima... 😘👽🌟

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O Inesperado (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora